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Quarta-feira, 14/11/2007
A vida é um pisca-pisca
Julio Daio Borges

A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama. Pisca e anda. Pisca e brinca. Pisca e estuda. Pisca e ama. Pisca e cria filhos. Pisca e geme os reumatismos. Por fim, pisca pela última vez e morre.

- E depois que morre - perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?

Emília, a própria, no Talqualmente, que fala de tradução (e que linca pra nós).

Julio Daio Borges
14/11/2007 à 00h17

 

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