busca | avançada
133 mil/dia
2,0 milhão/mês
Segunda-feira, 28/7/2008
Caixa de entrada (?)
Vicente Escudero

A leitura deste post é recomendada para aqueles que conhecem apenas os cookies guardados no armário da cozinha.

Toda semana é a mesma coisa: o gerente Joshua Hertson me avisa por e-mail que meu cadastro no banco está desatualizado, pede meus dados pessoais e número de cartão de crédito, além de me comunicar que, agora, posso usufruir dos serviços completos do banco e desfrutar de sua imperdível linha de crédito de duzentos mil dólares.

Adoro o tom cordial de Joshua, exceto pelo fato de eu nunca ter visitado a Nigéria, nem ter uma conta bancária no Nigeria Savings Bank. Ele deve estar desapontado, nunca respondi tais mensagens, nem cliquei no link para o site do banco.

A internet está entupida de tentativas de phishing scan como esta que, apesar de tola, sempre acaba trazendo algum resultado para o criminoso na outra ponta da rede. De um lado está o estelionatário com milhares de endereços de e-mail ativos e, do outro, alguma pessoa disposta a tudo pelo vil metal. Um e-mail respondido, lucro ilícito auferido.

Já perdi a conta da quantidade de spams semelhantes que recebi: "Recadastre a sua conta do Orkut", "Recadastre a sua conta do Hotmail para evitar a desativação", "Você foi pego na malha fina da Receita Federal", "O Banco do Brasil...".

Bobagem? Apesar da grande maioria dos usuários da internet conhecer as precauções contra spam, vale lembrar que a escalada da criminalidade ― e a cibernética não é diferente ― acompanha o aumento da repressão estatal. Em meados de 2007 recebi um e-mail idêntico ao de um tribunal de justiça para acompanhamento de um processo judicial e quase dei de cara com uma página pronta para varrer o meu computador em busca de informações pessoais. O e-mail era igual ao que eu já recebia: endereço do remetente, imagens no corpo do texto, inclusive a linguagem. Se a tomada não estivesse ao alcance dos meus pés, estaria encrencado.

Ultimamente, os estelionatários têm utilizado mensagens que simulam sites de grande circulação ou de instituições públicas. Fique esperto: o cadastramento nestes sites sempre é feito diretamente na homepage, via de regra com o envio de apenas um e-mail para ativação da conta e, no caso das instituições públicas como bancos, órgãos da justiça e receita federal, o contato por e-mail só é realizado em casos raros, como cadastro para acompanhamento processual. E o detalhe mais importante: sites e órgãos públicos não enviam arquivos anexos em hipótese nenhuma.

Pronto! Agora você pode correr até o armário da cozinha e pegar um cookie sem vírus...

Vicente Escudero
28/7/2008 às 09h54

 

busca | avançada
133 mil/dia
2,0 milhão/mês