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Segunda-feira, 24/6/2002
Copa do Avesso
Adriano Maesano

Futebol globalizado
Brasil e Inglaterra enfrentaram-se na última quinta, dando início às quartas-de-final da Copa do Mundo de 2002. Estamos entrando na 4ª semana desta competição, que é o maior evento do planeta, superando outros grandes eventos esportivos como os Jogos Olímpicos, Super Bowl e eventos culturais como a entrega do Oscar.

As primeiras semanas mostraram a nova realidade do futebol, que pode muito bem ser tratada como a nova realidade do nosso planeta, onde os extremos aproximam-se de forma repentina e improvável, devido aos fenômenos da globalização, dos blocos comerciais e principalmente da comunicação, responsável pelo rompimento definitivo de todas as barreiras sócio-culturais no planeta.

Salvo em locais onde a "abertura" inexiste, como Coréia do Norte, Afeganistão (até há poucos meses), Iraque, Cuba e algumas pequenas nações espalhadas pelo globo, todo o mundo está acompanhando esta Copa do Mundo, e, pelo menos durante os 90 minutos em que a bola está rolando, todos podem ser considerados iguais. As potências, Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra, unem-se às novas forças internacionais de Espanha e Coréia do Sul, com o adormecido e indefinido Brasil, e os turcos (definitivamente marginalizados pelos europeus). E, para finalizar, temos um grande representante africano, em todos os sentidos, que é Senegal: até poucos anos atrás só era conhecido como país onde encerrava-se o maior rali do mundo.

Infelizmente não teremos o confronto de Senegal com uma das potências, pois seria emocionante ver realidades tão diferentes em busca de um mesmo objetivo. Mas os próximos dois dias poderão revelar ao mundo (do futebol) uma novidade, que já ocorre na Ásia desde a memorável partida de abertura entre os campeões franceses e os simpáticos senegaleses.

Garantidos na final?
Já foram realizadas 16 Copas do Mundo, entre 1930 e 1998, e se excluirmos as 3 primeiras edições, vemos que desde 1950, um dos finalistas foi Brasil ou Alemanha, com exceção única da Copa de 1978, onde o Brasil até merecia ter sido um deles, caso não houvesse a marmelada entre Argentina e Peru.

O problema é que essas forças do futebol são justamente as seleções com maior número de partidas em mundiais, embora jamais tenham se enfrentado. O Brasil já enfrentou a Suécia sete vezes em Copas, mas nunca a Alemanha.

Será que um deles estará jogando em Yokohama no dia 30 de junho? Acho que as duas seleções são favoritas para chegar à final, mas vou me limitar a dizer que acho que a tradição se manterá: Brasil ou Alemanha estarão na final, mas continuaremos esperando pelo primeiro confronto entre os dois países mais vitoriosos da história do futebol.

Copa do Avesso
Uma Copa que tem seus jogos às 3 da madrugada só poderia dar nisso. Nenhum especialista acerta o prognóstico, as mulheres ganham os bolões feitos no trabalho e nos clubes, e, pelo jeito, teremos mais surpresas...

Adriano Maesano
São Paulo, 24/6/2002

 

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