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Terça-feira,
5/8/2014
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Seriados made in the USA
>>> Há um mês eu trabalhei em um Writers' Room, em Colônia. Foram seis semanas de trabalho árduo, poucas noites dormidas, muito café, pizza e quiche. O que tem um Writers' Room a ver com um seriado? Tudo. Qualquer seriado que tenha mais de oito episódios, geralmente, requer um time de roteiristas para fazer acontecer. Como o provérbio nigeriano que diz que "it takes a whole village to raise a child" (é preciso uma aldeia para criar uma criança), eu digo "it takes a whole village to create a series" (é preciso uma aldeia para criar um seriado). E esta aldeia começa no Writers' Room e termina na sua tela de TV.
por Juliana Lima Dehne
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E se Amélia fosse feminista?
>>> Bom, mas por que eu trouxe a Amélia aqui hoje? Porque acho que ela é uma injustiçada. Amélia não obedecia cegamente ao seu homem, nem era necessariamente submissa a ele, nem mesmo se sabe se trabalhava fora ou não. Aliás, não se sabe nada sobre a Amélia. O que se sabe é que ela era bem mais legal do que a Atual do moço aí da letra, que levou foi um ferro danado quando trocou uma pela outra (sabe-se lá se foi isso?).
por Ana Elisa Ribeiro
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Cidade surreal
>>> Esta cidade agora é mais real do que qualquer outra, até mesmo do que a cidade natal, aqui é onde tudo acontece, onde se acorda, se dorme, se respira, onde afinal se está. O pão da manhã nada tem a ver com outros já experimentados, a secura do ar é a de uma atmosfera redescoberta, o ruído da passagem dos trens corta a escuridão da noite. Percorre-se ou vive-se, de fato, no dia a dia de uma região delimitada em tão grandes anseios do coração?
por Elisa Andrade Buzzo
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O Enriquecer é Glorioso!
>>> Passando pela Dutra, na altura de Taubaté, o taxista fez um gesto largo na direção das terras à margem da rodovia e disse: "Os chineses compraram tudo isso aí. Diz que vão fazer uma cidade inteira". Não sei se a informação tem fundamento, mas é evidente que a presença chinesa se espraia pelo mundo com uma fluidez irresistível. Eles são um bilhão e 370 milhões, mesmo depois de décadas de controle da natalidade, que permitia apenas um filho por casal. Só esse quebradinho, 370 milhões, dá um Brasil e meio, quase dois. É um quinto da população do mundo que, para o bem e para o mal, abraça o capitalismo e o consumo, com a sofreguidão de quem passou décadas sob um regime de frugalidade imposta.
por Marilia Mota Silva
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Simone de Beauvoir: da velhice e da morte
>>> "Simone de Beauvoir supera as limitações de classe e gênero, para conquistar um lugar ao sol - primeiro como aluna brilhante; depois como professora, mulher que ganha a vida com independência; depois, como amante e companheira do mais reputado filósofo do seu tempo; finalmente, como escritora festejada e figura exponencial da esquerda e do movimento feminista. Sua longa vida foi plena de vivacidade intelectual e lucidez". Em tempos tenebrosos como o nosso, fica a mensagem afirmativa e urgente de Simone de Beauvoir: "É necessário mudar a vida a partir de hoje. Não ficar contando com o futuro, mas agir sem delongas".
por Jardel Dias Cavalcanti
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'Um Conto Chinês' e o absurdo da vida
>>> Roberto coleciona notícias absurdas de jornal. Logo ele, tão preocupado com o sentido de tudo, mostra ali uma atração exatamente pelo sem sentido da vida. Tudo começou com uma foto sua na guerra, e mais uma vez vemos como ele está preso ao mesmo ponto, como se aqueles fatos não apenas o definissem, mas justificassem que ele não viva nada depois daquilo. Colecionar a vida dos outros é não viver a sua. Roberto diz: A vida é um absurdo, e a resposta indireta que a vida lhe dá através de Jun, inesperado personagem de uma das histórias guardadas por Roberto, é: Sim, a vida é um absurdo sem sentido, mas é só o que você tem.
por Carina Destempero
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Uma norma para acabar com os quadrinhos nacionais?
>>> No dia 13 de março de 2014, o Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente aprovou, de forma unânime, a resolução nº 163, que considera abusiva toda e qualquer publicidade e comunicação mercadológica dirigidas às crianças. A resolução é apoiada por muitos como uma forma de proteger as crianças contra os abusos, mas, se for implementada, vai ter resultados muito mais amplos. A legislação, na prática, proíbe qualquer comunicação voltada às crianças.
por Gian Danton
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Concurso literário, caminho para a publicação
>>> Ser premiada foi uma vitória. Realizei o desejo que mantinha inconfesso: o de ser uma escritora. O prêmio transformou-se em um bom cartão de visita. Para abrir espaço para meu livro na mídia, procurava os jornais e revistas (inclusive o Digestivo Cultural), apresentando-me como a vencedora do Prêmio Sesc. Ao menos, me atendiam ao telefone. Nas pesquisas para meu segundo romance, a menção à premiação garantiu-me boa entrada onde pesquisei. Quando, em 2007, decidi escrever contos, a menção ao Prêmio Sesc de Literatura alavancou-me espaços (como no Rascunho, na Cult e no Prosa e Verso).
por Eugenia Zerbini
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André Bazin e a crítica como militância
>>> A cinefilia, o culto ao cinema como arte, deve muito ao crítico francês André Bazin (1918-1958). Em primeiro lugar, e talvez principalmente, em razão de ele ser o nome mais destacado na criação da revista Cahiers du Cinéma (1951), que se tornou uma espécie de bíblia daqueles que viam o cinema para além de espetáculo produzido pela indústria cultural. Com os Cahiers, entre outros, se impuseram no cenário cinéfilo francês François Truffaut e Jean-Luc Godard, que após a morte prematura de Bazin tomaram a frente e impulsionaram a nouvelle vague, movimento de cinema mais influente nos anos de 1960.
por Humberto Pereira da Silva
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O Público Contra Yayoi Kusama
>>> Há uma contradição ignorada pelo público de Yayoi Kusama: Obsessão Infinita. Frente a uma artista cujo trabalho se concentra no apagamento de si, os visitantes são obsessivamente personalistas. A ironia se mostra nesses dois movimentos opostos: a artista cobrindo o mundo com padrões, anulando-o, e os espectadores colando rostos em tudo, etiquetando as obras e os momentos com sua identidade sorridente. No que se refere a Yayoi, parece que essa atitude mais nos protege da sua arte do que faz participar dela; ficamos só na superfície do que vemos. Esse texto faz um percurso por essa e outras contradições na relação público-artista, até chegar a uma ótica em que ambos parecem pelo contrário muito alinhados.
por Duanne Ribeiro
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O africano e o taubateano
>>> Diante do armário de livros, o olhar vagou pelos títulos até demorar-se sobre O africano, de Gustave Le Clézio. "É este". Texto agradável, fluente, semeador de imagens. Pessoalmente, estimulou-nos reflexões, paralelos e revisão da trajetória. Perdoe-nos leitor, mas ninguém fecha ileso um bom livro. Le Clézio introduz o leitor ao texto: "Todo ser humano é um resultado e pai e mãe. Pode-se não reconhecê-los, não amá-los, pode-se duvidar deles. Mas eles aí estão: seu rosto, suas atitudes, suas maneiras e manias, suas ilusões e esperanças, a forma de suas mãos e de seus dedos do pé, a cor dos olhos e dos cabelos, seu modo de falar, suas ideias, provavelmente a idade de sua morte, tudo isso passou para nós".
por Ricardo de Mattos
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Fake na art e a pet humana
>>> No mundo de hoje, a arte se mistura com a vida, a diversão com a informação, a realidade com a informação. Assim, torna-se cada dia mais difícil distinguir o falso (fake) do real, até porque, o que é falso hoje pode ser nada mais do que a antecipação de um acontecimento futuro, em especial quando se trata do desenvolvimento da ciência. Os artistas reagem a essa realidade gerando trabalhos questionadores, críticos, que colocam em cheque tanto a nossa noção de realidade quanto a forma como as mensagens têm sido transmitidas e retransmitidas, sem nenhum filtro crítico.
por Gian Danton
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O caso Luis Suárez
>>> Perdoa-lo é esquecer seu histórico. Ele fez o que já havia feito e, provavelmente, não deixará de fazer o que fez: defender com unhas e dentes a equipe que defende. Não há, portanto, o que o perdoar. A não ser que se entenda que ele cedeu a pulsões bestiais, que não consiga dominar seus instintos e que seja do ponto de vista moral um fraco, que assim merece antes censura a compaixão.
por Humberto Pereira da Silva
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Brasil brochou na Copa
>>> O futebol no Brasil é uma questão para ser pensada sociologicamente, antropologicamente, mas também psicanaliticamente. Altera nossa razão, os afetos que nos envolvem, quando nossos times estão em campo. Esses afetos não são naturais, não são puramente uma vivência da experiência lúdica. Buscamos vencer no campo da ilusão aquilo que perdemos no campo do real. E quando perdemos no campo da ilusão, que realidade nos sobra?
por Jardel Dias Cavalcanti
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O Brasil não é a Seleção Brasileira
>>> Eis o ponto: eu não acho que o Brasil seja a Seleção Brasileira. Quem é brasileiro sabe (ou deveria saber) que somos muito mais do que o estereótipo futebolístico-carnavalesco. É certo que as histórias pessoais dos jogadores ― muitos vindos de infância pobre ― criam o elo entre a seleção e o Brasil Profundo. Mas é uma ingenuidade tratá-los como "heróis da pátria de chuteiras que vão transformar o Brasil num país melhor e mais próspero".
por Diogo Salles
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Julio Daio Borges
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