busca | avançada
85620 visitas/dia
2,0 milhão/mês
Quinta-feira, 17/5/2007
Comentários
Leitores

Lúcido, mas livro é fetiche
Caríssimo, parabéns pela lucidez de suas palavras. Mas a escrita é paixão. O livro é fetiche, encerra mais do que declara. Livros têm cheiro, volume, "temperamento", vão com a gente para cama, alguns envelhecem com quem pertencem. Por prazer, passei a frequentar seu espaço, depois de publicada. E fui muito bem recebida. Meu caminho foi o dos concursos, atalho rápido em todos os sentidos: tiragem grande, acesso facilitado à mídia, mas nem por isso diferente do que você retratou. Sempre gostei de escrever; lia e escrevia para não enlouquecer. Ganhava a vida, porém, me atormentando no setor financeiro. A publicação foi o presente da maturidade. Logo que me inscrevi no concurso, criei um blog. Acho que não soube levar a coisa, mas os que sabiam achavam "cool". Desencanei quando percebi que, no meu caso, era gastar boa vela a troco de nada: ninguém me lia. Agora, até que senti vontade de voltar. Compro livro de estreante: se abro e gosto da primeira página. Cada um com sua história.

[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]

por eugenia zerbini
17/5/2007 às
19h26

Coisa de feiticeiro
"Mesmo decorando o número da página (fiz isso muitas vezes) eu havia me perdido; mesmo colocando um marcador de páginas no exemplar que eu tinha em casa". Hmmm. Isso parece obra daquele feiticeiro de quem o Dom Quixote fala... brincadeira, Guga. Gostei muito do seu texto, embora eu seja do time que amou o Dom Quixote.

[Sobre "Quixote que nada"]

por Drica
17/5/2007 às
18h33

Opinião [parte 5]
De outra forma, parece-me que a literatura, de uns tempos para cá - e a televisão muito teve a contribuir -, está se direcionando ao escracho. Finalmente, temos livros curtos, práticos, que passam uma mensagem digerível a ambos os gêneros, alguns que se atrevem a cruzar todas as faixas etárias: um contra-senso, o nonsense. Maquiavelice, sátira deslavada; coisinhas e maldições que não são para serem lidas e pronunciadas, o tal do INDEX nos instiga. Quem duvidar, comecem a observar os dramaturgos contemporâneos, ver o caminho que estão traçando. A globalização, distribuição desigual de renda, crescimento acelerado das cidades; temos uma inversão de valores, desestabiliza e instaura novos padrões estéticos na metrópole; o paulistano, no caso, está frio, distante e indiferente. O intelectual se coloca em ar de superioridade e ridiculariza a pobreza. Vivemos uma era de individualismo e desagregação social.

[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]

por Marcel Dias Pitelli
17/5/2007 às
15h11

Opinião [parte 4]
Querem saber da verdade? Vou dizer a vocês, talvez relatando minha experiência; por certo, deve ser pequena em comparação à dos amigos jornalistas e blogueiros [nunca acreditei em blog, essa ferramenta unilateral]... Mas vamos por partes! Primeira coisa: com exceção a alguns blogs portugueses, ilustrados e cruzados [comunicados?], com vídeos e outras ferramentas midiáticas; os demais, a menos que sejam ‘impressionantes’, estão fadados a morrer. No Brasil, isso se reforça. Blogs de amigos meus, escrevem magistralmente, não têm visitas. Amigos, não é que o brasileiro não leia. Aliás, esse me soa um daqueles estereótipos que nos imputamos, reforço da transculturalização; como o do poderio americano e com o qual persistimos em nos equiparar sem antes estudarmos as imagens, a publicidade e o ‘Soft Power’. Assim fosse, literatura precária, jornal, revista, quadrinhos, Mangá, nada se venderia no Brasil.

[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]

por Marcel Dias Pitelli
17/5/2007 às
15h09

Opinião [parte 3]
Julio tem razão em alguns pontos. Acredito que quis falar de ambivalência, mas não chegou a mencioná-la. Afinal de contas, escritores que somos, expostos a leitores e toda uma mídia, já não nos basta a tal autocrítica [a nos deglutir vivos], devemos também fatalmente nos adaptar a uma realidade líquida e conceitos de mercado a nós sigilosos. Quando se trata de autocrítica, eu e muitos que conheço, nos pegamos num continuum refazendo a musicalidade de um trecho até que ressoe como um senoidal. Essa, para alguns lingüistas, seria uma forma de captar a atenção do leitor, tão disperso ao som de buzinas, o choro de caninos e bebês desmamados. De certa forma, parece-me que a ‘boa literatura’ está à mercê da realidade, turvando-se mais ficcional do que a própria ficção.

[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]

por Marcel Dias Pitelli
17/5/2007 às
15h07

Opinião [parte 2]
Não sei o que dizer: vim pedir espaço no Digestivo [assim como noutros sites literários], publicar meus contos, e o trabalho não é fácil [dentre várias linhas, sou colunista de Relações Internacionais pelo www.mundori.com.br, escrevo surrealismo, psicológico, suspense, realismo fantástico e poesia]. Meu nome já saiu no Diário de SP, no Jornal do ABC, na Jovem Pan, na coluna de Cezar Giobbi, Mônica Bergamo... Big shit? Yeah! Vez em quando estou no Chateaubriand, lendo ‘curtinhos’ a platéias de 200 pessoas. Esta semana, sentei-me ao lado de Marcelino Freire, entreguei-lhe meu livro [‘Sila’, o primeiríssimo de uma trilogia... Meu site é legal, temos todo um trabalho no Orkut; um trecho que foi também teatralizado no Chateaubriand - atores vindos do Nilton Travesso - e está online]. O que posso dizer, ‘Brasileiro não desiste nunca’? Que talvez um dia eu crie um blog e dê espaço a todos? Não sei. Eu precisaria me colocar na pessoa do Julio, saber o que é esse lado de selecionar e desprezar.

[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]

por Marcel Dias Pitelli
17/5/2007 às
15h07

Opinião [parte 1]
Amigos, como vocês mesmos dizem, venho descobrindo a cada dia que mais tenho a saber desse complexo meandro, ‘Mercado Editorial’ [parece se cruzar com fortes noções de sociabilidade]. Julio me conhece, falamos por e-mail várias vezes. Sempre me foi muito cordial. Creio eu, devo fazer parte dessa maldita esfera de estreantes. Dela não consigo me desvencilhar e jamais irei - muito me enraivece a falta de solidariedade num campo tão narcisista quanto as Letras - mais do que nunca, me proponho ajudar os que estão na mesma situação. Muitos estão abrindo sites e cobrando pelo espaço, perpetuando os empreendimentos comerciais que já se exaurem nas esferas editoriais; outros, mais corajosos, abrem espaços gratuitos [Sanfrei Books, Turba Literária, Garganta da Serpente...]. Seria o momento de falar das hierarquias que permeiam as instituições literárias, do quão paradoxais se colocam quando ignoram os ‘novos’ e ao mesmo tempo investem pela freqüentação de leitores? Prefiro nem comentar.

[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]

por Marcel Dias Pitelli
17/5/2007 às
15h04

nem todo blogueiro...
Concordo plenamente com o Félix Maier, "a realização plena de qualquer autor é ver sua obra publicada em papel, em livro... não numa página virtual". Além disso, Julio, um escritor pode até ser também um blogueiro, mas, obviamente, nem todo blogueiro pode ser "um escritor" (autor de obras literárias, culturais, científicas etc.; ficcionista). Lembre-se disso.

[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]

por Janethe Fontes
17/5/2007 às
13h45

Um personagem que amei
Quando li Dom Qixote, precisava ler Dom Quixote. Precisava de um herói ou anti-herói do jeito que ele era. Precisava de alguém que lutasse contra monstros imaginários, como eu. E gostei desse cara. E gostei do livro e gostei de um tanto de coisa referente a ele. Dom Quixote. Um personagem que amei e continuo amando. É isso. Beijo. Dri

[Sobre "Quixote que nada"]

por Adriana
17/5/2007 às
13h17

Assim é o leitor que perde...
Parece-me, depois de mais de duas dezenas de comentários sobre este texto do Julio, que temos aqui dois times: os escritores (ou os que querem, um dia, ostentar este epíteto, auxiliados pelos simpatizantes destes) e os leitores (que por sua causa vêm acompanhados pelos críticos profissionais). Vejam o caso do Galera. Seu livro "Mãos de Cavalo" só se tornou um sucesso de crítica depois que leituras ocorreram! Obviedades à parte, é a função dos críticos ler e dizer o que acham, inclusive dos iniciantes, como foi no caso do Daniel. Morram horrorizados, estrebuchem de ódio! Mas é a função do crítico e da mídia analisar o material de um autor iniciante e dizer se vale a pena comprar o livro. O público espera isso destes profissionais. Ler o livro do Scliar ou do Pamuk e fazer uma resenha sobre eles, até eu faço. Se é o dever do escritor escrever bem, é o dever do crítico dizer isso ao público. Ignorar o escritor iniciante é menos do que se espera do profissional de coluna literária.

[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]

por Albarus Andreos
17/5/2007 às
12h04

Julio Daio Borges
Editor

busca | avançada
85620 visitas/dia
2,0 milhão/mês