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Terça-feira, 5/11/2002
Tribalistas e Zé Celso
Julio Daio Borges

Ontem, um amigo que sabe da minha admiração pelos Tribalistas (o mais novo programa de índio da música brasileira) me abordou com as seguintes palavras: "Trio. Tripé. Triângulo. Tribalistas". Eu ri e perguntei: "Você está inventando isso agora?" Ele: "Não, vi o Arnaldo Picaretunes dizendo isso, a sério, na TV. Que pena que você perdeu [sorriso cínico irreproduzível]". Bom, nunca é tarde para, com a inestimável ajuda do "Houaiss", dar minha contribuição a esse "chef d'oeuvre" da poesia tribalista: "Tripa. Tribufu. Tricô. Triglicérides. Trilegal. Triste-Bahia-oh-quão-dessemelhante. Three to get ready. Tripanossoma, tripanossoma, tripanossoma!" (A repetição da última palavra é importantíssima para acentuar o caráter protozoário da coisa.)

Outro amigo me retransmitiu o convite para o debate de lançamento de um livro: "Folha Explica José Celso Martinez Corrêa". Confesso que fiquei atônito: como assim? Alguém crê que Zé Celso seja um ser explicável? Será que finalmente eu vou entender o que é o te-ato electrocandomblaiko? Ou o livro traz, passo a passo, as instruções para fazer uma orgya dionysíaca pós-artaudiana? Bem, seja como for, leio que o debate, que é hoje, terá a presença do próprio ser zé-célsico e de um psicanalista. Não é por nada, mas acho que eles deveriam ter chamado um psiquiatra -com uma camisa-de-força à mão, just in case.

Ruy Goiaba, ontem, no puragoiaba

Julio Daio Borges
5/11/2002 às 13h19

 

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