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Quinta-feira,
27/6/2019
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Meninos, eu vi o Bolsonaro aterrando
>>> Eu vi um grande avião cruzando os céus da cidade universitária, eu vi, como a canção, que todo amor que é grande ainda pouco é, mesmo nada é. Eu vi, meninos, sem saber, eu “vi a escuridão, eu vi o que não quis”. E se alguém, nas noite nas tabas, duvida do que eu conto, do meu furo jornalístico, que se lembre do prudente e velho Timbira.
por Elisa Andrade Buzzo
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Manual para revisores novatos
>>> Um voo de Belo Horizonte até Salvador dura cerca de uma hora e meia. Foi o tempo que eu levei para ler o Manual de sobrevivência do revisor iniciante, de autoria da revisora Carolina Machado, conhecida no campo pelo blog Revisão para quê? O volume vermelho-sangue de 120 páginas foi lindamente publicado pela Moinhos, editora sediada na capital das Minas Gerais e de espírito combativo.
por Ana Elisa Ribeiro
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A Copa, o Mundo, é das mulheres
>>> Começou, no dia 07 de junho, a Copa do Mundo Feminina de Futebol. A competição, que ocorre França, promete ser uma edição histórica para a modalidade. Nunca se teve uma cobertura tão ampla da mídia para o torneio, confirmando um momento especial para o esporte, com mais investimento e, consequentemente, melhor nível técnico.
por Luís Fernando Amâncio
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O espelho quebrado da aurora, poemas de Tito Leite
>>> O que Aurora de Cedro parece dizer é: somos filhos da queda, assim é o homem, assim sua natureza, assim seu destino. Diferente do que sugere o caquético pensamento cristão, não virá um salvador. Estamos em queda livre porque essa é nossa condição enquanto humanos. A mais poética revolução, em nome do bem-comum, gerou também milhares de cadáveres.
por Jardel Dias Cavalcanti
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Carta ao(à) escritor(a) em sua primeira edição
>>> Caro ou cara autor(a), muito provavelmente seu livro impresso terá apenas uma edição, com uma pequeníssima tiragem. Mas isso não importa. São tempos de celebrizar. Então não tem muita importância quantos exemplares existiram ou existem desse livro. O importante mesmo é o barulho que se fizer em torno dele. Faz mais sentido, então, você manter bem vivas suas contas no Facebook, no Instagram e sua amizade com jornalistas e outros escritores sob as luzes. O demais é resto.
por Ana Elisa Ribeiro
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Paris branca de neve
>>> Nunca vi Paris em outro filme como ela é registrada, aqui, neste Resnais. A neve cai sem parar durante todo a película. Mais do que nunca, as pessoas são solitárias. Todas as personagens do filme, de uma forma ou de outra, são sozinhas consigo mesmas e vivendo um dia após o outro, quando nada melhor há para se fazer. É um filme que prende a atenção do espectador e que, como na melhor literatura, faz a gente pensar.
por Renato Alessandro dos Santos
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A cidade e o que se espera dela
>>> Chegar em uma capital após passar a vida toda em uma cidade de interior tem inúmeros desafios. Primeiro, você tenta dar aquela camuflada no sotaque, para não passar a impressão aos novos colegas de que é um caipira. Presta bastante atenção nas informações, decorando os nomes das ruas, dos bairros e nas direções. E se esforça para entender, afinal, qual é a lógica daquele formigueiro em que foi se meter.
por Luís Fernando Amâncio
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De pé no chão (1978): sambando com Beth Carvalho
>>> Um disco que cai bem em qualquer churrasco onde o samba seja bem-vindo é este. Um ano depois de um grande álbum (Nos botequins da vida), Beth Carvalho retornava com este elepê, De pé no chão, de 1978, cercada mais uma vez de grandes compositores e músicos, além de si mesma, cantora de voz segura, amaciada por performances mil em que comandou o terreiro.
por Renato Alessandro dos Santos
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Numa casa na rua das Frigideiras
>>> E isso é bom, mau? um estado, numa determinada casa, numa dada rua, em certo quarto. Essa mulher agora passa em definitivo para um outro lugar e eu, alheia e afastada de uma vida que não parece minha na qual devo ou temo passar, escuto, e leio a manchete que logo se apaga da tela. Uma mulher foi encontrada sem vida numa casa na rua das Frigideiras.
por Elisa Andrade Buzzo
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Como medir a pretensão de um livro
>>> O que chamei de "pretensão" pode ser sinônimo de "presunção" e mesmo de "arrogância". Mas também pode significar "desespero", "despreparo", "exagero" e um tantinho de falta de noção. De maneira mais simples e direta, pode ser só uma pergunta: o que este livro/autor(a) pretende? Vai saber. Só mesmo nos bastidores de uma produção editorial de livro é que se pode compreender o que de fato ocorreu.
por Ana Elisa Ribeiro
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Nenhum Mistério, poemas de Paulo Henriques Britto
>>> O acúmulo de experiências, memórias e seu imediato naufragar existencial marca boa parte dos poemas, mesmo quando se fala diretamente de um caso que nos faz pensar em algum aspecto pessoal ou quando se trata de um objeto do mundo ao qual o poeta se relaciona. A memória, como no poema "Spleen 21/2", permanecerá não como elemento de preenchimento da alma do homem, mas como algo de que "acumula indiferente", guardada numa "gaveta emperrada,/ ao qual só será aberta/ na hora errada".
por Jardel Dias Cavalcanti
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Nos braços de Tião e de Helena
>>> Música caipira é o que meu pai mais gosta de ouvir. É sempre uma lembrança sorridente da infância: o pai acelerando a Brasília nas ondulações de terra batida de Santa Fé do Sul. O sol ainda brilha nesta hora: Milionário e José Rico no rádio do carro, o automóvel subindo e descendo e a vertigem e a suspensão da próxima onda deixando-nos sorrir de contentamento. Lembro-me de tudo isso enquanto digito este texto.
por Renato Alessandro dos Santos
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Era uma casa nada engraçada
>>> Em uma entrada no seu Diário, Lúcio Cardoso comenta a publicação de Crônica da casa assinada, reconhecendo alguns defeitos e prevendo que a obra "encontraria a mesma repulsa e a mesma prevenção" que tiveram os outros livros. Se há esse desdém até hoje, por outro lado é um romance que volta e meia vem sendo reeditado e mereceu até uma adaptação para o cinema, nas mãos de Paulo César Saraceni.
por Cassionei Niches Petry
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K 466
>>> Mozart está a chamar você e, agora, serão dias, meses e anos a esse chamado você ouvir, cujo nome pode até esquecer, bem como informações históricas e musicais que vier a arranjar, mas essas notas, esse conhaque, ficarão em você por toda a glória de sua existência, enquanto pra lá e pra cá, aonde quer que vá, vai ouvindo essas notas que mais de 300 anos atrás Mozart deixou para nós.
por Renato Alessandro dos Santos
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2 leituras despretensiosas de 2 livros possíveis
>>> A leitura, não raro, nos move do lugar, nos provoca, e se ela o faz, talvez acelere as partículas que movem o desejo da escrita. Pode ser. A mim sempre ocorreu isso, desde a infância, quando tomava um livro, lia-o e dele derivavam ideias que não podiam ficar contidas. Era hora de escrever. E guardar. Ou escrever e enunciar. É isto. Continua sendo assim.
por Ana Elisa Ribeiro
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Julio Daio Borges
Editor
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