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Sexta-feira, 10/6/2005
Nunca mais
Julio Daio Borges

Tenho mania de acreditar no Rio, mesmo não confiando mais na espécie humana.

Passei anos morando na Europa e fui até muito feliz por lá. Mas sempre tive a sensação mortal de ser um estrangeiro.

Ou pior, um estranho.

Talvez seja por isso que nunca mais me passou pela cabeça a idéia de sair dessa cidade.

Há alguma coisa aqui que me faz acreditar no que ainda existe de melhor em mim e na minha espécie.

Pode até ser que esta qualidade seja menos do Rio e mais de tudo o que já vivi aqui.

É possivel que a minha crença seja puramente afetiva.

Mas cada vez que amanhece em Copacabana, e que a minha janela se enche de luz dourada, tenho uma sensação recorrente de déjà-vu do Paraíso.

Um Paraíso urbano e ensolarado, com um calor em que estou sempre confortável e seguro.

E uma brisa salgada, que alivia todos os meus medos.

Até não sobrar nenhum vestígio.

Jôka P., no Avenida Copacabana, que linca pra nós.

Julio Daio Borges
10/6/2005 às 16h53

 

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