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Quinta-feira, 3/11/2005
Escritora-apesar-de
Julio Daio Borges

Voltei. Desta vez com minhas virtudes mais esquisitas. Se eu me assumi como escritora, saibam que não me assumi como outras coisas. Por exemplo: fui vocalista de banda de rock, mas não me levei a sério, embora muita gente levasse. Toquei piano e achei um porre. Entrei em aula de violão e não tive paciência. Toquei bateria e não tive apoio. Dancei jazz e idem. Fiz krav-magga e fiquei grávida uma semana antes do exame de faixa. Mas a escritora foi a única que ultrapassou todos os obstáculos. Não houve falta de papel nem de caneta. E quando faltou inspiração, eu me olhei bem fundo e o poema veio. Não dependi de ninguém: pai, professor, mecenas. Fui escritora apesar de. E meu filho vem seguindo, ao menos, o caminho de leitor. Por enquanto, pega os livros para comer.

Ana Elisa Ribeiro que - para bem de todos e felicidade geral da nação - voltou com a sua Estante de livros on-line.

Julio Daio Borges
3/11/2005 às 17h43

 

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