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Segunda-feira, 30/3/2009
A crise segundo Marcel Telles
Julio Daio Borges

O que gerou a crise foi uma política monetária americana excessivamente solta, e seu uso não para controlar a inflação, mas para manter o desenvolvimento a todo vapor. Quando o dinheiro sobra, leva todo mundo a se comportar de uma maneira irracional. O consumidor se endivida de maneira colossal porque seus ativos valem mais, sua casa está valendo muito, ele pode até fazer uma segunda hipoteca, e sua carteira de ações garante muito mais do que a aposentadoria. Ele se tornou um gastador líquido que gerou grandes benefícios para economias como a da China e a do Brasil. Soma-se a isso um sistema financeiro não regulado. Uma bolha, que deveria ter estourando muito antes, foi potencializada pela capacidade de alavancagem não controlada das instituições financeiras. E ganhou proporcões ainda maiores por meio de derivativos, algo que estava errado e que deveria ter sido desfeito muito antes e com muito menos impacto. Se tivesse de nomear um responsável, começaria pela política monetária, passando pela irresponsabilidade até certo ponto de cada consumidor e pela ganância das instituições financeiras.

Marcel Telles, em entrevista a Nizan Guanaes, na última Época Negócios.

Julio Daio Borges
30/3/2009 à 00h04

 

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