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Sexta-feira, 28/12/2001
O Natal quase sempre é um problema
Kátia Gomes

Com a aproximação do Natal e do Reveillon, as pessoas começam a se mobilizar para os preparativos das festas do final de ano. Esta fase é sempre regada a muito entusiasmo, pois simboliza um novo ciclo na vida de cada um. Os festejos e as congratulações causam nas pessoas uma espécie de efeito catártico. É quando todas as tensões carregadas durante meses são descarregadas, criando um maior relaxamento. A intenção de obter essa sensação também pode ser representada pelos fogos de artifício, que tanto podem significar a queima da má sorte quanto de alegria, sucesso e beleza para o novo ano.

Trata-se de um ritual de passagem que já está inserido em várias culturas há séculos. Tudo muito lindo, não fosse para algumas pessoas a pior época do ano. Depressão e ansiedade tendem a aumentar no Natal, data marcada pela afetividade e união familiar. Alguns especialistas explicam que é um momento em que há uma pressão psicológica muito grande. As pessoas sentem-se obrigadas a demonstrar felicidade. E, isso nem sempre é verdadeiro e acaba por acirrar ainda mais as situações de conflito por conta da tradição.

A data pode configurar um verdadeiro tormento, já que está arraigada ao repertório social e não há como fugir da situação. Lógico, que evitar compartilhar a data também pode trazer problemas. O que resta é enfrentá-la e trabalhar as tais mágoas.

As pessoas têm o mau hábito de evitar conflitos ao invés de verbalizar sobre o que as aflige. A idéia que se tem de que desabafar é pior, está errada. Existem mil maneiras para isso. Não pode é deixar que sentimentos negativos, muitas vezes criados por questões pequenas, sejam cristalizados.

Outras situações, talvez menores dependendo do ponto de vista, podem se agravar durante a época de Natal. Embora o clima favoreça o consumismo, pode tornar-se um problema quando algumas pessoas passam a ser uma expectativa do consumismo em conseqüência de um clima de competição, da necessidade de demonstrar sucesso e da preocupação com a aparência.

Enquanto que o Natal está repleto de situações limite, no Reveillon as pessoas se sentem um pouco mais à vontade. É a fase em que todos param para fazer um balanço das realizações e a partir daí estabelecer novas metas. Sonhar e ter projetos podem ser o primeiro passo para as realizações.

São coisas importantíssimas, quando não são tomadas de insegurança e ansiedade causadas por fatores sociais como, por exemplo, o desemprego e toda incerteza e expectativa que permeiam esta época.

A introspecção, ou depressão, em grau menor e não prolongada pode até ser favorável segundo especialistas. Concentrar-se, planejar metas, elaborar perdas é uma defesa sábia do organismo. Por outro lado, o clima exagerado de reflexão pode ser demobilizador ao invés de incentivador. Cuidado!

O que os mesmos especialistas recomendam é que sigam a sabedoria do organismo, que se olhem melhor e percebam seus limites. Se for necessário que procurem por atendimento psicológico ou médico. É de conhecimento geral que a melhor forma de prevenir qualquer desgaste é aprender a reverter pensamentos negativos repetitivos e buscar mais descontração seja através de exercícios físicos e situações prazerosas como o trânsito nas estradas que levam ao litoral! Boas Festas.

Kátia Gomes
São Paulo, 28/12/2001

 

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