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Quarta-feira, 10/6/2009
Heróis
Daniel Bushatsky

Não tenho ídolos. Infelizmente. Já tentei me apaixonar por algumas pessoas, mas depois de 5 minutos googleando, desisto. Sejamos realistas: nos dias atuais, com tantos enganos e engodos, tá difícil arranjar alguém em quem se inspirar.

Um amigo me sugeriu que eu pegasse as partes especiais de cada um criando um andrógeno, parecido com o Edward Mãos de Tesoura. O filme, um conto de fadas moderno, mostra claramente que criar andrógeno não é a melhor solução, eles sofrem. Os filmes e a literatura mostram esse conflito. Ninguém os aceita, e pior os entende.

Difícil, não? Não posso decepar as melhores partes de cada pessoa e, também, não posso aceitar as falhas delas.

Ao idolatrar os personagens de filmes, quadrinhos e televisão, acabei satisfazendo minha carência por ídolos. Cada um pode me ensinar uma coisa e cada fraqueza, quando descubro, me força a ver que ninguém é imbatível. Melhor assim do que criar um Frankenstein.

Caro leitor, não venha me dizer que minha estratégia é a mesma de criar um andrógeno ou um monstro (dependendo do ponto de vista), porque não é. Já é tudo fictício mesmo.

Peguemos o exemplo do Super-Homem, o meu favorito. Para começar, ele é o único super-herói que acorda super-herói e só precisar colocar a fantasia para ninguém perceber quem é ele (já o Batman, por outro lado, precisa vestir os mais variados apetrechos para ser super-herói). O sentimento é muito altruísta e ele não persegue a glória. Depois, na maioria das histórias, não basta supervelocidade, visão fora do comum ou força suficiente para parar uma locomotiva. Ele precisa vencer a criptonita, demonstrando força de vontade e um desejo real de salvar o mundo.

Outro que eu não poderia esquecer é o detetive Tintin. Seu criador conta histórias do investigador em todas as partes do mundo. Mais curioso é que ele nunca saiu da França para escrevê-las. Já o impressionante é que Tintin resolve todos os problemas usando a inteligência e não a força.

Esses personagens demonstram que a justiça, a lealdade, a força de vontade devem prevalecer sobre o egoísmo, a preguiça e a covardia.

Provavelmente neonazistas e outros grupos xenófobos não devem ter tido a oportunidade de ler ou assistir desenhos enquanto crianças. Caso contrário, não agiriam com tamanha agressividade.

Pelo contrário, eles devem ter se inspirado em ídolos como Hitler e Stálin, que mataram milhões em prol de uma sociedade mais "limpa" ou "justa". Acho, que na verdade, esses grupos não só não leram meus heróis favoritos, como faltaram às aulas de história, que conta que o racismo não é o melhor modo para se resolver problemas.

Enquanto não arranjo um ídolo por aqui, deixo vocês pensando nas histórias infantis e no mundo mágico que viveríamos se tivéssemos um pouco dos princípios de nossos heróis favoritos.

E nunca se esqueçam: para o alto e avante!

Daniel Bushatsky
10/6/2009 às 17h55

 

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