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Terça-feira, 30/8/2016
Super Campeões, trocas culturais de Brasil e Japão
Luís Fernando Amâncio
+ de 5600 Acessos

Se hoje o futebol é uma paixão no Japão, muito disso se deu graças a um intercâmbio estabelecido com o Brasil, sobretudo através da exportação do “pé-de-obra” tupiniquim. Por outro lado, um anime sobre o esporte também foi muito importante na popularização de consumo da cultura pop japonesa por aqui.



O mangá (história em quadrinho japonesa) Captain Tusabasa, escrito e desenhado por Yoichi Takahashi, começou a ser publicado em 1981. Ele acompanha a trajetória de Ozora Tsubasa (no Brasil, Oliver Tsubasa), um garoto habilidoso no futebol e que vai, através de seu talento e, sobretudo, da disciplina, se tornar um jogador profissional de grande destaque. A HQ fez sucesso e foi adaptada em série animada em 1983. A Associação Japonesa de Futebol foi uma incentivadora do projeto, apostando no seu potencial para promover o esporte.

Todavia, o investimento para popularizar o futebol no Japão não ficou restrito ao anime (nome dado às animações japonesas). No início da década seguinte, muitos jogadores brasileiros, a maioria em fim de carreira, foram contratados por equipes japonesas. A iniciativa pretendia atrair fãs para o esporte e, principalmente, promover o aprimoramento técnico dos jogadores japoneses a partir desse intercâmbio. Deu certo. O atleta brasileiro com maior destaque nessa empreitada foi Zico, contratado pelo Kashima Antlers. O ídolo do Flamengo participou da profissionalização do futebol no Japão, que ocorreria em 1992, com a criação da J-League, e até hoje é venerado por lá — foi, inclusive, técnico da seleção japonesa entre 2002 e 2006.

No Brasil, alguns anos depois do Galinho de Quintino ir jogar no Kashima, uma legião de crianças e adolescentes aprendeu a gostar de animes através da exibição de Cavaleiros do Zodíaco pela Rede Manchete. O canal de televisão da família Bloch, já vivendo seu ocaso, recebeu uma injeção de audiência com o sucesso da série protagonizada pelos cavaleiros de Atena. O anime começou a ser exibido no Brasil em 1994 e, embora não tenha sido a primeira produção do gênero a chegar às TVs brasileiras, teve uma repercussão inédita.

Quando a exibição de Cavaleiros do Zodíaco chegou ao fim, a Rede Manchete tentou emplacar outros animes. Séries como Shurato, Samurais Warriors, Sailor Moon e Yuyu Hakushô foram exibidas pela TV paulista, alguns com repercussão discreta e outros com maior êxito.

Nesse ritmo, a Manchete estreou, em 1996, Super Campeões. Não era a série original, mas um remake — ao todo, três versões foram produzidas. O anime, que incorporava elementos do gênero de ação às partidas de futebol, caiu com facilidade no gosto de garotos brasileiros. Nas aulas de educação física de colégios pelo Brasil havia aqueles que tentavam dar o “chute do dragão”, do personagem Kojiro Hyuga, e aspirantes a goleiros tentavam fazer defesas plásticas como as de Benji Wakabaiashi.

A versão exibida no Brasil na década de 1990 apresentava, em seu último capítulo, o protagonista Tsubasa como um jogador profissional, defendendo as cores do São Paulo numa partida contra o Flamengo. A equipe paulista, na época da produção do anime, fora bicampeã mundial, em torneio disputado justamente no Japão.



Curiosamente, um jogador japonês já havia feito caminho semelhante: Kazu Miura. O jogador esteve, durante os anos 1980, defendendo equipes brasileiras como Santos, Palmeiras e Coritiba. O que, é claro, encheu de orgulho os torcedores japoneses e certamente inspirou o destino de Tsubasa na anime. Kazu, inclusive, joga até hoje e é detentor de um recorde: o jogador profissional mais velho a fazer um gol, ao balançar as redes aos 49 anos.

Na terceira versão de Super Campeões (Road to 2002), exibida pela Rede TV em 2006, Tsubasa, após a passagem pelo Brasil, vai jogar na Europa, defendendo o Catalunha — essa versão cita nomes fictícios de times. E, dessa vez, foi a vida que imitou o anime. Atualmente, há jogadores japoneses defendendo equipes de prestígio na Europa, como Keisuke Honda, camisa 10 do Milan, e Shinji Kagawa, meia do Borussia Dortmund e com passagem pelo Manchester United.

O intercâmbio com o Brasil é apontado como um dos fatores que tornaram o Japão uma potência do futebol em seu continente. A seleção nacional japonesa disputa Copas do Mundo sem interrupções desde 1998. Do outro lado do globo, a exibição de Super Campeões também teve sua importância. Mesmo sem o protagonismo que os jogadores brasileiros tiveram na Terra do Sol Nascente, o anime fez parte de um processo de consolidação do consumo de produtos culturais nipônicos no Brasil. Embora os animes tenham perdido espaço na TV brasileira, a cultura otaku se encontra bastante difundida por aqui, com inúmeros mangás publicados, festivais para os fãs e, claro, o consumo de desenhos animados através da internet.


O primeiro episódio de Super Campeões


Luís Fernando Amâncio
Belo Horizonte, 30/8/2016

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