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Quarta-feira,
10/10/2018
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As pedras de Estevão Azevedo
>>> Quem estava a par do que acontecia no Brasil nos anos 1980, mais especificamente na cidade de Curionópolis (PA), pôde acompanhar uma corrida da população para explorar ouro na região. Foram retiradas mais de 30 toneladas do metal, no maior garimpo a céu aberto do mundo. O lugar ficou conhecido como Serra Pelada, uma região desprovida de estrutura, que recebeu mais de 80 mil garimpeiros, anunciando a precaridade da condição humana.
por Wellington Machado
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O artífice do sertão
>>> Corria o 3 de dezembro de 1902. O crítico e ensaísta José Veríssimo, um dos mais respeitados da então incipiente cena literária do Rio de Janeiro, assinava uma coluna no jornal Correio da Manhã onde submetia à sua fina análise os últimos lançamentos editoriais brasileiros e portugueses, sempre lidos antes da publicação oficial. Um calhamaço de 637 páginas seria o objeto de apreciação naquele dia: intitulava-se Os Sertões, de autoria do engenheiro e jornalista Euclides da Cunha.
por Celso A. Uequed Pitol
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De volta à antiga roda rosa
>>> É o ano letivo que se inicia, e os andaimes e os pintores ainda estão lá, a grande roda da composição vai sendo preenchida de substância nova; e eu não preciso me surpreender tanto com as novidades porque ao reflexo dos rostos novos sobrepõem-se as sombras dos antigos, a faculdade permanece a mesma, inteiriça em seu pórtico, diria "pós-clássico", de colunas clean, rosadas e puras, com suas mesmas sujidades, janelas travadas e cheiro de mofo no corredores de história.
por Elisa Andrade Buzzo
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O papel aceita tudo
>>> Um desenho de Rembrandt. Uma casinha com chaminé feita por uma criança. Os versos de amor de um adolescente. O "Soneto de Separação" de Vinicius de Moraes. A lista de compras do supermercado. O esboço de um romance de Stendhal. O número do telefone de uma nova paquera. O endereço do advogado que vai cuidar do divórcio. As notas musicais da cabeça de Beethoven. O papel aceita tudo.
por Jardel Dias Cavalcanti
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O tigre de papel que ruge
>>> Ao terminar a leitura de "A política externa norte-americana e seus teóricos", de Perry Anderson, não pude deixar de lembrar de uma frase pichada em vermelho nas paredes do velho Viaduto Otávio Rocha, que se destaca em meio às outras pichações ali presentes. A frase pichada é "O imperialismo é um tigre de papel". A lembrança veio justamente porque, logo em seguida, imaginei o que Perry Anderson diria diante dela. Algo me diz que sorriria ironicamente, como bom britânico.
por Celso A. Uequed Pitol
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Alice in Chains, Rainier Fog (2018)
>>> Rainier Fog, o sexto álbum de estúdio do Alice in Chains, foi lançado no dia 24 de agosto e veio ao mundo cercado de expectativas. Embora a banda não seja um enorme sucesso de audiência, possui seu público cativo e conta com certo respeito na crítica musical. Além disso, o Alice in Chains possui uma discografia consideravelmente pequena para um grupo que existe há três décadas, o que faz o lançamento ser um momento especial.
por Luís Fernando Amâncio
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Cidades do Algarve
>>> Toda cidade tem uma vida que começa e recomeça, num capítulo de sonho em que um olhar temporário a atravessa em cheio e se alegra e se entristece, toda cidade tem um ar com um quê de lar, é para morar e se recostar em cada cômodo seu, todo cais, e cada esquina, um quebra-cabeças, em que estranhos grupos de peças se reúnem e dispersam em séria comoção.
por Elisa Andrade Buzzo
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Gosta de escrever? Como não leu este livro ainda?
>>> Em uma época como agora, quando as redes sociais servem de tribuna e auditório àqueles que dominam os descaminhos da escrita, os que, além de atravessar um bom livro do início ao fim, pretendem dominar técnicas de diálogos, de como escrever contos, de como lidar com outros escritores, bem, esses tendem a ser os leitores ideais de Paris é uma festa.
por Renato Alessandro dos Santos
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Assum Preto, Me Responde?
>>> Somos aves rendidas. A transição dos pássaros nos mostra esse sentido. Belchior funde Edgar Allan Poe, Paul McCartney e plausivelmente Luiz Gonzaga para produzir um outro interlocutor, não mais um que lhe trave caminhos, mas um que lhe inspire renovação. Tem-se de reaprender a voar e a ver.
por Duanne Ribeiro
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Os olhos de Ingrid Bergman
>>> Eles estão em Casablanca, África, no Marrocos francês. Rick é dono do lugar mais badalado da cidade, o Rick's Café Américain. Taciturno, temido, cioso de seu negócio, foi obrigado a fugir de Paris, quando os alemães tomaram a capital francesa logo ao início da II Guerra Mundial. Fugindo de Paris, deixou para trás Ilsa Lund, ninguém menos que Ingrid Bergman, cuja beleza em Casablanca atinge a plenitude.
por Renato Alessandro dos Santos
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Não quero ser Capitu
>>> Quando se relê um clássico depois de alguns anos e após falar tanto sobre ele em sala de aula, pode-se ter uma decepção, ainda mais para um sujeito como eu que tem uma memória muito ruim. Leio e esqueço o que leio. Reli Dom Casmurro, para muitos o melhor romance de Machado de Assis e, confesso, mudei um pouco minha percepção sobre a obra...
por Cassionei Niches Petry
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Desdizer: a poética de Antonio Carlos Secchin
>>> A ampla criação poética de Antonio Carlos Secchin, publicada no livro Desdizer, pela editora Topbooks, em 2017, reúne sua produção dos anos de 1969 até 2017. É um bom momento para se acompanhar a trajetória de um poeta através das transformações de temas e formas porque passa sua poesia. Não cabe a esta resenha ter uma visão clara desse percurso, mas apenas chamar a atenção para algumas questões que envolvem sua poesia.
por Jardel Dias Cavalcanti
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Pra que mentir? Vadico, Noel e o samba
>>> Vadico e Noel, juntos, deixaram 12 músicas. Trabalho a quatro mãos; trabalho que legou obras-primas como "Feitiço da Vila", "Conversa de botequim", "Feitio de oração", "Pra que mentir?", dessas canções que alegram os ouvidos da gente. Chamar Noel de letrista parece pouco àquele que, não fosse a música, vagamente teria sido médico, mas, o mais provável, é que fosse infalivelmente poeta.
por Renato Alessandro dos Santos
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De quantos modos um menino queima?
>>> Você diz: é o mesmo sol no mesmo céu, as mesmas estrelas na mesma noite, o mesmo planeta no mesmo espaço sideral, os mesmos tempos nos mesmos dias, a mesma casa, o mesmo quarto, o mesmo sangue, o mesmo ardor, o mesmo gosto, o mesmo você. O devir patina, se irrealiza. Não é o que você diz? Então diga. "Labyrinth", do Cure, é uma música que se move...
por Duanne Ribeiro
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Entrevista com a tradutora Denise Bottmann
>>> Leitores da área de ciências humanas com certeza conhecem Denise Bottmann. Nomes como os de Argan, Longhi, Edward Said, Arendt, Thoreau, Thompson, George Steiner, Eagleton, Matisse, Virginia Woolf, Duras, Sam Shepard, dentre tantos outros, tiveram suas obras traduzidas para o português graças ao excelente trabalho como tradutora que Denise Bottmann desenvolve desde 1985, em línguas como o inglês, francês e italiano.
por Jardel Dias Cavalcanti
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Julio Daio Borges
Editor
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