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Terça-feira, 30/6/2009
Como um bólido, Susan Boyle...
Elisa Andrade Buzzo

Querem fazer da cantora Susan Boyle um monumento de beleza, quando ela se rompe em mil pedaços diante da derrota no Britain's Got Talent, programa televisivo que a revelou meteoricamente ao mundo. Não mais a primeira Susan, voluntária de igreja vivendo com o gato Pebbles num vilarejo no interior da Escócia, mas a tinta amarronzada recobrindo a até então intocada cabeleira prateada, a loja que se fecha para compras em privacidade, logo após sair de uma internação numa clínica psiquiátrica. No entanto, Susan apareceu ao mundo como veio ao mundo, em vestido cor de pele, sem medo de gritar seu sonho miserável. Como um bólido Susan Boyle passou, revelou-se, cantou com força o ar redondo e coeso de sua pequena boca, encantou uma plateia desacreditada de sua feiura, foi esperança na descrença, do contrário seria apenas uma anônima de volta à casa, enquanto agora, decaída de sua pureza inventada, em seu pescoço protuberante vaza a glória. De certa forma, quando vejo a foto de Susan Boyle, já mais esguia, enviando um beijo aos fãs no aeroporto, revejo seu rosto de poodle provocador, em sua primeira aparição na tevê, rebolando para os jurados, mostrando seu corpo, sua voz e nada mais, Susan Boyle ainda vive, tal como foi, nas caricaturas dos humoristas, pois não mais Boyle está aqui, e sim a representação de sua figura, desta vez apresentável aos padrões da televisão, da sociedade de consumo, assim é Susan, apetecível, degustável, leve blush corando as bochechas.

Elisa Andrade Buzzo
30/6/2009 à 00h21

 

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