|
Sexta-feira, 29/7/2005 New York On Time Julio Daio Borges Com apenas dois anos de diferença, saíram, quase incógnitos, os dois livros de poesia mais fecundos deste século e meio: Leaves of Grass e Les Fleurs du Mal (1857). Baudelaire e Whitman são antípodas - um amava as mulheres, o outro os homens, um era refinado, burguês e melancólico, o outro simples, proletário e cheio de energia - mas têm em comum, além da quase coincidência de data, o fato de terem publicado um único livro de poesia, ao qual foram acrescentando poemas ao longo da vida. Baudelaire, dois anos mais novo, morreu muito antes e não há registro de que tenha ouvido falar em Whitman, embora ambos compartilhassem a paixão por Edgar Allan Poe. Whitman, que ainda viveu mais 25 anos, conheceu Baudelaire através de Oscar Wilde e não gostou. Campeão do verso livre, Whitman disse que os poemas rimados e de métrica rígida do francês eram "doentios", "matemáticos", "uma máquina, uma escravidão". Wilde, esteta e dândi como Baudelaire, não concordou com o velho mestre. Jorge Pontual, no seu blog (que eu descobri outra semana...). Julio Daio Borges |
|
|