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Terça-feira, 24/12/2019
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Hemingway

Numa noite depois de ler a última página de Paris é uma Festa, fiquei pensando no Ernest Hemingway. Durante a Segunda Guerra Mundial, aprontando mais uma, possivelmente pilotando seu barco Pilar, o escritor e amigos saíram à caça de um submarino alemão que navegava no Caribe. Fiquei sabendo de muita coisa da vida dele. Ava Gardner, tesão de mulher, foi passar uma temporada em sua casa em Havana. Numa noite quente e azul, nua, mergulhou em sua piscina. Quando foi embora, esqueceu ou propositadamente deixou uma calcinha no quarto de hóspedes. Ele recolheu a peça que abrigara a coisa mais, mais — apertando-a contra o peito, não encontrando palavras —,envolveu-a com o revólver e a partir daquela noite nunca deixou de dormir com ela debaixo do travesseiro. Bagunceiro, brigão, mulherengo, gostava de rinha de galo, de boxe, soltava foguete, arrumava confusão com os vizinhos e tomava umas com Fidel. Li alguns livros dele. Gostava mais de sua vida. Tinha mais arte.

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Postado por Blog de Anchieta Rocha
24/12/2019 às 13h11

 
Modesto Carone (1937-2019)

Hoje eu não poderia deixar de prestar meu tributo ao homem, através do qual, eu li Kafka.

Foi em 2001-2002, por influência de um Colunista do Digestivo, que tinha Kafka e James Joyce como seus autores de cabeceira.

E, obviamente, por influência do maravilhoso projeto gráfico de Hélio de Almeida, a partir de desenhos de Amilcar de Castro.

De Junho de 2001 a Junho de 2002, eu praticamente li todos os nove volumes de Kafka, pela Companhia das Letras, traduzidos por Modesto Carone.

Nunca vou esquecer das impressões que me causaram Carta ao Pai, Um Artista da Fome, Na Colônia Penal e, naturalmente, A Metamorfose.

O Processo achei mais famoso do que bom e O Castelo achei maçante. Ainda li América ou O Desaparecido, que Modesto Carone não traduziu. E, em inglês, comprei os Diários, as Cartas, o “Franz Kafka” de Max Brod e até um “Conversations with Kafka”, de Gustav Janouch.

Graças ao professor Carone, Kafka se tornou, para sempre, um dos meus heróis literários.

Cada volume que eu terminava, com um pequeno ensaio do tradutor, era uma revelação. E eu me recordo de ir comprando exemplar a exemplar, na Martins Fontes da rua Dr. Vila Nova.

Na época, eu fazia um curso de Dreamweaver no Senac, logo em frente. E me lembro de ler O Médico Rural, nas escadarias e nos bancos da escola.

O Dreamweaver eu utilizei para tornar o Digestivo um site dinâmico - criei o nosso próprio CMS, ou Content Management System (inconscientemente, porque eu nem sabia que o termo existia).

Foi a base para os próprios Colunistas publicarem seus textos, antes dos blogs (antes do Facebook). E, a partir do Dreamweaver, eu aprendi o ASP, ou Active Server Pages - que utilizamos até hoje, no Portal dos Livreiros e, inclusive, no Integrador do Portal.

Todo esse intervalo tecnológico para reafirmar que, enquanto eu sonhava com as páginas dinâmicas do Digestivo, eu lia Kafka, e minha visão de mundo se transformava.

Em 2002, ainda, visitei uma exposição da Praga de Kafka, em Nova York - e tenho o catálogo dela até hoje. Lembro que me impressionaram a caligrafia e os desenhos de Kafka (sim, ele desenhava).

Mais do que um dos maiores autores do século XX - junto com James Joyce e Marcel Proust -, considero Kafka um profeta do nosso tempo.

Se não fossem pelas traduçōes de Modesto Carone, eu jamais teria chegado a estas conclusões.

Até estudei Alemão, mas nunca me arrisquei a ler Kafka no original...

É uma pena que o professor Carone tenha nos deixado só alguns poucos aforismos, no volume dedicado a Kafka, pela Penguin Companhia.

Eu nutria esperanças de que ele nos traduzisse as cartas e os diários...

Se você ainda não leu, por favor leia Kafka. Nas traduções de Modesto Carone, é claro.

E vai entender o que um tradutor pode fazer por um autor. E por um leitor ;-)

Para ir além
"Kafka e as narrativas", The City of K. e "Jamais se ouve uma palavra gentil, só e sempre censuras".

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Postado por Julio Daio Bløg
18/12/2019 às 11h28

 
Homenagem a Rubens Jardim

No dia 3 de dezembro de 2019, o Sarau Gente de Palavra Paulistano homenageou Rubens Jardim, numa festa-surpresa organizada pelo poeta Cesar de Carvalho. O evento, realizado na Livraria Patuscada, contou com a participação musical do maestro Daniel Faria e com a colaboração do editor Eduardo Lacerda (Ed. Patuá), que reuniu numa antologia cerca de 70 poetas homenageando Rubens Jardim. Essa publicação inclui meu poema “Verso-fêmea”. Entanto, inspirada nas imagens de um poema de Rubens Jardim, recentemente publicado no Facebook, outro poema de minha autoria foi escrito e lido no dia do sarau: “Enigmas e cantares”, que ora apresento aos leitores e amigos.



Enigmas e cantares

“Mas como
como explicar este meu corpo...”
Rubens Jardim


Não me perguntarei pelo teu corpo.

Mas como
como não me perguntar
sobre teu sentimento
sem margem e sem limite
explodindo o fôlego do poema?

Não me perguntarei pelo teu corpo.

Mas como
como não me perguntar
pelo arremesso da palavra gerando
o alimento na panela?

Como não me perguntar pelas chamas
dançando na cozinha ao preparo do teu verso?

Como não me perguntar pelo enigma
da lâmpada iluminando o sol
na véspera do teu poema?


Tudo que me perguntei
sobrevive naquilo que desconheço:
enigma da paixão sonâmbula
despertando teus cantares.

Por isso,
não me perguntarei pelo teu corpo.

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Postado por Blog da Mirian
14/12/2019 às 09h37

 
Quanto às perdas V

Entender o impossível, não quero.
Não quero saber da ceifa instigando
o fio cego da morte. Nas lápides, não desejo
ler a medida do vazio que aguarda aquele
cujo nome eu não sei.

Afeita ao cotidiano, retomo
a colheita dos matizes.

Em meus lençóis os bordados esperam
o visitante, enquanto nas samambaias
o sol perfura rendas verdes
que me adornam a sala.

À mesa, disponho cadeiras
para o afeto. O que sei deste dia
resume-se no gosto do licor.

Das perdas, consolam-me
pequenos danos.

Foram-se os anéis.
Agoniza o tempo.
O instante resfolega.

Nada mais que isto.


(Do livro Nada mais que isto)

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Postado por Blog da Mirian
14/12/2019 às 09h04

 
Juliette Binoche à brasileira

A Imovison, responsável por trazer grandes filmes que estão fora do circuito hollywoodiano para os nossos cinemas, completou 30 anos. Para a comemoração, a distribuidora trouxe ninguém menos que Juliette Binoche, uma das maiores atrizes francesas da atualidade. A festa aconteceu no cinema Reserva Cultural, em Niterói (RJ), no dia 29. Aos 55 anos, Binoche traz um currículo de sucesso, tendo recebido o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Atriz em Berlim por seu papel em O Paciente Inglês (1996), além do Prêmio César (França) e Copa Volpi (Veneza) por seu trabalho em A Liberdade é Azul (1994). Com sua vasta experiência no audiovisual, a atriz falou sobre sua carreira, seus antecedentes brasileiros e a situação política no Brasil.

No caso de seus familiares, a atriz diz que sua família veio para o Brasil no século 19, onde um dos membros teve filhos com uma escrava, que foram levados para a França. Binoche lamentou o caso, dizendo que "nenhuma pessoa deveria ser escravizada. Nenhuma pessoa deveria ser usada. Se pudesse, pediria perdão a cada um desses familiares". E é por isso que a atriz gostaria de conhecer mais o país. Por isso ela aproveitou a estadia, mesmo curta, para comer uma feijoada caprichada e sambar na quadra da mangueira, e como se não fosse o suficiente, arriscou um jogo de capoeira.

Mas não deixou de comentar sobre situação política e seu desgosto com o nosso atual presidente, Jair Bolsonaro. "Para mim, um presidente que vem do universo militar já é uma coisa esquisita. Militares e políticos tão próximos... Isso me remete ao Trump". Ainda comentou sobre os casos de racismo, cometido por ele, "Ele [Bolsonaro] tem sido intolerante ao falar sobre mulheres, negros e índios. Você imagina que, supostamente, um presidente deveria representar todo mundo em seu país."

Esse ano, o filme Vidas Duplas foi exibido na retrospectiva de Olivier Assayas, na 43º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Agora Juliette Binoche já tem mais um trabalho concluído. The Truth (A Verdade, tradução livre), do diretor japonês Hirokazu Kore-eda, onde a atriz é filha de ninguém menos que Catherine Deneuve, outra grande atriz do cinema Francês. "Eu a assistia a seus filmes desde criança. Eu estou vivendo um belo conto de fadas atuando com essa atriz!", Afirmou Binoche. Ela também falou sobre seu trabalho com Kore-eda, "[Kore-eda] me remete ao Anton Tchékhov (dramaturgo e escritor russo, 1860—1904). Ele vê as pessoas tanto pelo lado sombrio quanto pelas suas partes iluminadas. Proporciona para cada um diferentes ângulos do que podemos ser".

Ao que parece, Binoche ainda está trabalhando em dois outros projetos. A nós, resta esperar pelo lançamento de The Truth, que promete ser uma grande produção, já que reúne um diretor e duas atrizes consagradas, e quem sabe mais um visita de Juliette Binoche em terras tupiniquins, o lugar onde ela aprendeu a sambar e jogar capoeira.

A entrevista foi dada a William Mansque, do Zero Hora.

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Postado por A Lanterna Mágica
6/12/2019 às 08h10

 
Escritor

Um dia, entrando na rua Erê, de volta da escola, lembrei que minha irmã tinha falado que o Cyro dos Anjos morava ali e que sempre passava em frente de nossa casa.

Já era famoso, fiquei curioso, com vontade de conhecer, conhecer não, conversar com ele. Conversar sobre o quê? Não teria assunto. Morria de vergonha de tudo.Mas eu não estava cansado de saber que um escritor, um artista não eram igual a todo mundo? Não estava acostumado a ver os jogadores de futebol, famosos como o Pampolini, que eu via de perto, no Campo do Cruzeiro, toda hora dando entrevista, aparecendo nos jornais? Os artistas que via na Rádio Inconfidência, quando Lurdinha, nossa vizinha, doida pra ser cantora, levava a gente aos ensaios, e com isso eu acabava ficando perto dos artistas, tudo de fora, o Alcides Gerardi, o Anísio Silva e até o Gregório Barrios de uma vez que veio cantar em Belo Horizonte? Não tinha o Guignard, famoso no Brasil inteiro que dava aula pro pessoal debaixo das árvores no Parque Municipal? E o boêmio do Rômulo Paes, popular na cidade, todo ano com uma música pro carnaval , sempre no Café Palhares tomando umas?

O escritor é outra história.

Você vê um cara cantando, uma bailarina, um ator de frente pro público. Faz sentido um escritor puxar uma folha de papel e começar a escrever na sua frente?

Um outro artista — o regente de orquestra. De costas para a plateia sabe que lá em baixo pode ter alguém que naquela hora está pensando na pessoa que ama, ou outro que está com o coração apertado, que não aguenta mais porque nunca amou.

Nunca vou querer ser escritor. Escrevo alguma coisa de vez em quando, uns poemas pra passar o tempo, tranco na gaveta pra ninguém ver. Ficar horas e horas na frente de um papel, numa solidão danada?

Eu nem sei por que escrevi isso. Tudo por causa do Cyro dos Anjos, sempre solitário. Taí, O Solitário da Rua Erê, pensei, até dá título de romance. Não sei nada da vida dele, nunca li uma linha do que escreveu. Passa sempre na nossa rua, com um livro debaixo do braço — talvez até minhas irmãs suspirem.

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Postado por Blog de Anchieta Rocha
2/12/2019 às 10h53

 
Quanto às perdas IV

Torna-se fragmento a eternidade
do tempo que se recolhe ao amor
umedecendo orquídeas
de inacabado gozo.

Distraidamente, volto ao meu tema.

Meu livro de cabeceira a repetir
estórias que preciso ouvir. Meu canário
de estimação treinando a garganta
para um solo sem plateia.

Ao escapar do enovelado curso
da espera, minhas roupas atam-me
às hastes das glicínias azuis.

Na véspera do azul, foram
prenúncios de silêncio.
Na véspera do azul, foram
promessas de lábios.

De tudo isso, o tempo
é cúmplice. E matéria.

Ameaça de eternidade.


(Do livro Nada mais que isto)

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Postado por Blog da Mirian
28/11/2019 às 21h24

 
Quanto às perdas III

Trancadas na urna das águas,
guardam-se as cinzas do extinto fogo da manhã
que reverterá no arco-íris.

Útero de infinita gestação,
ele é mãe das borboletas.
Das libélulas. Dos camaleões.

No princípio foi o verbo.
No princípio foi um jardim.
Na casca do fruto foi o sol.

O pecado.
As cores.

E na pele da serpente
a esmeralda.

O coral.

Do que será eterno
dizem as cores.

E as dores.


(Do livro Nada mais que isto)

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Postado por Blog da Mirian
16/11/2019 às 13h01

 
Quanto às perdas II

Nas profundezas da terra, decide-se
a errância do mundo. E o mundo tem
grandes pernas caminhantes. E o mundo
carrega um falo ereto.

E o mundo tem braços que abraçam.
E o mundo carrega barriga grávida.

De borboletas.
De rochedos.

Plantam rezas as minhas mãos.
Recitando orações, meus lábios
nomeiam sentidos para reger
os acontecimentos.

Na cidade dos homens
distanciam-se as ruas.
Na clareira das aves,
anoitece.

Banhado pelos séculos, o tempo
escorre pelas pernas da garça.

Sobre sinuoso rio de voltas,
longo longo será o voo.


(Do livro Nada mais que isto)

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Postado por Blog da Mirian
25/10/2019 às 21h16

 
Uma crônica de Cinema

Era uma segunda-feira. Dia dezoito de agosto de dois mil e quatorze. Depois de um longo e cansativo dia de trabalho, decidi ir ao cinema, que me serve como remédio para qualquer mal. Tendo assistido quase tudo o que estava em cartaz, optei por 'Não Pare na Pista - A Melhor História de Paulo Coelho', que pelo título já se pode notar o assunto. Fui ao Cinemark e fiz o de sempre, comprei minha entrada e fui comer qualquer coisa para segurar o estômago até a hora em que eu poderia realmente jantar. Entrei na sala assim que foi liberada, para aproveitar os dez minutos de provável sossego. Passaram-se cerca de oito minutos e eu ainda era o único dentro da sala, eis que surge um sujeito, barba e cabelos compridos, quase um Raul Seixas. Sentou-se na mesma fileira em que eu estava e duas poltronas para o lado esquerdo. Ali ficamos, olhos atentos, um grunhido ou risada, hora ou outra. Éramos os únicos na sala e o filme era bom.

Depois de quase duas horas, o filme chegou ao fim. Nós olhamos e com um gesto, simples e rápido, agradecemos um ao outro pela ótima e tranquila sessão. Saímos então do cinema, com uma segunda-feira mais leve nas costas e na cabeça, um filme que fomos assistir juntos, mesmo sem saber.

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Postado por A Lanterna Mágica
14/10/2019 à 01h43

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