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Quinta-feira, 21/2/2008
Mistérios Literários
Julio Daio Borges

(Escritor) Não é profissão, não. E talvez poesia não seja nem literatura. É uma coisa tão extemporânea, tão fora das normas que ou a poesia é a pura literatura ou ela não é literatura.

Ferreira Gullar

* * *

Parece que o romance se tornou o ponto culminante na vida espiritual de um homem. Qualquer pessoa, seja ela um ministro, um assassino de bebês ou uma prostituta, para realizar-se plenamente em qualquer uma dessas especialidades, escreve um romance. Todos se tornaram romancistas. Mas a gente confunde o fato de estar alfabetizado com o fato de ser escritor. A narrativa é uma arte que tem suas regras, como a pintura, como a música, não é um puro vômito confessional nem resultado de uma experiência rica ou particular.

Juan José Saer

* * *

Antes, para ser escritor, um jornalista precisava abandonar a sua profissão; hoje, se alguém quer ser escritor de sucesso, precisa antes ser jornalista; mais do que isso, precisa ter espaço cativo em grandes jornais; ou não existe. Todos os escritores de sucesso no Brasil atual têm espaços fartos de mídia... Na maior parte das vezes o jornalista é um carteiro, o sujeito que leva a mensagem ao destinatário. Nada mais. É uma profissão não necessariamente criativa. Já a literatura não pode ser profissão, pois só funciona como iluminação, ruptura, invenção. O resto é negócio.

Juremir Machado da Silva

Todos no volume Literatura e Jornalismo, da coleção Mistérios da Criação Literária, onde eu também dou meu depoimento (ainda apareço no volume Por que escrevo?; obrigado, Brito!).

Julio Daio Borges
21/2/2008 à 00h45

 

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