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Quinta-feira, 22/11/2001
Harry, Rony e Hermione
Juliano Maesano


Sei que muita gente já leu críticas sobre um dos lançamentos mais esperados do ano no cinema, Harry Potter e a Pedra Filosofal (o outro lançamento mais esperado é O Senhor dos Anéis, que vai acabar chegando mesmo em 2002). Mesmo assim darei minha contribuição, já que estava presente na sessão para a imprensa, onde até os organizadores ficaram chocados com o imenso número de presentes: o que normalmente ocorre numa única sala de projeção se transformou numa sessão de várias salas no Arteplex em São Paulo para comportar tantos jornalistas e convidados.

A palavra geral dos críticos é correta: o filme não chega a ser um assombro. Eu, particularmente, saí muito satisfeito e contente, mas concordo que o filme não surpreende nem para o bem nem para o mal. Quero dizer, não há nada o que criticar ali, apenas o fato de também não haver nada de muito especial...

Por um lado, isso pode ser bom. Me lembro quando A Firma saiu no cinema e eu me desapontei. Claro, mudaram a história toda do final do livro... É sempre o mesmo dilema: como filmar uma obra que o mundo todo já leu? Que surpresa poderemos trazer no final do filme, se todos já sabem quem é o vilão, qual seu plano e como o herói escapará? No caso de Harry Potter, eles resolveram seguir fielmente e eu gostei da escolha.

É o tipo de filme que agrada ao leitor do livro, pois a produção, a arte e os efeitos são realmente maravilhosos. Quem aí leu o livro e queria entender melhor como era a disposição de um campo de quadribol? No filme, o leitor verá tudo isso e compreende melhor. Quem imaginava o pomo de ouro do jeito que é? É uma linda bola dourada com asinhas fantásticas, mesmo... E um trasgo, como seria? Não sei a razão para não traduzirem por "ogro" ou "ogre"... Mas tudo é surpreendente, as cenas do chapéu seletor, os banquetes mágicos de Hogwarts, os professores... tudo.

Os atores foram, em geral, uma boa escolha. Confesso que não fui com a cara do Severo Snape feito por Alan Rickman, que me pareceu um pouco canastrão... mas todos são excepcionais. Dou um desconto para Alan Rickman, já que Snape é um dos meus favoritos.

Daniel Radcliffe (Harry Potter), Rupert Grint (Rony Weasley) e Emma Watson (Hermione Granger) são os atores principais, três jovens atores que se saíram bem... Rupert já sai bem por ser a cara de Rony, assim como Daniel é Potter escrito... Já Emma como Hermione está muito boa, dando à personagem de "Mione" a real essência do personagem: uma menina estudiosa e sabe-tudo...

Senti um pouco a falta de mais uma partida de quadribol, a única do filme foi uma espécie de pod race, a corrida de Star Wars Episódio I. Muito legal e agitada. Por vezes, até confusa, mas é realmente um ponto alto do filme.

Outro "problema" que os responsáveis devem ter encontrado foi como enfiar tudo isso num filme só. O filme é realmente comprido, e deixou muita coisa de fora... uma falta que senti foi a ausência de mais cenas com Hagrid, mais cenas no Beco Diagonal (que é maravilhoso) e um pouco mais da senhora do quadro que guarda o salão da Grifinória. Ela é demais... Outra grande falta foi não usarem melhor as corujas, principalmente uma beleza como Edwiges.

Pelo tamanho desse primeiro filme, parece que o terceiro viraria um filme duplo ou seria quebrado em dois filmes, já que é bem maior que o primeiro volume. O quarto ainda não está marcado, mas se existir será maior ainda...

O que importa é o seguinte: vá ver o filme, leve seus amigos, filhos, primos e a família toda. Falar que o filme poderia ser melhor pode ser verdade... Falar que o filme é ruim é um absurdo.

Leia a coluna de 28/06/2001 sobre os livros de Harry Potter.


Juliano Maesano
São Paulo, 22/11/2001

 

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