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Quarta-feira, 26/3/2008
Confiabilidade
Daniel Bushatsky

Meu sábio pai, questionado sobre o futuro dos jornalistas e a rivalidade destes com os blogueiros, respondeu que tudo dependia da confiabilidade do escritor.

Na hora me caiu a ficha. A questão realmente importante, não é se teremos mais blogueiros do que jornalistas no futuro, mas sim a seriedade do escritor e a credibilidade das informações passadas.

Bem ou mal, jornais e revistas consagrados vendem informações "confiáveis", mesmo que distorcidas pelos seus editores. As pessoas querem afirmar em uma conversa, sem terem dúvidas, se o tópico abordado é verdadeiro ou não.

Nada como poder dizer em meio a uma discussão: "eu li no Estado", "eu vi na Veja", "o teste da Quatro Rodas confirmou". Da mesma forma vem acontecendo com os blogs.

Quando algum blog fica famoso por divulgar determinada área de conhecimento, ele vira referência. Se é referência, é sério, se é sério, é confiável, se é confiável, você pode citar em uma conversa de bar!

Até porque há um ponto em comum entre o blogueiro e o jornalista, um ponto que dá pesadelo em ambos: a fonte. De onde vem aquela informação? Quem passou sabe, ou inventou?

Passado o primeiro entrave, vamos à segunda parte do artigo, a questão da diversidade que, já adianto, tem tudo a ver com a primeira parte.

Acredito que haverá no futuro muito mais blogueiros do que jornalistas, no sentido que conhecemos hoje ― trabalhando em alguma mídia convencional. Porém, não seria qualquer propagador de informações uma espécie de jornalista?

Portanto, os formadores de opinião, de forma genérica, com certeza se multiplicarão e, considerando a facilidade de se criar um blog, este ramo de atividade aumentará e, naturalmente, se especializará.

Ou seja, teremos muitas opções de blog e eles versarão sobre tantos assuntos, que poucos se interessarão ou mesmo terão tempo de ler o Jornal. Os blogs serão mais profundos que o jornal e mais atualizados (em tempo real). Tanto isto é verdade que os grandes jornais já criaram seus blogs e investem pesado neles.

Isso também porque a informação não pára e as pessoas sugam-na rapidamente. Tempo é dinheiro, tempo é cultura, tempo é a necessidade de tomar decisões da forma mais rápida possível.

Ser ou não ser confiável é a questão essencial do futuro, onde todos estarão sendo jornalistas, de uma maneira ou de outra.

Daniel Bushatsky
26/3/2008 às 11h11

 

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