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Quinta-feira, 25/10/2001
Boa Novidade
Juliano Maesano


Essa coluna pretende trazer uma novidade aos fãs de ficção científica e terror. Trata-se de um lançamento da iniciante Editora Novo Século chamado "Os Sete". Um belo livro de um jovem e desconhecido autor, André Vianco.

Para um leitor fiel de Stephen King como eu, sempre pairava a pergunta: quando é que teremos obras assim aqui no Brasil? Obras de suspense e terror atuais, que se passam nas ruas de nossas cidades e locais que conhecemos. Quando poderemos ler isso aqui? A resposta foi dada, fui levado por uma estranha força a este livro, que devorei em duas noites.

Estava na Livraria Saraiva comprando um livro para meu pai quando passei o olho por esse livro no meio de tantos outros. Sua capa me chamou a atenção. Tudo preto, com um rosto sinistro e olhos que brilham num vermelho em fogo.

Na hora vi: "Os Sete". Logo depois fui ao subtítulo no inferior da página: "Tem gente que não acredita em vampiros..."

- "Putz, que demais! Um belo livro sobre vampiros..." Logo em seguida subi os olhos e fui ver quem era o autor: André Vianco.

- "André Vianco? Quem é esse cara? Poxa, um brasileiro? Que legal, espero que eu goste..." O próximo passo foi virar o livro e ver no fundo do que se tratava:

"Uma caravela portuguesa de cinco séculos é resgatada de um naufrágio no litoral brasileiro. Dentro dela, uma misteriosa caixa de prata esconde um segredo: sete cadáveres aprisionados, acusados de bruxaria. Apesar das advertências grafadas no objeto de prata, a equipe do departamento de História da Universidade Soares de Porto Alegre decide violar a caixa para estudar os corpos. Afinal, que perigo poderiam oferecer aqueles sete cadáveres? Nenhum. Mas depois que o primeiro deles acorda..."

"Meu Deus, que doido", eu pensei na hora. Já estava fisgado. O lance da caravela, dos vampiros e da Universidade de Porto Alegre me fisgou. Achei demais o fato do autor explorar instituições brasileiras, mesmo sem saber se essa Universidade Soares existe mesmo.

Foram duas noites e a tristeza de sempre, chegando ao final de um livro que não merecia ter fim. Uma obra bem descontraída, com linguajar informal e muitos signos onde há uma completa identificação com o leitor: marcas famosas como Carrefour, TAM, Rede Globo e cidades como Porto Alegre, Osasco e São Paulo.

É isso mesmo, não é igual aos livros de Tom Clancy, Agatha Christie ou Robert Ludlum, onde você lerá sobre um apresentador da CNN ou sobre a neve do Maine, nos Estados Unidos. Aqui Vianco faz seu personagem querer conhecer o Osasco Plaza Shopping pois ouvira falar de uma explosão ocorrida lá, vê um telejornal mostrando o maníaco do parque, cita a vinheta com o reloginho do programa do Jô Soares e noticia os acontecimentos de sua própria história saindo das bocas de Fátima Bernardes e Ananda Apple. Podem me chamar de bairrista, mas é isso que eu precisava! E tudo isso junto de uma ótima história, muito bem contada com suspense, terror e humor.

Pra quem quer saber mais, tudo começa com o nosso herói Tiago encontrando um navio antigo no fundo do mar, próximo ao litoral gaúcho. Junto com seus bons amigos e historiadores, passam a querer estudar mais e resgatar os tesouros que lá estão. A partir daí, encontram uma enorme caixa de prata e descobre-se que lá dentro estão sete cadáveres. Segundo as inscrições, a caixa não deve ser aberta. Essas mesmas inscrições trazem sete palavras:

Lobo
Tempestade
Inverno
Gentil
Espelho
Acordador
Sétimo

E aí, vai encarar?

Juliano Maesano
São Paulo, 25/10/2001

 

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