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Sexta-feira, 12/5/2006
blé!
Julio Daio Borges

pelo meu pai

Sorrio todas as vezes que ouço aquela música. O Bob Dylan riu comigo ontem. Queria parar de tocar aquela música mágica mas não conseguia, simplesmente não conseguia, então sorria. Duas gotas de suor caíram de sua testa. Foi lindo. Pandorim, Pandorim, jogue suas notas para mim. Sonhei com um grupinho de menininhas pobres com chinelinhos baratos, pareciam de papéis e vestidinhos de filó, mas com sorrisos enormes no rosto, doentes de fome. Incrível!!!! Também com aspiradores de pó dementes, queriam sugar minhas roupas e objetos, falavam que queriam mostrar as pessoas pras pessoas como elas são de verdade; esqueleto e veias. Nada por cima, nada, só a carne, os orgãos moles, o esqueleto, o cérebro. HhahaHAHah, eles riram do cérebro, como uma coisinha tão feinha e nojenta daquelas podia pensar, inventar, criar, fazer algo para o nosso planeta de verdade. E, tudo que víamos era culpa daquele órgão tão frágil, feio, suculento, mas mera fantasia. Nada era real, nem a fome, nem os amigos, nem as festas, muito menos a faculdade, a idéia de família e amor. Fiquei olhando pra raiva que meu cérebro irradiava ao ouvir aquilo. Ele tremia, não tinha culpa; ou tinha. Cérebros uma vez foram mandados à Terra pra fazer os robôs idiotas serem mais sentimentais, fúteis e curvilíneos. Pensei em como achava aquilo horrível. Mas não fiquei triste. Me peguei lembrando de Puce Moment do Kenneth Anger, aquela mulher, a yvonne marquis, linda, elegante, em meio a todo aquele brilho, aqueles vestidos e aquele glamour. Onde estaria seu coração ali? Descansando sobre a almofadinha? Ou dentro do sapato brilhante? Seus cachinhos pareciam comidas e sua maquiagem, às suas brincadeiras de se tornar mulher quando pequenina. Meio misterioso. Igual ouvir o blixa cantar sabrina. I wish this would be your colour... Parece que você vai desaparecer no final.|||||||| Voltando aos aspiradores dementes, eles eram simpáticos até, articulavam-se de forma estranha, eram grosseiros e selvagens. Mas não tinham cabelos, nem aspirados HÁ! :P Apenas umas máquinas velhas, sem um lixão pra levá-las pro asilo das máquinas. Máquinas que dizem coisas que não se quer acreditar, pois a vida é tão bela!! HhahaHah tantas roupas, carros, televisões...Tanta esperança ;] Bom, no fim, elas derreteram e viraram ouro. Moedinhas de ouro. Que um homem às avistou no chão e foi logo trocar no Banco e após isso comprou uma casa muito grande e um carrro muito [F]útil. E as menininhas de vestidos de filó e chinelinhos de papéis continuaram a rodar, rodar, rodar e brincar esperando envelhecer pra enxergar. Enxergar. E se ALIMENTAR.

cristie, em dentesguardados, que, como sempre, linca pra nós.

Julio Daio Borges
12/5/2006 às 09h43

 

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