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Quinta-feira, 12/3/2015
José Moutinho
Julio Daio Borges

Atendendo a pedidos, publicamos pequenas entrevistas com os Blogueiros do Digestivo. Todo dia, no Blog do Digestivo, pelo menos uma nova entrevista. (Até que a plataforma esteja 100% pronta e você conheça os blogs propriamente ditos...!) - JDB

1. Qual é a sua história com o Digestivo? (Como conheceu; há quanto tempo lê; por que acredita na iniciativa do Digestivo Blogs.)

Descobri o Digestivo Cultural, em 2012, durante pesquisas regulares que faço na Internet. Gostei da maneira original em tratar a divulgação e vendagem de livros; o DC consegue associar sinopses com artigos de qualidade, se diferenciando de outros sites sobre livros.

Sou um cidadão modesto que, desde garoto, adora livros. Acredito que os livros me salvaram nesta vida complexa, contribuíram para a formação da minha personalidade. Com eles sempre dialoguei (às vezes de forma áspera).

Numa viagem fantástica em busca de livros (papel e digital, este via Internet) encontrei o Digestivo Cultural. Falarei mais sobre o assunto no primeiro artigo.

Mas acredito que a iniciativa dos blogs dos leitores (e simpatizantes) do DC é de alta importância e responsabilidade para a cultura nacional.

2. Qual é o seu "background" (sua formação)? De onde vem; o que estudou; quais trabalhos seus citaria etc.

Sou jornalista por vocação, desde 1992, filiado à Associação Brasileira de Jornalistas e à Associação Brasileira de Imprensa - ABI. Atuei como jornalista no Rio de Janeiro, no final da década de 1980, pelo jornal alternativo Hora do Povo, sendo transferido para Brasília em 1992. No Distrito Federal realizei inúmeras coberturas jornalísticas, inclusive no interior do Congresso Nacional. Entrevistei inúmeras personalidades políticas, sindicais e empresariais.

No Rio de Janeiro, o meu início no HP foi basicamente na área cultural, notadamente música e literatura: entrevistas com intérpretes e compositores, dos mais diversos gêneros musicais. Entrevistei também artistas do teatro e TV, tanto que perdi a conta.

De volta para o Rio de Janeiro, no final da década de 1990, prossegui no HP até 2004, ano em que dei por encerrada a minha participação nessa publicação. Passei a estudar Comunicação Social (Jornalismo), com uma pausa no 6º período, e no presente momento estudo História (outra paixão), com previsão de conclusão em 2016. Quero fazer um intercâmbio dessas duas disciplinas, na medida de minhas forças. Não representa novidade tal interdisciplinaridade, mas em História e Jornalismo sempre há muito que fazer.

De 2004 até o presente atuo no setor petróleo, notadamente em entidades de classe. Fui jornalista da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), tenho uma relação profissional (em atividades freelancer) com a Associação Nacional dos Anistiados da Petrobrás, Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Agência Petroleira de Notícias (APN), entre outras iniciativas. Já atuei em outras categorias, na edição e escrita de jornais e boletins.

Também fui operador e programador de computador, em trabalhos paralelos ao jornalismo. Gosto muito de informática. Programei nos gloriosos Clipper e Dbase III Plus. Sempre fui apaixonado por bancos de dados. Peguei muitos programas no início de carreira, na década de 1980, quando computadores do tipo CP-500 estavam sendo encostados e o modelo IBM-PC iniciava sua carreira de sucesso. Trabalhei com o MS-DOS (aquela tela preta misteriosa e monocromática), o Windows 3, o Word, o Excell (antes eu usava o Lotus 123), a Internet (até 2002, fiz páginas em HTML, na unha). Hoje, sou fã do GNU/Linux (uso o Linux Mint 17.1), embora também utilize o Windows 7 numa das minhas máquinas. Mas a filosofia do Linux me agrada demais: liberdade.

3. Sobre quais temas vai falar/tratar no seu blog?

Cultura, Internet, software livre, Linux, literatura (resumo ou crítica sobre determinada obra), história e jornalismo.

4. Você já teve blog? Se sim, qual (ou quais), e com que repercussão?

Não, mas tenho grande prática em administrar "web sítios", em função dos meus trabalhos profissionais via Internet. Tenho me especializado em mídias digitais e redes sociais, concluí nesta semana um curso de mídias sociais, numa universidade no Rio de Janeiro. Fiz cursos de mídias sociais em cursos ligados a entidades de jornalistas.

Não tenho Facebook, e não pretendo, mas reconheço seu potencial e tenho prática nele por conta dos clientes. Curto muito o bom e velho e-mail, WhatsApp (magnífico para comunicações instantâneas, quase a custo zero), Skype, WordPress (fantástico!), um pouco de Joomla!

5. Qual é sua relação com a escrita? Já escreveu em outros veículos/sites? Já publicou? Como foi a sua experiência nesse sentido (de colaborar e/ou publicar)?

Parte da resposta a esta pergunta pode ser encontrada no item 2, sobre "background". Tenho vários artigos publicados na imprensa (antiga Tribuna da Imprensa, revistas alternativas, entre outras publicações) e, sobretudo, em veículos de comunicação na Internet - Correio da Cidadania, Agência Petroleira de Notícias, Revista Espírito Livre, Aepet, Conape, Federação Nacional dos Petroleiros, Arquivo Nacional (sobre anistia aos petroleiros perseguidos pela ditadura). Tive também participações em livros de poesia, prosa, artigos, entre outros.

6. Como é se interessar por cultura, ou ter uma atividade intelectual, ou simplesmente ler o Digestivo, num país como o Brasil, ou sendo brasileiro? É uma profissão de fé? Ou é um desafio que te motiva (no dia a dia)?

Cultura foi o meu passo inicial para a escrita, após longos anos de leitura, na juventude. Na fase adulta a escrita passou a ser uma atividade profissional, mas sempre com um toque de paixão (que vai além da necessidade de sobrevivência). Gosto do processo de pensar conteúdos e resultado final em artigo. É um processo sempre desafiador, trabalhoso, que me proporciona muita alegria de ver uma contribuição consolidada, por mais modesta que seja.

E mais: cultura sempre é um tema apaixonante e desafiador em diversos países, e o Brasil não está fora, notadamente por suas dimensões continentais. Vivemos em uma conjuntura bastante complexa e preocupante, em função do recrudescimento dos extremismos, etnocentrismos, entre outros. Assim, temos aí uma tarefa longa para todos nós amantes de temas culturais. Sou pelo combate ao etnocentrismo e a defesa do humanismo - não existe ninguém (ou cultura) melhor ou pior que outro, apenas diferentes.

7. Você acha que, através da internet, podemos mudar esse cenário (de pouca cultura, pouco interesse pela vida intelectual, parca discussão de ideias etc.)?

Acredito, sim. A Internet ainda é um desafio para milhões e milhões de pessoas no Brasil e no mundo. As pessoas aos poucos vão se educando a fazer uso consciente da Internet, mesmo aos trancos e barrancos.

As pessoas ainda não sabem fazer uso consciente, sistematizado da Internet ("atiram para todos os lados", não se fixam), precisam vencer a leitura rápida demais e pouco reflexiva.

O Digestivo Cultural pode ajudar às pessoas a fazer uso consciente da Internet. Ou seja, ir ao encontro de uma leitura sistematizada, selecionada, consciente (evitar o "copiar e colar") e cooperativa.

Temos pela frente o trabalho por levantar a autoestima dos brasileiros - estimulá-los ler e gerar conteúdos (reflexivos). Vejam o resultado do último Enem, onde meio milhão de pessoas tiraram zero em redação. Esse é um público que precisa ser trabalhado, ser um dos nossos focos - precisamos ajudá-los a pegar gosto pela leitura e escrita.

8. Quais foram suas maiores influências? (Não precisa, necessariamente, ser alguém conhecido ou "famoso". Pode citar obras e/ou experiências também.) Quais "modelos" pretende seguir (ou te servem de referência)?

São muitas. Mas gostaria citar Karl Marx e Friederich Engels (além das famosas análises sobre o sistema capitalista, destaco os estudos sobre literatura e cultura), Gramsci (cultura e intelectualidade, cultura e vida nacional, hegemonia, imprensa), Max Weber (A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo), Caio Prado Júnior (História Econômica do Brasil, entre outros), Sérgio Buarque de Holanda (Raízes do Brasil), Noam Chomsky (linguística e estudos sobre a manipulação do público pela mídia grande, análises sobre conjuntura internacional, entre outros).

Tudo do Machado de Assis (que me surpreende a todo instante; tenho alguns livros inclusive no meu tablet), Eduardo Galeano (pela inteligência, criatividade, altruísmo, humildade e simplicidade; leio tudo que posso dele), José Saramago (pela coragem e inteligência), o jornalista norte-americano Michel Moore (li praticamente todos os seus livros).

E para aliviar meus dias, sempre estou com o Isaac Azimov (Fundação, Sonhos de Robô etc.) e seus discípulos, entre outros da ficção científica.

Para finalizar, destaco: Sánches Vazques, Marilena Chauí, Nelson Weneck Sodré, José Luís Fiori, Samuel Pinheiro Guimarães, Umberto Eco.

São muitos a citar, mas acho os que aqui estão são os mais fortes.

Acredito na eficácia dos modelos "materialismo histórico" e "dialético" para estudos científicos e escrita da História. No entanto, também admiro as teses da chamada "Escola dos Annales", da França, que muito influenciou (e ainda influencia) a historiografia no mundo. Destaco Marc Bloch, que tenho lido no momento (A apologia da História).

9. Mais alguma coisa que os Leitores precisam saber de você (mais alguma coisa que você gostaria de falar e eu não te perguntei)?

Além de artigos, admiro muito entrevistas no campo cultural.

10. Onde mais a gente pode te encontrar? (Links ou referências, na internet, que você quiser/puder passar...)

Nos sites correiodacidadania.com.br, apn.org.br, conape.org.br, aepet.org.br, fnpetroleiros.org.br, entre outros.

Nota do Editor
José Moutinho compõe o novo grupo de blogueiros do Digestivo Cultural ;-)

Julio Daio Borges
12/3/2015 às 18h16

 

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