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Segunda-feira, 5/11/2012
Conselho ou Informação
Daniel Bushatsky

Desde pequenos todos que nos cercam e nos dão carinho gostam de transmitir suas opiniões sobre as nossas vidas e o caminho que elas devem seguir. Estão passando os seus pontos de vista. Alguns com maus conselhos (não propositais, espera-se), outros com muito bons. Eu mesmo tenho um tio com ótimos conselhos, sempre dados com muito entusiasmo! Quem não tem?

Um dos momentos críticos de nosso crescimento, que mais nos "enchem" de informações e de conselhos, é quando vamos escolher uma profissão. Muitos adolescentes, inclusive, vão ao psicólogo vocacional. Fazem testes, estudam as mais diversas profissões e tentam chegar a uma conclusão de qual seria a melhor carreira a se seguir. No consultório foram dados conselhos ou passadas informações?

Outro bom exemplo é nesta época de votação, quando é muito comum, nos mais diversos locais, as pessoas conversarem sobre quem e o porquê de se votar em fulano ou em sicrano. Cada pessoa tem uma idéia de política e do dever do político, às vezes, é verdade, sem nenhum fundamento. Mas todos gostam de dar sua opinião.

Não podemos esquecer que muito antes dos psicólogos vocacionais e, lógico, das eleições, temos nossos pais. Quantos conselhos eles nos dão, não?

Conselho e informações são inerentes ao nosso crescimento. Toda hora estamos expostos a muita informação e muitos conselhos. A dúvida é: será que são verdadeiros?

Qual é a diferença entre o dever de se informar e o dever de dar um conselho? Você já parou para pensar?

Sinde Monteiro, professor português de direito, ensina que dar um conselho "significa dar a conhecer a uma pessoa o que, na sua situação, se considera melhor ou mais vantajoso e o próprio faria se estivesse no seu lugar".

Por outro lado, se informar é o que qualquer homem médio deve fazer antes de tomar uma decisão: ter exposição de determinados fatos para conseguir decidir com maior cuidado.

Questões interessantes decorrem disto: quando lemos um jornal, não podemos esquecer que segue uma linha editorial, ou mesmo na leitura de um artigo aqui no Digestivo Cultural, estamos nos informando ou recebendo um conselho? Se determinando articulista econômico, diz que o melhor é investir na poupança e depois você descobre que ele não investe, está traindo nossa confiança?

Ou seja, vale o provérbio popular: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço?!

A verdade é que a informação é relativa. Temos inúmeras fontes de informação e precisamos fazer um crivo para saber a veracidade e confiabilidade delas. Já o conselho, que não deixa de ser relativo, se honesto, visa o nosso bem.

Em comum, informação e conselho, em maior e menor grau, possuem uma semelhança: precisamos ter confiança para seguirmos!

Muitas vezes estamos navegando em águas misteriosas, como Jack Sparrow, em Piratas do Caribe, o melhor mesmo é se informar. E, mesmo depois de se informar, tome conselhos de marinheiros mais experientes.

Assim, quer um conselho? Se informe! Mas só decida após ouvir muitos conselhos!

Daniel Bushatsky
São Paulo, 5/11/2012

 

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