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Quinta-feira, 16/7/2015
Marcio Acselrad
Julio Daio Borges

Atendendo a pedidos, publicamos pequenas entrevistas com os Blogueiros do Digestivo. (Até que a plataforma esteja 100% pronta e você conheça os blogs propriamente ditos...!) - JDB

1. Qual é a sua história com o Digestivo? (Como conheceu; há quanto tempo lê; por que acredita na iniciativa do Digestivo Blogs.)

Não saberia dizer como o Digestivo entrou na minha vida. Sei que faz um bocado de tempo. Fiquei encantado à primeira lida. Que espaço é esse? Como é possível se manter uma publicação na internet com essa qualidade? Quem é esse cara? Aos poucos as coisas foram se esclarecendo. Descobri que esse cara se chama Julio e que é possível, sim, manter uma publicação virtual independente e de qualidade. Continuo não sabendo exatamente como ele consegue mas isso não tem tanta importância. Importante é saber que ele existe, que tem gente, e pelo visto muita gente, que acredita ser possível o exercício da inteligência, da liberdade e da boa escrita em ambiente virtual. O resto é silêncio...

2. Qual é o seu "background" (sua formação)? De onde vem; o que estudou; quais trabalhos seus citaria etc.

Sou graduado em Psicologia pela UFRJ e fiz mestrado e doutorado em Comunicação e Cultura na mesma instituição. Venho de lá mesmo, do Rio de Janeiro, mas há 13 anos moro e trabalho em Fortaleza, Ceará, como professor universitário. Minhas publicações versam sobre os temas acadêmicos que mais me interessam: Teoria da Comunicação, Mídia e produção de subjetividade, Psicologia social e principalmente humor. Este último, acredito, é a coisa mais importante que temos para viver, mais até do que a razão. A prova disso é que a razão muitas vezes nos falta. Mas que seria de nós sem humor?

3. Sobre quais temas vai falar/tratar no seu blog?

Acredito que um blog deva ser essencialmente um espaço de liberdade. Espero poder tratar de assuntos variados, além dos citados acima. É um lugar para se falar de política, cultura, crenças e descrenças, humor, música, literatura e o que mais pintar por aí. Espero que seja também um bom lugar para dialogar, ler opiniões semelhantes ou divergentes mas sempre que possível cordiais. Gosto de polêmicas e acredito que da discussão pode vir muita coisa positiva, desde que seja feita com sensibilidade e respeito.

4. Você já teve blog? Se sim, qual (ou quais), e com que repercussão?

Nunca tive um blog como esse. Já tive outros mas com finalidades específicas, ligadas à academia.

5. Qual é sua relação com a escrita? Já escreveu em outros veículos/sites? Já publicou? Como foi a sua experiência nesse sentido (de colaborar e/ou publicar)?

Minha relação com a escrita vem de longe. Sempre fui um apaixonado por letra escrita, leitor convulsivo. Gostava tanto de escrever que minha primeira incursão pelo mundo universitário foi no curso de Comunicação Social da UFRJ, onde descobri que, apesar do amor pela palavra, não levava jeito para jornalista profissional. Já escrevi matérias esporádicas para algumas publicações e no momento sou colunista do jornal Ser Tão, editado em Quixeramobim, Ceará.

6. Como é se interessar por cultura, ou ter uma atividade intelectual, ou simplesmente ler o Digestivo, num país como o Brasil, ou sendo brasileiro? É uma profissão de fé? Ou é um desafio que te motiva (no dia a dia)?

Cultura é tudo. Absolutamente tudo que fazemos é cultura. Escrever é cultura mas também pintar, compor, pensar, discordar. Somos seres culturais, quer saibamos disso quer não. Cultura é também cultivo, e nesse sentido é algo que deve ser cuidado, preservado, cultivado mesmo. O Brasil não costuma ser visto, principalmente pelos que aqui vivem, como um país com forte tradição cultural mas isso absolutamente não é verdade. Temos grandes escritores, artistas e intelectuais, além de uma riquíssima tradição de cultura popular. Mesmo que muitas vezes esta não seja valorizada pelos órgãos oficiais, sempre há os que percebem sua importância e a valorizam. Neste momento acredito que estamos em um momento particularmente interessante quanto a isso. Como professor universitário sinto que nosso papel de formador de consciência crítica é cada vez mais presente e dele não podemos abrir mão. Desafio? Mas qual a graça de algo que não seja um desafio?

7. Você acha que, através da internet, podemos mudar esse cenário (de pouca cultura, pouco interesse pela vida intelectual, parca discussão de ideias etc.)?

A internet é um reflexo do que somos. Ao mesmo tempo um lugar propício para o debate, a troca de ideias e a discussão inteligente e um lugar inóspito, violento e agressivo. Por trás do anonimato muitos se escondem e berram opiniões preconceituosas mas muitos outros utilizam este espaço para o dialogo profícuo. Nada muito diferente do que acontece no mundo chamado real...

8. Quais foram suas maiores influências? (Não precisa, necessariamente, ser alguém conhecido ou "famoso". Pode citar obras e/ou experiências também.) Quais "modelos" pretende seguir (ou te servem de referência)?

É tanta gente que fica difícil escolher. No campo da literatura, as primeiras e ainda hoje mais fortes influências foram sem dúvida a turma do humor: Luis Fernando Verissimo, Millôr Fernandes, Aldir Blanc, o pessoal do Pasquim. Também podem ser citados José Saramago, Machado de Assis, Rubem Fonseca, Dostoiévski, Leonardo Padura, Sholem Aleichem, Groucho Marx, Schopenhauer e, claro, Carlos Acselrad. Devo ter esquecido um monte de gente...

9. Onde mais a gente pode te encontrar? (Links ou referências, na internet, que você quiser/puder passar...)

https://www.facebook.com/marcio.acselrad

Nota do Editor
Marcio Acselrad compõe o grupo de blogueiros do Digestivo Cultural ;-)

Julio Daio Borges
16/7/2015 às 12h02

 

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