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Quarta-feira, 24/9/2014
Não tem em quem votar
Julio Daio Borges

Não tem em quem votar. É o que ouço, e é verdade. Começando pelos nanicos:

Levy Fidelix é uma espécie de nanico profissional. Como se o Enéas, de 1989, tivesse continuado a se candidatar pela vida afora, mesmo sem ter a menor chance de vitória. Quixotesco no pior sentido do termo. Quer ser presidente mas se atrapalha mais do que a "presidenta" com as cifras, misturando bilhões com milhões arriscada e perigosamente.

Já o Pastor Everaldo nutria a esperança de aglutinar os votos dos evangélicos, mas teve sua candidatura esvaziada pela aparição de Marina Silva. Por causa de suas posições retrógradas, acabou virando motivo de chacota. No máximo, um candidato pitoresco a vereador ou deputado estadual (jamais um presidenciável).

A Luciana Genro parece que saiu da máquina do tempo. É aparentemente mais jovem, só que usa os velhos chavões da Geração 68. Ignora solenemente as experiências da esquerda brasileira no poder. Retoma a velha cartilha (mais radical) do PT, quando o partido assustava a classe média e nunca conseguia se eleger. Mas Luciana parece não se importar com isso: quanto mais inexequível o programa, melhor pra ela. Seus eleitores têm a mesma inocência dos caras-pintadas que acreditavam "derrubar" presidentes enquanto assistiam a seriados da Globo.

Já o Eduardo Jorge soa como uma caricatura, um personagem infantil ou de desenho animado. Um misto de Mazzaropi com Pateta, com Seu Madruga. Reconhecendo-se um azarão na disputa, parte logo para o absurdo e conquista eleitores para quem o reino deve ser governado pelo bobo da corte.

A Marina, que não me convenceu pessoalmente em 2010, continua não me convencendo agora. Incapaz de criar seu próprio partido, pegou carona na candidatura de Eduardo Campos. Alçada pela tragédia ao primeiro plano da disputa, quis ser "ungida" mas acabou "desconstruída". Tenta desesperadamente conciliar seu passado de seringueira-amiga-de-Chico-Mendes com um programa mais liberal, na fronteira entre o PSDB e a "Daslusp". Um frankenstein de saias. E seu governo não será diferente.

Sobra o Aécio. E o Aécio não é perfeito. Bom para emplacar manchetes provocativas nos jornais do dia seguinte, gagueja indesculpavelmente nos debates ao vivo (nem parece que foi governador duas vezes). Tem a melhor equipe, tecnicamente falando, mas não consegue se comunicar com o homem comum - o único que poderia levá-lo ao segundo turno...

Infelizmente temos de votar em um deles no dia 5 de outubro. "Em qualquer um menos na Dilma." É uma eleição por exclusão. Entre ceder o País aos desmandos do PT por mais quatro anos e votar na melhor-equipe-que-não-tem-chance, somos premidos a assinar um cheque em branco.

Que triste destino, Brasil.

Julio Daio Borges
24/9/2014 às 10h27

 

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