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Quinta-feira, 13/9/2001
Idiotice Internacional
Juliano Maesano

Um pouco atrasado no assunto, eu sei. Tudo o que meus companheiros colunistas disseram (ou quase tudo) pode ser considerado também como a minha linha de pensamento. Vou então aqui deixar uns poucos pensamentos que gostaria de deixar claro.

Primeiro, eu não iria escrever. Como todos, ou quase todos, eu não sabia o que pensar, escrever ou dizer. E assim como todos, me arrisco a ser exaltado e impulsivo pelo calor do momento, mas não me preocupo. Resolvi escrever para meu capricho mesmo. Para depois, com a cabeça fria e mais consciente poder reler e ver o que eu senti nesse momento.

Os Estados Unidos são para mim como minha própria pátria. Em muitas áreas olho para eles com admiração real (e não "pagação de pau", desculpem o português), e é claro que em muitas outras áreas eu discordo de suas ações, da mesma maneira que discordo de quase tudo aqui na minha pátria real, o Brasil. Numa estimativa grosseira, posso dizer que estive morando nos EUA por uns 3 anos, em épocas distintas. Sem contar mais de vinte viagens que duraram de sete a vinte dias, esporádicas... (No mês que vem eu estaria em New York e Atlantic City, de férias...)

Pelo fato de sentir a realidade norte-americana dentro de mim, fiquei completamente ofendido com a ação animal presenciada no dia 11 de setembro, o mais novo dia que vai ficar para a história. Até esse momento sinto como se tivessem mexido comigo, com o meu povo... afinal, mexeram com os meus amigos.

Primeiro o fato mais sério, as pessoas. Nem preciso me esticar aqui no ódio que sinto pelas milhares de vidas inocentes perdidas por mãos de demônios imundos. Americanos, brasileiros, europeus, africanos, asiáticos e latinos; é certo que indivíduos de todos os povos estavam nos locais dos atentados. Foi um ataque ao mundo todo, não a um prédio americano.

Posso ser "materialista", mas após os inocentes dos locais atingidos e passageiros dos aviões mortos, me vem à cabeça a perda do World Trade Center. Não estou falando de bilhões. Estou falando da beleza que era olhar para os arranha-céus da cidade e ver as duas torres ali. Contrariando uma colunista, eu digo aqui que amava aquela paisagem. Com sol ou neve, os prédios eram brilhantes, maravilhosos; assim como o Empire State e muitos outros locais da cidade, tão aconchegante e parecida com minha cidade natal, São Paulo.

Mais um ponto que veio à cabeça foi o de me colocar no local do acidente. Nem posso contar as vezes que peguei vôos internos em Boston, Washington, New York, Los Angeles, etc... pela United e American Airlines. Me via ali, presenciando algo similar. O que eu faria? Provavelmente estaria esfaqueado, tentando incitar os passageiros a uma luta corpo-a-corpo. E depois, tentei me ver no prédio, trabalhando. Ou então no topo da torre (que estava fechada ainda naquela hora da manhã), onde os turistas podem apreciar uma das mais belas vistas de um dos maiores prédios do mundo. E pensar em tudo isso me deixou "puto", de verdade! (Desculpem meu português novamente, espero que o Editor não censure essas leves palavrinhas)

Outra coisinha que eu quero dizer é que acho realmente que os responsáveis não são americanos. Posso me enganar, sei disso. Mas quero deixar minha impressão. Em primeiro lugar, americanos doidos capazes de fazer isso não costumam se matar em atentados, isso é coisa de árabe (posso estar enganado). Depois, os americanos doidos, normalmente indivíduos brancos do centro dos Estados Unidos, gostam do presidente Bush (eles não gostavam do governo Clinton). Esses americanos "xaropes" de milícias locais querem sua liberdade para comprar e carregar rifles e armas para caçar e proteger suas fazendas e comunidades, e Bush é um deles, outro "xarope". Portanto apostaria em um Bin Laden, ou um grupo palestino ou iraquiano.

Depois, gostaria de rebater críticas de pessoas desinformadas e bobos-alegres que gostam de falar mal de países que mal conhecem ou têm dor-de-cotovelo: o argumento de que "os americanos são arrogantes e foram incompetentes em deixar um atentado atingir seu maior centro nervoso militar e de inteligência", que foi o Pentágono, é um argumento idiota e infeliz.

Em primeiro lugar, o Pentágono não é mais o centro principal de nada. Os principais estrategistas foram mudados a outras bases há anos atrás, dentre elas a principal em Langley, Virginia. Depois, como alguém pode ser tão inocente em dizer que eles tinham obrigação de fazer alguma coisa em termos de segurança para evitar a queda de um avião num prédio como foi o caso do Pentágono e das torres? O que vocês queriam, que colocassem uma rede de borracha para parar a aeronave? É impossível se proteger contra um avião que cai. Não há o que fazer. E para a maioria que fala das coisas sem saber nada: saibam que o Pentágono é exatamente ao lado do aeroporto da cidade, quando pousei lá tirei foto do Pentágono da janela do avião. Como alguém pode suspeitar que um avião a 100 metros de um aeroporto é uma ameaça? É a mesma coisa que o quartel da PM em Campo Belo (São Paulo) suspeitar de um avião chegando perto, mesmo estando a 200 metros do Aeroporto de Congonhas.

Acho que a única falha norte-americana deve-se à fácil entrada em aeroportos e tomada de controle dos aviões pelos terroristas. E não é uma falha pequena, é um absurdo. Se realmente os malucos entraram e dominaram os aviões armados apenas de facas, dá até pra entender, mas é uma regra idiota permitir entrada de facas em aviões, não é? Com certeza vão mudar essa regra logo, logo. Quando soube que devem ter sido de três a cinco criminosos com facas, me espantei por nenhum passageiro ter tido a idéia de um ataque corporal, pois com certeza 50 passageiros contra 5 trouxas com facas seria moleza. Mas parece agora que o avião que caiu na floresta pode ter sido derrubado por uma revolta dos passageiros, se realmente não foi abatido pela Força Aérea.

Fico por aqui, pois nessa altura tenho tanta certeza sobre o resto quanto vocês.

Se você discorda de tudo, envie um email para essa coluna.

Juliano Maesano
São Paulo, 13/9/2001

 

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