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Quarta-feira, 8/4/2015
Max Weber e o jornalismo
Celso A. Uequed Pitol


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O trabalho jornalístico de Max Weber raramente é lembrado quando se fala de sua trajetória intelectual. E foi um trabalho desenvolvido ao longo de muito tempo. Na verdade, antecede mesmo a sua carreira acadêmica

Na juventude, Weber escreveu para dois periódicos, ambos de inspiração cristã evangélica: o "Chronik der Chrislichen Welt", onde foi colunista, e o "Evangelisch-soziale Zeitfragen", onde foi diretor. Anos depois, foi um dos fundadores do jornal "Die Zeit" e colunista do popularíssimo "Frankfurter Zeitung", onde abordou temas políticos e culturais com vigor militante. Ainda contribuiu com outros perióicos de Berlim e Munique, todos de inspiração liberal-democrática.

Em seus artigos Weber abordou, com a profundidade de sempre, a atuação do Kaiser, do chanceler, de figuras políticas, dos militares, da burocracia, partidos políticos e outros temas com os quais tinha intimidade. Chegou a se tornar uma figura célebre por suas análises penetrantes e independentes, que motivavam muitas polêmicas nos veículos onde escrevia. Acima de tudo, Weber tinha um imenso respeito pela atividade que desempenhava: via o melhor jornalista político - que resiste ao poder dos anunciantes, dos lobbies dos partidos, da própria redação onde trabalhava - como uma espécie de missionário.

Sobre a profissão, disse:

"Nem todos compreendem que o trabalho jornalístico exige pelo menos tanto `gênio' quanto o trabalho intelectual, especialmente devido à necessidade de produzir imediatamente, e por `encomenda' e devido à exigência de ser eficiente (.)

Raramente as pessoas dão-se conta que a responsabilidade dos jornalistas é, na verdade, muito maior do que a dos intelectuais".

Um elogio do maior cientista social do século XX que deixamos, neste 7 de abril, a todos os jornalistas que estão celebrando a sua data.

Celso A. Uequed Pitol
8/4/2015 às 11h45

 

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