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Sexta-feira, 14/9/2001
A barbárie contra-ataca
Rafael Azevedo

Yara Mitsuishi

Ainda não se sabe de quem é a autoria da série macabra de atentados que abalou os Estados Unidos (e o mundo) nesta terça. A suspeita, porém, recai cada vez mais sobre algum grupo fundamentalista islâmico, sejam eles os fanáticos imbecis do Hamas, Hizbollah, ou os caipiras ensandecidos do Taliban. Ao contrário do que foi dito pela imprensa nesses últimos dias, a chance deste ataque ter sido perpetrado por algum grupo ultra-direitista americano, como a milícia à qual pertencia Timothy McVeigh, é praticamente nula. Eles são idiotas, mas não são loucos; até hoje não cometeram nenhum atentado ou ataque suicida. Essa peculiaridade de dar tão pouco valor à própria vida, de menosprezá-la em detrimento de uma causa, é própria do terrorista fundamentalista islâmico; é ele que acha, erroneamente, é claro, que ao cometer um ato desgraçado como esse, matando inúmeros inocentes, irá parar num paraíso magnífico, e será louvado como mártir de seu povo. Um tolo como esse, suicida e assassino, sabe tanto sobre o Corão quanto Edir Macedo sabe sobre a Bíblia.

Horror via satélite.
Interessante notar que o distanciamento das câmeras ao mostrar o fato, e a posterior chuva de poeira que cobriu os arredores do World Trade Center criaram uma impressão estranha, de irrealidade; aquela cena do segundo avião literalmente entrando num dos prédios, repetida ad nauseam por todos os ângulos imagináveis, parece absurdamente incrível, como se fosse de um filme, ou de um videogame. Os próprios apresentadores americanos demoraram para responder ao que acontecia, apalermados pelo horror e incredulidade; estava vendo ao vivo, pela CNN, quando vi o avião bater na torre, e notei a hesitação do locutor em relatar o que acabara de ocorrer. O fato de boa parte das vítimas terem ficado presas dentro dos escombros quando tudo desabou contribuiu para essa impressão "asséptica" transmitida pela TV - eram poucas as cenas transmitidas de vítimas ensangüentadas, como é costumeiro quando ocorre um atentado; mesmo aqueles que se jogavam dos andares em chamas eram focalizados apenas à distância. Mas as fotos da edição de quarta do New York Daily News, no entanto, não deixavam margem à dúvida: uma mão decepada, horripilante em meio aos escombros; um dos fotógrafos do jornal, gritando de agonia ao ter suas pernas quebradas pelos destroços que caíam. Para quem estava lá, in loco, a coisa deve ter sido muito diferente.

Yankees Go Home!
Os atentados causaram muito mais que as mortes e o horror transmitidos para o mundo ao vivo; desencadearam também uma gigantesca tsunami de burrice, que invadiu nossos lares pelas telas das TVs brasileiras, nas vozes de "comentaristas", "analistas políticos", "professores universitários" (juro que se o nível dos professores de nossas universidades for igual ao do sujeito de casaco de couro marrom e cara disforme que vi, a coisa está pior do que pensava!) e cidadãos comuns, todos instados pelos reporterzinhos desorientados e seu dever jornalístico (ah, o dever jornalístico... quantas atrocidades não são cometidas diariamente em nome dele?) a darem suas opiniões. A quantidade de besteira que foi dita é algo que inevitavelmente colocaria em xeque, num país sério, a capacidade da TV de informar. Um dos leitmotivs recorrentes dessa orquestra de seres morônicos era o de que os EUA haviam, de certa maneira, "pedido" pelo que acontecera, com sua "postura arrogante" (!) e sua "truculência" (!!) com relação ao resto do mundo. É de estranhar que alguém que diga isso a sério não tenha sido internado, quando pequeno, diagnosticado como um caso sério de ausência absoluta de massa encefálica no interior de suas frágeis cabecinhas. De novo aquela velha lenga-lenga que já cansou, e não convence nem a velhinha de Taubaté em seus piores dias, de que os US of A são os vilões do mundo, a potência imperialista deste século, sedenta de sangue e que adora matar de fome as criancinhas dos países pobres e indefesos... que saudades tenho da época em que só vociferavam essas sandices os comunistas linha-dura, ou os aiatolás e seus insanos seguidores. Hoje em dia, qualquer boçal que tenha completado o maternal se julga no direito de expor aos quatro ventos todo o fracasso do esforço de seu cérebro no ato de pensar. Um aluno da Faculdade de Direito do Largo São Francisco vociferava as maiores pataquadas sobre o assunto, num programa qualquer da TV Cultura. Ok, ok, dou um desconto por ser um curso de direito - mas essa supostamente é uma das faculdades mais conceituadas do país, onde se espera um mínimo de nível cultural de seus alunos; se a doutrinação esquerdista já chegou por lá, e de tal maneira, é que a coisa está realmente séria. Imagine o que esperar de lugares como a PUC, ou, para nos atermos à USP, uma Faculdade de Ciências Sociais, ou ECA, notórios antros do bicho-grilismo cabeça... campos de treinamento do MST? Futuros pilotos suicidas de Boeing? No Rio Grande do Sul do camarada Olívio dizem que a coisa já anda por esse pé...

Allah u Akbar?
Ainda preso à TV, diante do horror dos acontecimentos, vejo as imagens de refugiados palestinos no Líbano comemorando freneticamente as explosões e mortes. É revoltante. Difícil acreditar que deva existir um lugar no mundo para essas pessoas. Deveriam ser eles os mortos, deveriam ser aqueles bigodudos oferecendo tortas e cumprimentando-se, aquelas estúpidas crianças e seus sorrisos imbecis, aquela mulher horripilantemente feia, com seus dentes e óculos gigantescos envoltos por aquela túnica negra a estarem despedaçados sob os escombros do World Trade Center, e não os inocentes que agora estão sepultados lá, muitos dos quais jamais desejaram mal a ninguém. Nessas horas me sobe o sangue, e sinto que o Ocidente deveria finalizar o que foi começado e jamais terminado pelos Cruzados; é hora de uma guerra santa contra bárbaros que nada trazem ao mundo além de sofrimento e dor, de acabar de vez com esses suicidas de bigode na cara, pano sobre a cabeça e nada dentro dela. O Islamismo já teve seu valor para a humanidade, já foi algo nobre e louvável, e que trouxe coisas admiráveis ao mundo; ensinou o Ocidente, barbarizado e enfraquecido após a queda de Roma, a voltar a ser civilizado. Mas, ao que parece, acabou; e este arremedo dele que sobrou nos países árabes de hoje é das doutrinas mais nocivas na face da Terra, um credo bárbaro e assassino que prega o ódio, a discórdia, e a destruição de tudo o que é diferente. Chamar o que Osama bin Laden, ou o Aiatolá Khomeini ou o Taliban professam de Islamismo é como chamar o credo de um maluco como Jim Jones de Cristianismo.

Não se pode acreditar como legítima uma motivação que leva pessoas a cometer tais barbáries. Nada, repito, NADA justifica a perda da vida de inocentes, especialmente em tão grande escala. Nenhuma causa, nenhuma meta, nenhuma luta - tudo perde o valor diante de tanto horror. Aqueles últimos atentados em Tel-Aviv e Jerusalém já vinham sendo um aviso da monstruosidade e do potencial destrutivo contido nestes indivíduos. Se essas pessoas não dão o devido valor à vida humana, é necessário que isso lhes seja ensinado. Ainda que isso lhes custe a religião. Ainda que isso lhes custe suas próprias vidas. A humanidade não pode continuar sofrendo determinados males, apenas por um suposto "respeito" a outras culturas, tão pregado por intelectuais e acadêmicos que fazem parte do grupo que Robert Hughes chama de "multi-culti". Tais atos intolerantes têm se demonstrado perigosos demais para o resto do globo, e têm atravancado o que poderia ser uma era de harmonia e prosperidade única na história do homem. Explodir bombas apenas porque não se quer ter como vizinho alguém de outra religião é, para dizer o mínimo, um ato criminoso da pior espécie.

E, como se não bastasse, os países árabes estão entre os mais ricos do mundo, graças ao petróleo que extraem de maneira irresponsável da Terra; o que dão ao mundo em troca? Algo de valor cultural, ou mesmo social? Nada, absolutamente nada. Seus líderes são as pessoas mais filistinas de nosso mundo, de costumes repulsivos, que dominam seus países através de regimes feudais, mantendo a população em completa miséria e analfabetismo, muitas vezes sob o jugo da escravidão e dominância religiosa. Chega. Esses sheiks assassinos já tiveram poder por muito tempo. É hora de alguém acabar com a festa.

Rafael Azevedo
São Paulo, 14/9/2001

 

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