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Terça-feira, 29/10/2002
Cantando na Chuva faz 50 anos
Clarissa Kuschnir


Hollywood, teatro Chinês. Muitos astros chegam para a avant-première do grande filme da Monumental Pictures: "O Patife Real", com Don Lockwood e Lina Lamont. O filme é um dos grandes acontecimentos do ano de 1927.

As grandes estrelas da noite estão sendo aguardadas por uma multidão. Quando termina a sessão do "Patife Real" a platéia aplaude de pé e todos saem satisfeitos do cinema. Agora você pergunta: realmente existiu esse filme?

Ele é apenas uma daquelas fitas mudas mostradas naquele que considero um dos maiores filmes americanos de todos os tempos: "Cantando na Chuva". Completando 50 anos, "Cantando na Chuva" é um ícone da era de ouro de Hollywood, estrelado por Gene Kelly, Debbie Reynolds e Donald O' Connor. Três grandes astros reunidos nesse musical que conta a transição do cinema mudo para o falado.

Dirigido pelo próprio Gene Kelly e por Staley Donen, "Cantando na Chuva" não cansa: os números musicais são perfeitos e a atuação dos atores é magnífica.

Quando o cinema mudo começa a ser dominado pelo falado (ainda com técnicas bem rudimentares), a dupla de atores Lina Lamont e Don Lockwood (interpretados por Gene Kelly e Jean Hagen respectivamente) passa a sofrer pressões para transformar um filme mudo em falado. Quando percebem que fracassaram, fazem de tudo para recuperar a fama e tentar salvar o filme.

Com ataques de estrelismo Lina (Jean Hagen), e sua voz insuportável, fica ainda mais difícil conseguir com que o tão fracassado musical se transforme num grande sucesso de bilheteria. Jean Hagen foi indicada para o Oscar de atriz coadjuvante pelo papel.

Mas com a inteligência de Don Lockkwood e seu colega Cosmo, e também a graciosidade de uma atriz de teatro, Katty (interpretada por Debbie Reynolds), eles usam de todos os recursos e de seu talento artístico para recuperar o prejuízo.

Katty acaba caindo nas graças de Don, que também se apaixona por ela, mas que terá que enfrentar o ciúme doentio de Lina. Esta, na verdade, é apenas o par romântico de Don nos filmes e nas revistas de fofoca.

"Cantando da Chuva" é uma forma de criticar o próprio cinema. No fim, nos faz amar ainda mais a sétima arte. O sincronismos dos números musicais, principalmente o mais longo deles que é "Broadway Melody", resulta num grande espetáculo cênico. Fora que tem a presença da atriz Cyd Charisse (considerada uma das mais belas pernas do cinema americano).

Mas nenhum número é tão famoso e encantador com o clássico "Singing in the Rain" (por muitos também considerada a cena mais famosa do cinema). Um número que foi copiado diversas vezes, principalmente para comerciais de TV.

Gene Kelly, considerado um dos maiores sapateadores de todos os tempos, mostrou que seu talento ia muito além da dança, dirigindo e coreografando cada número musical. Imagine o tempo que a equipe levava para chegar à perfeição...

Depois de 50 anos, "Cantando na Chuva" prova que continua sendo um dos 10 maiores filmes do cinema. Com a edição especial em DVD (o filme já saiu há muito tempo em DVD mas sem nenhum extra), o espectador vai poder matar sua curiosidade sobre os bastidores do filme.

Clarissa Kuschnir
São Paulo, 29/10/2002

 

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