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Segunda-feira, 20/7/2015
Irmãos Amâncio
Julio Daio Borges

Atendendo a pedidos, publicamos pequenas entrevistas com os Blogueiros do Digestivo. (Até que a plataforma esteja 100% pronta e você conheça os blogs propriamente ditos...!) - JDB

1. Qual é a sua história com o Digestivo? (Como conheceu; há quanto tempo lê; por que acredita na iniciativa do Digestivo Blogs.)

Angélica Amâncio ― Um amigo me encaminhou um texto, anos atrás. Li outro, outro... E passei a acompanhar a página, que tem muitas contribuições interessantes, como a ideia do Digestivo Blogs!

Luís Fernando Amâncio ― A iniciativa do Digestivo Blogs é muito boa. O Digestivo se tornou um canal de confluência para pessoas que acompanham a produção cultural. Dar voz a esses leitores, que não por acaso acompanham o site, certamente ampliará o diálogo, potencializará as trocas de experiências.

2. Qual é o seu "background" (sua formação)? De onde vem; o que estudou; quais trabalhos seus citaria etc.

Angélica ― Eu nasci em Três Corações e passei a vida, até aqui, estudando Literatura: graduação, mestrado e doutorado... Pode parecer um tanto quanto "monocromático" a princípio, mas a gente sabe que, de monocromática, a literatura não tem nada. No meu caso, posso dizer que ela colore muito a minha vida.

Luís Fernando ― Minha formação é em História. Fiz a graduação e o mestrado na UFMG, com dissertação sobre o movimento de Cinema Novo e o conceito de culturas políticas. Paralelamente, me dedicava à produção literária, atividade à qual dou maior atenção agora.

3. Sobre quais temas vai falar/tratar no seu blog?

Angélica ― Sobre coisas que façam o coração pulsar diferente: filmes, livros, viagens, shows de rock, dias de chuva, partidas de futebol e ― por que não? ― política, desigualdade, dor.

Luís Fernando ― Estou com muita vontade de escrever crônicas, justamente por ser um gênero que nos permite, com o pretexto de tratar do cotidiano, flutuar entre vários temas.

4. Você já teve blog? Se sim, qual (ou quais), e com que repercussão?

Angélica ― Tenho um blog que, ultimamente, atualizo muito pouco. Foi criado com o intuito de domesticar um pouco a escrita, produzir semanalmente, disciplinadamente. Nos primeiros anos, o projeto foi eficaz e teve alguns leitores. Depois minha energia foi sendo sugada pela escrita acadêmica. Agora é hora de redirecioná-la para o "literário" outra vez.

Luís Fernando ― Também tenho um blog, forma que encontrei para compartilhar textos com amigos ou quem mais se aventurar a lê-los. De fato, ter um blog é um ótimo exercício ― não dá para deixar os textos empoeirando no HD do computador. Mas também tenho atualizado pouco meu blog...

5. Qual é sua relação com a escrita? Já escreveu em outros veículos/sites? Já publicou? Como foi a sua experiência nesse sentido (de colaborar e/ou publicar)?

Angélica ― Publiquei contos em coletâneas, poemas em revistas, textos em jornal, além de resenhas, artigos, ensaios acadêmicos. Estou com meu primeiro livro de poemas pronto, para ser lançado até o final deste ano.

Luís Fernando ― Participei de coletâneas de poemas, de crônicas e de contos. Recentemente, como premiação no "Prêmio LiteraCidade Jovem", publiquei meu primeiro livro, Contos de Autoajuda para Pessoas Excessivamente Otimistas, pela editora que nomeia o certame.

6. Como é se interessar por cultura, ou ter uma atividade intelectual, ou simplesmente ler o Digestivo, num país como o Brasil, ou sendo brasileiro? É uma profissão de fé? Ou é um desafio que te motiva (no dia a dia)?

Angélica ― Acredito que cultura seja uma questão de círculo social, de vontade, de oportunidade ― não exatamente de país. Há muita gente interessada em cultura no Brasil, assim como há muitos indivíduos nos países ditos "desenvolvidos" que passam as noites vidrados na programação paupérrima de certos canais de TV (e, sim, a programação também pode ser paupérrima por lá!). Ter uma atividade cultural, seja onde for, tem a ver com isso: ajudar a produzir a oportunidade ― que as pessoas são livres para apreciar ou refutar, é claro.

Luís Fernando ― Não consigo pensar em cultura por um viés que não seja o antropológico, ou seja, cultura como conjunto de práticas e representações que determinada coletividade tem em comum. E, nesse sentido, o Brasil tem uma cultura muito rica, diversa. Particularmente, acho que o maior desafio para a atividade intelectual é transformá-la em um diálogo amplo com o maior número possível de pessoas. Não basta ficar restrito a um pequeno círculo de pares, de iguais. Nem achar que só será ouvido: diálogo indica troca. O intelectual também precisa ouvir.

7. Você acha que, através da internet, podemos mudar esse cenário (de pouca cultura, pouco interesse pela vida intelectual, parca discussão de ideias etc.)?

Angélica ― A internet ajuda a difundir a cultura, isso é inegável. Mas a gente sabe que tem muito vídeo engraçado no YouTube, muita chamada sensacionalista na primeira página do Yahoo, muito famoso mostrando a boa forma na praia. Convenhamos: é difícil competir com tudo isso. Só que a gente insiste, sabendo que não dá para ganhar todas ― nem para perder também.

Luís Fernando ― Penso na internet como um oceano. Quantas possibilidades de trajetos e de descobertas um oceano guarda? Muitas. Mas as pessoas costumam seguir por caminhos que já conhecem, dia após dia, o mesmo trajeto: ou seja, mal utilizado, oceano é como um riacho, um caminho só. A internet tem muito potencial, já é uma revolução por agrupar pessoas por afinidades e não pela geografia. Mas, sem espírito desbravador, a internet não se efetiva em todo seu vigor.

8. Quais foram suas maiores influências? (Não precisa, necessariamente, ser alguém conhecido ou "famoso". Pode citar obras e/ou experiências também.) Quais "modelos" pretende seguir (ou te servem de referência)?

Angélica ― São muitas as influências. Professores, escritores, amigos, familiares, personagens. Meursault, Sal Paradise, Antoine Roquentin, e tantos outros, ensinaram-me um pouco a ser assim no mundo.

Luís Fernando ― Literatura beat, contemporânea, animes, rock, Hermes e Renato, o cinema menos domesticado... Há tanto para se experimentar que fico pouco pensando em quem realmente me influencia.

9. Mais alguma coisa que os Leitores precisam saber de você (mais alguma coisa que você gostaria de falar e eu não te perguntei)?

Angélica ― A ideia para o blog era escrevê-lo em parceria com o meu irmão e, por isso, chamá-lo Irmãos Amâncio - numa referência descarada aos Irmãos Coen, Campos ou Lumière, tanto faz. É um projeto antigo nosso e vimos na proposta do Digestivo Cultural uma oportunidade de colocá-lo em prática. Ele acabou sendo dividido (Luís Fernando e Angélica), para evitar confusões nas autorias, mas a ideia é a mesma. Afinal, sob o título de Digestivo Blogs, continuamos escrevendo juntos!

10. Onde mais a gente pode te encontrar? (Links ou referências, na internet, que você quiser/puder passar...)

Angélica ― Dá para ler textos antigos no blog fragellytee.blogspot.com.br

Luís Fernando ― E meu blog é o wwsuicide.blogspot.com

Nota do Editor
Angélica e Luís Fernando Amâncio compõem o grupo de blogueiros do Digestivo Cultural ;-)

Julio Daio Borges
20/7/2015 às 18h57

 

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