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Quinta-feira, 19/5/2005
Cruzados
Julio Daio Borges

Fui assistir a nova obra-prima de Ridley Scott. Digamos assim que é uma obra-prima, prima bem pobre de seus filmes anteriores. Até agora não entendi qual é a graça de colocar na telona escatologia sanguinária. Para que mostrar em detalhes e em close flechas cravando no pescoço de um cara completamente irrelevante para a trama?

Sim, é a tal plástica da cena. O choque de ver algo assim. Tudo uma grande besteira, pois para que traumatizar ainda mais o homem urbano? Fora isso, o filme sofre de ter uma escalação péssima para o papel principal. Orlando "Elfo" Bloom como um torturado filho guerreiro está tão mal quanto o tal bichinho verde novo.

Quanto a apresentar as cruzadas num ponto de vista neutro, o filme até consegue. Mal e porcamente. Sim, porque angariar simpatia para os muçulmanos hoje em dia parece ser crime. Mas uma coisa que precisa ficar clara é que história é história, e hoje é hoje. Um não pode justificar o outro. De qualquer maneira, o filme é ficção.

E o que faltou na ficção foram cenas de batalha mais bem planejadas, e um enredo melhor. Sem enredo, e com cenas de batalha tão enroladas que não se sabe nada do que passou, exceto que um monte morreu de um lado e de outro, deixam o filme chato. Entendo que o diretor queira mostrar como seria estar no meio da batalha. A tal confusão. Mas repetir isso muitas vezes vira chato. Faça uma vez ou outra. Não 50, num filme de 2h40, a meu ver completamente desnecessário para o enredo exibido.

Só sei que vai gerar um monte de gritaria o tal filme. Afinal, ninguém gosta quando o seu "lado" é "mostrado" de maneira menos lisonjeira. Para falar a verdade, este tipo de pessoas são muito chatas... Merecem ver este filme.

Ram Rajagopal, nosso Comentador mais dedicado (desta vez, no seu blog, o Cataplum, já anteriormente indicado - porque eu também detestei o filme; vocês vão saber depois...).

Julio Daio Borges
19/5/2005 às 07h00

 

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