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Quarta-feira, 8/10/2003
Minha Estante
Juliano Maesano

Não adianta nem eu começar dizendo que é praticamente impossível listar apenas 10 livros ou autores marcantes, pois isso é o que qualquer um escreveria. E foi isso que eu escrevi. Então vou me basear por livros e autores que consigo nomear ao olhar a minha estante ou o que vem à cabeça em dez segundos com os olhos fechados. Quem for esquecido, paciência:

Stephen King - Não tenho como evitar ou mentir, é a verdade. (Se meu pai ler isto ele me mata... "Seu ignorante! Leia outra coisa!".) Stephen King me foi apresentado pelo meu primo, Alexandre Barbosa de Souza, que recomendou o livro que guardo até hoje: é a coletânea Sombras da Noite (Night Shift, 1978), que traz alguns contos excepcionais como "Campo de Batalha", "O Fantasma", "O Ressalto" e "Ex-Fumantes Ltda". Detalhe: emprestando este meu livro, consegui angariar no mínimo uma dúzia de fãs para King... Só para não deixar passar, imploro para que leiam este e os seguintes: Insônia e Os Olhos do Dragão. King deve ser o recordista de trabalhos exclusivos e adaptados para o cinema: até hoje são 46 filmes relacionados a ele (a maioria ruins, poucos bons, e alguns espetaculares, como: Conta Comigo, de Rob Reiner, Um Sonho de Liberdade, Eclipse Total e Angústia).

Agatha Christie - Realmente, há mais de dez anos que não leio nenhum de seus livros... Mas durante minha infância e adolescência devo ter lido, no mínimo, uns 30 livros seus. Graças às coleções do meu pai e da minha tia Carmen. São tantos que é difícil lembrar de algum específico. Assassinato no Expresso Oriente, Treze à Mesa, Os Crimes ABC e Morte na Rua Hickory... O resto, vocês sabem: mais de 80 livros com títulos parecidos... Acho que parei de ler, pois, após tantos lidos, já dava para descobrir para onde a história me levaria...

Maurice Leblanc - É verdade, acho que o gosto do meu pai por livros de mistério e detetives me contaminou. Mas realmente adorava Arsène Lupin, o personagem de Leblanc. Lupin, ou "Ladrão de Casaca", apareceu primeiro em um conto de periódico em 1905. Me lembro muito de ler estes livros na mesma época em que lia os de Conan Doyle sobre Sherlock Holmes. Voltando a Lupin e Leblanc, recomendo o primeiro, Ladrão de Casaca e A Agulha Oca. Minto, todos são muito bons; compre qualquer um que será ótimo.

Coleção Vaga-Lume da Ed. Ática - É um absurdo de livros bons, mais de 90 obras juvenis. Alguns marcaram, de verdade, a minha vida: Aventuras de Xisto, O Mistério do Cinco Estrelas e A Ilha Perdida. Junto deles eu não posso deixar de mencionar um dos melhores livros juvenis do Brasil, O Gênio do Crime, de João Carlos Marinho, escrito em 1969. Este livro traz a Turma do Gordo, ou Bolacha, envolvido com falsificação de figurinhas de futebol. Muito bom é outro da Turma, Sangue Fresco. Li em um site que houve uma versão cinematográfica do primeiro livro, O Detetive Bolacha contra o Gênio do Crime. Se alguém sabe onde conseguir esta obra rara ou já assistiu, favor entrar em contato.

Manual do Escoteiro Mirim, da Disney- Meu Deus, guardo até hoje todos estes volumes apresentados pelos sobrinhos do Donald. Lembram da coleção, que formava um desenho com os livros enfileirados? Foi nela que aprendi a fazer fogueira e dar nós. Na verdade, eu nunca fiz fogueira, acampei ou dei nós, mas amo esta coleção!

O Ateneu, de Raul Pompéia e Doidinho, de José Lins do Rego - Engraçado, os dois livros nacionais que me marcaram tratam da vida em colégio interno. Eu nunca passei por isso, mas lembro que as histórias destes dois garotos, Sérgio e Carlinho, me marcaram até hoje. O Ateneu está disponível na íntegra em diversos sites na Internet, é só fazer uma busca. Vale muito a pena, para quem não leu, dar uma espiada.

Teoria e Prática do Roteiro, de David Howard e Edward Mabley - Acho que não poderia deixar de citar algum livro ligado à minha formação e profissão. Não sei escrever roteiros, mas podem apostar que este livro é, de longe, o melhor sobre o assunto. Com introdução de Frank Daniel, um mestre tchecoslovaco que dirigiu várias escolas de cinema, os autores descrevem o modo de escrever roteiros que foi criado por Frank Daniel e é lecionado na University of Southern Califórnia, USC, em Los Angeles. Este livro é recomendado, por muita gente, para curiosos, estudantes e profissionais do ramo. Vale a pena ler, mesmo que você nunca queira escrever um roteiro. A regra básica do livro é que o seu roteiro deve trazer "alguém que está precisando de alguma coisa desesperadamente... e está encontrando dificuldades para consegui-la".

O Livro dos Fenômenos Estranhos, de Charles Berlitz - Este é um clássico que ainda folheio em busca de boas histórias. Não importa se são fatos comprovados ou não, Berlitz traz centenas de casos ou "causos", alguns tão curtos que não passam de uma página. Pelo que parece, Paul Thomas Anderson deve ser fã de Berlitz e sua obra como eu, pois incluiu em seu filme Magnólia diversos casos de Berlitz, como a chuva de sapos, que também há muito havia sido tema de conto de Stephen King, em Pesadelos e Paisagens Noturnas (Nightmares and Dreamscapes).

André Vianco - Aí está uma novidade. Há alguns anos o Brasil ganhou os livros de Vianco, começando pelo que ainda é o seu melhor: Os Sete. Finalmente ganhamos um autêntico escritor nacional que passeia pela seara do horror e do fantástico com desenvoltura. "Uma caravela portuguesa de cinco séculos é resgatada de um naufrágio no litoral brasileiro. Dentro dela, uma misteriosa caixa de prata esconde um segredo: sete cadáveres aprisionados, acusados de bruxaria. Apesar das advertências grafadas no objeto de prata, a equipe do departamento de História da Universidade Soares de Porto Alegre decide violar a caixa para estudar os corpos. Afinal, que perigo poderiam oferecer aqueles sete cadáveres? Nenhum. Mas depois que o primeiro deles acorda..."

Chego ao ponto onde fica difícil citar mais livros ou autores sem perder a noção. Mais de 30 estão passando pela minha cabeça, cada um com o seu mérito... Salinger e Caulfield, Rowling e Potter, Tzu e seus exércitos, Tahan e Samir, Hesse e Sidarta, etc., etc...

Juliano Maesano
São Paulo, 8/10/2003

 

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