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Quarta-feira, 3/6/2009
7 que sigo
Rafael Fernandes

Desde sempre "seguimos" muita gente. Do tolo fanatismo adolescente a uma pesquisa aprofundada, ou por mera curiosidade, observamos aquelas pessoas que falam algo de diferente e que ajudam na nossa formação. Aqui, uma seleção de algumas das pessoas que "sigo" no Twitter, em blogs, sites ou no papel, mesmo.

1) Daniel Piza: A leitura de sua coluna dominical era obrigatória, antes de eu parar de ler o Estadão. Agora, acompanho seu trabalho pelo RSS de seu blog e em eventuais idas ao seu site oficial. Ler Piza, para quem começa a se interessar por cultura, é um prato cheio: tem um texto redondíssimo ― a escrita é fluída ― e muita bagagem. Ele fala com a maior naturalidade sobre literatura, teatro, cinema, música, museus, arquitetura etc. e parece estar cercado disso ― é tudo que um amante da cultura poderia querer. E, para finalizar seu bom gosto, é apaixonado por futebol e admirador do Ronaldo ― é hoje um dos poucos jornalistas com fácil acesso ao jogador, muitas vezes com entrevistas exclusivas.

2) Sérgio Augusto: Seus textos têm uma combinação rara de informação, bom humor e leveza, mas sem abdicar do rigor. É culto, sem ser pedante. É sério no trato dos fatos, mas não se leva tão a sério assim a ponto de ficar maçante. Um elitista no melhor sentido da palavra ― está sempre em busca do mais alto nível nas expressões humanas. Apesar disso, não é um extremista e é capaz de notar qualidades em coisas taxadas como "menores", como boas séries ― já elogiou House, por exemplo ― mas, felizmente, sem superestimar a cultura pop ― algo que anda em voga. Apelidado de Sérgio Augoogle pelo seu conhecimento nos mais diversos assuntos, é um dos grandes nomes do jornalismo brasileiro de todos os tempos. É em pessoas como ele que devemos nos espelhar para construir o futuro da informação nessa dura era para o jornalismo.

3) Edu Carvalho (@eduacarvalho): A leitura de seus textos no Digestivo ajudavam a clarear o clima quando eu precisava desanuviar da faculdade. Não tinha medo de criar polêmicas, mas também não escrevia por elas. Suas opiniões às vezes são duras, em contraponto à pessoa afável que é numa conversa informal. Para mim, entre os mais marcantes estão os textos sobre Oxford, a viagem pelo Brasil e sobre morar em São Paulo. Edu agora tem um dos melhores blogs do Brasil, vale muito à pena acompanhar. De certa forma, lá ele trata dos mesmos temas de seus textos aqui: as coisas boas da vida, basicamente, embora agora em doses curtas. Também é capaz de discorrer sobre empreendedorismo e até algo de admistração sem ser chato. Também partiu dele a indicação de outro dos melhores blogs brasileiros, o Interlúdio.

4) Hugh MacLeod: É uma das pessoas que mais entenderam como usar a internet para divulgar seu trabalho, num processo de médio prazo que vai, aos poucos, juntando pessoas através de seu blog, Twitter, boca a boca e newsletter. Suas artes são características, bem originais e cheias de grandes sacadas. Costuma fazer ótimas observações sobre internet, marketing e criatividade. Está prestes a lançar um livro com quarenta dicas sobre como ser criativo com o sugestivo nome de Ignore Everybody ("Ignore todo mundo"). Mais do que um manual ou autoajuda, a obra promete insights espertos tirados da própria experiência de Hugh no desenvolvimento da sua carreira.

5) Seth Godin: Como todo marqueteiro, sabe bem vender seu peixe. E às vezes irrita por parecer sempre ter uma solução para tudo. Mas é um ótimo observador do comportamento dos consumidores e das empresas ― e também mantém olho vivo na internet. É capaz de insights que muitos dos profissionais de marketing sequer pretendem ter; nota sutilezas e humanidades nesse meio árido, muitas vezes apenas regido por números e metas. Afinal, quantos estão preocupados em perceber que a Kodak vende nostalgia? É autor de uma das minhas frases favoritas: "se ninguém nota você é porque você é chato!". Também é defensor do foco nas decisões profissionias ou pessoais ― crie um só produto, venda a um só mercado, faça só uma coisa, mas faça bem. Tanto que não tem Twitter porque prefere focar em blogar.

6) Músicos: São diversos deles no Twitter e em blogs. Nunca iria pensar, há 15 anos, que poderia acompanhar a gravação do disco do Slash por meio de atualizações do próprio. Ou os ensaios do Faith No More através de informações diretas de Billy Gould (baixista) e Roddy Bottum (tecladista). Sergio "Serj" Buss (@serj) é um cara de sempre dá boas dicas sobre a carreira de músico e equipamentos. Recentemente descobri o blog de Claudio Rocha, em que fala sobre os trabalhos que está fazendo, dá dicas para aspirantes a músicos e conta um pouco da sua história. John Mayer faz uma música bem pop, mas bem feita. Tem bom humor nas suas atualizações, coloca fotos de equipamentos ou guitarras ― um prato cheio para quem gosta. E, mais interessante, criou um blog para contar sobre o processo de gravação de seu novo disco ― com comentários, fotos, trechos de letras novas, vídeos de jam sessions e processo de gravação. Já Lenny Kravitz provoca inveja com suas atualizações que mostram muitas fotos de bastidores e casas de shows lotadas.

7) Trent Reznor: O brilhante líder do Nine Inch Nails merece destaque. Surgiu nos anos 90 e é um dos mais importantes nomes da música até hoje. Compõe boas e incisivas canções, tem grande preocupação com a qualidade de som de seus discos e shows e com toda as produções em que está envolvido. Tem testado várias opções de venda de produtos musicais ― de discos dados de graça em MP3 a edições especiais. Recentemente inovou novamente e junto com Rob Sheridan, um dos seus fiéis escudeiros, desenvolveu um aplicativo exclusivo do Nine Inch Nails para o iPhone. Lançou no ano passado The Slip, um dos meus discos favoritos, e atualmente está em turnê junto com o Jane's Addiction.

Rafael Fernandes
São Paulo, 3/6/2009

 

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