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Sábado, 4/5/2002
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confiança
Temos que aceitar a nossa existência em toda a plenitude possível; tudo, inclusive o inaudito, deve ficar possível dentro dela. No fundo, só essa coragem nos é exigida: a de sermos corajosos em face do estranho, do maravilhoso e do inexplicável que se nos pode defrontar. Por se terem os homens revelado covardes nesse sentido, foi a vida prejudicada imensamente. As experiências a que se dá o nome de "aparecimentos", todo o pretenso mundo "sobrenatural", a morte, todas essas coisas tão próximas de nós têm sido tão excluídas da vida, por uma defensiva cotidiana, que os sentidos com os quais as poderíamos aferrar se atrofiaram. Nem falo de Deus. Mas a ânsia em face do inesclarecível não empobreceu apenas a existência do indivíduo, como também as relações de homem para homem, que, por assim dizer, foram retirados do leito de um rio de possibilidades infindas para ficarem num ermo lugar da praia, fora dos acontecimentos. Não é apenas a preguiça que faz as relações humanas se repetirem num tão indizível monotonia em cada caso; é também o medo de algum acontecimento novo, incalculável, diante do qual não nos sentimos bastante fortes. Somente quem está preparado para tudo, quem não exclui nada, nem mesmo o mais enigmático, poderá viver sua relação com outrem como algo de vivo e ir até o fundo de sua própria existência. (Rainer Maria Rilke, Cartas a um jovem poeta.)

[Sobre "Iris, ou por que precisamos da tristeza"]

por Lucia
4/5/2002 à
00h48

Ah, paranóico porquê?!?
Rogerio, meu querido, sempre que você quiser meu "acalanto" (que palavra linda!), ele está à sua disposição. O Fabio não se incomoda não, nem o Alexandre, que são meus oficiais superiores no Exército de Pedro (vide texto anterior de Alexandre). Eles bem sabem qual é a nossa missão aqui... Beijo carinhoso da Sue

[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]

por Assunção Medeiros
3/5/2002 às
23h19

Não só parece assim...
Caro Valentim, permita que eu discorde de algumas colocações suas. A menção que o Alexandre faz a um determinado TIPO de pessoa, não a uma determinada CLASSE de pessoas, até pode ser considerada negativa, mas não gratuita. Por favor, não estenda a teoria do "bom selvagem" à procura da cultura e dos livros. O amor aos livros é algo que se tem ou não se tem. Tenho dois exemplos muito próximos, de pessoas humildes, dois homens favelados, pessoas que jamais tiveram uma oportunidade de frequentar óperas ou ouvir Mozart. Um deles abandonou o ensino oficial ainda no ginásio (naquela época era ginásio). Amante dos livros, no entanto, está montando lentamente uma biblioteca com livros usados, e hoje, já um senhor, ajuda os filhos de seus vizinhos com as pesquisas escolares. Isso entre os pesados trabalhos de marcenaria que faz. O outro deles, que além de pobre e favelado é negro, decidiu que aprenderia idiomas estrangeiros. Usando bibliotecas públicas, comprando livros como podia, ele hoje é autodidata em inglês e alemão, professor de um famoso curso de idiomas. Ah, e o Alexandre também fala na responsabilidade daqueles que enxergam mais longe com aqueles que não o fazem. Salvemos, portanto, as joaninhas! E eu, da minha parte, adiciono que, mesmo reconhecendo os diferentes "graus de humanidade" de cada pessoa, amemos a todos, já que o maior Ser Humano que já existiu, do alto de um grande sofrimento físico, vilipendiado por todas as joaninhas à sua volta, implorou: Perdoai-os Pai, eles não sabem o que fazem. E cada vez que olho em volta, reconheço: não sabemos mesmo. Mas alguns querem aprender. Beijos da Sue

[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]

por Assunção Medeiros
3/5/2002 às
23h01

CONCORDO QUE PARECE ASSIM...
Concordo Que Parece Assim... Do que gosto e do que não gosto se é que posso separar. Gosto do estilo, gosto dos bons livros, gosto das joaninhas, gostaria que a vida fosse tão simples, gosto da vida dos que na sua coluna podem ler, tenho simpatia pelos que gostariam de ler mas realmente não podem. Gosto até dos livros que ainda esperamos que sejam escritos. Tirando o que menos gosto, sua coluna parece, tal como a anterior, uma ode aos livros, é praticamente uma poesia. Não gosto da menção negativa e gratuita a pessoas determinadas que estão sendo julgadas sem direito à defesa, e sem que as razões da acusação sejam esmiuçadas. Talvez a acusação em alguns casos seja justa, talvez não. Que culpa têm as joaninhas por não poderem se deleitar com algumas das maravilhas humanas ? Que culpa têm aqueles operários que na hora do almoço, olham imbecilmente, sentados na grama, para o muro ainda não pronto ? Levantaram-se às quatro e meia da madrugada, tomaram três conduções, trabalharam feito uns mouros, pelo menos quatro horas e estão sendo esperados para mais quatro de trabalho pesado. Depois tomarão de novo mais três conduções, chegarão em casa arrebentados, querendo comer e dormir, porque amanhã, de nôvo, às quatro e meia ou cinco horas, estarão novamente começando a viagem para mais um pedaço dum muro, e quando aquele terminar haverá mais infinitos muros esperando por eles. Quando poderão eles ler ? Quando não terão eles sono ? Saberão ler ? Aprenderam eles a saborear a leitura ? Em que familia nasceram ? Em que lugar nasceram ? Em que meio passaram a infancia ? Que cerebro têm ? Que mente e que espírito possuem ? Ouvi hoje notícia de que em determinado lugar seria, entre outras, executada a Sinfonia nš 40 de Mozart, e o locutor teceu os maiores elogios ao autor e à obra. Não pude deixar de associar sua coluna a essa notícia, e fiquei pensando qual a diferença entre esse operário descansando cinco ou dez minutos para voltar aos seus tijolos, e Mozart. Eu sei que isto parece uma tolice do tamanho de mil bondes, mas ainda assim ouso perguntar, que mérito tem uma pessoa que aos seis anos pôde fazer uma obra prima como ele fez ? Com o cerebro dêle, com a mente dêle, com o espírito dêle, seria uma vergonha se não o tivesse feito, e até, talvêz, tenha feito pouco. Por favor não se choque, eu já estou chocado por todos nós. E eu acho que não há mérito em gostar do que é belo, nem demérito em não o apreciar. São tantos os fatores determinantes ! Entretanto e apesar disso tudo, eu ia lamentar as pessoas incapazes de apreciar o belo, em qualquer de suas expressões, mas, por outro lado, quem disse que o homem é mais feliz do que a joaninha ? Ou é ?

[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]

por Valentim Carval
3/5/2002 às
22h39

Paranóico
E eu que já me considerava portador de uma "paranóia controlável"... Mas tenho melhorado. E obrigado pelo acalanto, Sue. Cê é muito doce (controle o ciúme, hein, Fábio).

[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]

por Rogério Macedo
3/5/2002 às
16h51

Prados mais verdes
Caro Rogério, lendo todos os comentários anteriores, pude perfeitamente entender o motivo de sua confusão. Não se sinta mal... mas nunca pense que o Capitão Fabio seria capaz de uma falta de classe destas! Achei o seu prado em particular bastante verde e convidativo, e vou dar uma olhadinha no seu blog já, já. Beijos da Sue

[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]

por Assunção Medeiros
3/5/2002 às
16h30

Acontece
Acontece, acontece...Isso só prova a minha teoria de que a Internet é um Ambiente Altamente Paranóico...

[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]

por Alexandre
3/5/2002 às
16h17

Embaraço, reconheço.
Fiquei meio atordoado com o negócio ao ponto de cometer o seguinte paradoxo: "... por motivos que desconheço ..." e logo depois digo que conheço o motivo "e não compreedeu porque..."

[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]

por Rogério Macedo
3/5/2002 às
15h59

prado da casa
Rogério, eu não lembrava que seu sobrenome era Prado e confesso que ainda nem li sua outra mensagem neste forum. Mas já visitei seu blog e tenha certeza de que sou capaz de compreender e gostar do que você escreve. O Alexandre está certo, eu estava me referindo a joaninha Feiticeira. Um abraço, Fabio.

[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]

por Fabio
3/5/2002 às
15h53

Santa ingnorança!
De novo: foi mal, Fábio. Como sou burro! E como eu pude depreender que a joaninha prado era alusão ao meu sobrenome se tenho assinado com o sobrenome Macedo? Putz, que melada, hein? Rogério

[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]

por Rogério Macedo
3/5/2002 às
15h54

Julio Daio Borges
Editor

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