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Sexta-feira, 6/6/2008
Comentários
Leitores

As mentiras do escritor
É por isso que escrevo. Seria por vaidade? Se fosse, eu gastaria dinheiro com xampus franceses ao invés de livros... Mas talvez escrever seja um estratagema minucioso de minha parte, para ser o orgulho da mamãe e, mais adiante, comer algumas menininhas intelectualizadas, por aí vai... Não! Acho que não é só isso, pois já me disseram que não adianta escrever e dar para a mãe ler depois - ela sempre vai elogiar (isso se confirma também pelo fato de que eu nunca comi ninguém só por escrever!). Então não é por vaidade que escrevo... Escrevo para contar histórias (e gosto das de ficção...). Mas, então, por que escrever? Bastaria ser um mentiroso e só. Ficcionaria por aí, ao léu... Mas ser um mentiroso pago por escrever deve ser bem melhor! As mentiras do escritor ficam para sempre. Se for um bom mentiroso, talvez você se torne um... escritor! Um mentiroso excelente pode chegar a ser um bom escritor e aí suas mentiras acabam se cristalizando e, um dia, até acham que são verdades. É isso: escrevo para inventar verdades!

[Sobre "Q and A With Jeff Bezos"]

por Albarus Andreos
6/6/2008 às
15h12

Ler, de verdade, Machado
Ana, bela explanação sobre o ato de ler e a obra de Machado de Assis.... Quando falamos em leitura, e dos tempos escolares, sempre vem à tona a negação aos livros de Machado de Assis. Mas se perguntarmos à grande maioria: nunca leram quaisquer obras por completo, sempre ficaram "pelo caminho" - nas cinco primeiras páginas, ou já iam atrás de resumos em jornais, do amigo ou em livretos para o vestibular... Os textos de Machado sempre são discutidos e solicitados na escola, entretanto só os professores fingem entenderem e admirá-los, e os alunados ficam só na expectativa dos relatório, fichamento e a prova da leitura cobrada... A falta de interesse e entendimento dos escritos do autor em questão deve-se a falta de leitura de vários tipos de textos e autores anteriores... Para a construção de um conhecimento do ser humano, e da vida, e' preciso ler e reler sempre o novo e o velho. Como dizem os grandes autores: nada e' inventado e em todos os livros encontraremos os primórdios das idéias de Homero...

[Sobre "Meus segredos com Capitu"]

por gilson
6/6/2008 às
14h04

o estilo H20 de Machado
No mundo hodierno fatos se sucedem em nanosegundos. A avalanche de informações gera o estresse, do qual todos, que pensam, são portadores... Concordo com Daniel e também não gosto do estilo H20 de Machado (incolor, insípido, inodoro, e adaptável ao continente). Melhor aprender sobre a vida dos rotifers por ex - pq, da vida deles, podemos inferir a história da sexualidade humana. Ou sobre os cantores de Tuva que nos impelem a conhecer o uso extenso do aparelho respiratório e das pregas vocais... Agora, escrever livros e teses para discutir a fidelidade sexual da heroina de olhos oblíquos de cigana dissimulada... Bem... "to each his/her own". Parabéns, Daniel (for having the guts - not to say something else..). Cylene

[Sobre "Não gostar de Machado"]

por Cylene Gama
6/6/2008 às
12h46

Ler Machado não é fácil...
Daniel, olha, na verdade não importa muito gostar ou não de Machado. Até porque o que se lê, se guarda no intelecto, se absorve, é uma diversão solitária. Praticamente uma masturbação intelectual. Ou seja, há quem se divirta e se enriqueça intelectualmente com Paulo Coelho, com Diogo Mainardi. E por aí vai. Eu também sou das ciências sociais e há quem leia Marx, Weber e Durkheim e ache maravilhoso. Vira Bíblia. E há quem ache uma porcaria. Ou seja, a leitura é um momento solitário entre você, leitor, e o autor em forma de livro. Às vezes há conexão, as vezes não há. Eu acho Machado de Assis o melhor escritor. Do Brasil e do mundo. Mas isso é uma conexão íntima com o autor. Minha com Machado. É rir das piadas sarcásticas que ele faz, é conhecer a história do Rio de Janeiro e do Brasil através de seus textos, é conhecer outras nuances da belíssima língua portuguesa. Ler Machado não é fácil...

[Sobre "Não gostar de Machado"]

por Elaine
6/6/2008 às
09h44

Texto vivo e elegante
Excelente artigo. Linguagem viva, escorreita e elegante. Teria grande prazer em continuar a leitura. E fica-se com vontade de comprar o livro. Parabéns !

[Sobre "Festival da Mantiqueira"]

por A. Faria
6/6/2008 às
08h14

Sempre odiei Machado de Assis
Daniel, adorei seu texto! Sempre odiei Machado de Assis (e também José de Alencar, claro) e sou sempre criticada por isso. E o pior é ser criticada por pessoas que nem sequer têm o hábito de ler (refiro-me à literatura, claro!). Aliás, em meu ensino médio, eu sempre me perguntava porque os autores estrangeiros eram melhores que os nacionais (e eu odiava essa idéia). Só depois eu descobri que existem autores nacionais ótimos. E eu não devo isso à escola...

[Sobre "Não gostar de Machado"]

por Carolina Costa
6/6/2008 às
07h33

O camarote do Mago
Muito bom saber que num país de espírito predominantemente inculto chega para o Vale do Paraíba uma importante expressão cultural em sua melhor forma. Não que se possa pensar em São José dos Campos como algo rural, vez que aquela cidade é imensa e muito mais desenvolvida que a média nacional, porém, digamos que nosso povo não seja do mais afortunado em ter tais oportunidades. É o que se observa quando Morais relata a reação da mãe de Paulo Coelho ao ter acesso ao sonho de seu filho. Acredito que o livro "O Mago" seja um sucesso de vendas, não só pelo carisma que muitos possuem em relação a biógrafo e biografado, mas também pelo segundo ser uma pessoa polêmica, sendo certo que muitos, após devorarem o livro, adotarão posições opostas, favoráveis e desfavoráveis, seja pela fé, seja pelas crenças. Com certeza haverá um "rebuliço" cultural, cabe-nos aguardar e assistir de camarote.

[Sobre "Festival da Mantiqueira"]

por Roberta Dib Chohfi
6/6/2008 às
05h53

E se ficar como está?
Não creio que exista alguém em Brasília tentando impor aos nossos infantes leituras goela a baixo. Falta discussão, e na falta, deixe-se tudo como está! É lógico que o estudo da literatura não deve ficar amordaçado aos nossos Machados e Josés! Caso contrário, vamos fazer nossas listinhas, pegar uma foice e partirmos para a briga. Não podemos, também, generalizar, achando que tudo é ruim. Temos ótimos escritores pátrios (escritores pátrios é ótimo) ou de outras plagas! Devemos é pensar no preparo dos professores, imagine "O mundo de Sofia", sendo apresentado por quem nada entende de filosofia, daria outro livro! A apresentação é necessária, mas o gosto pelos livros é algo individual, não pode-se obrigar ninguém a gostar. Abraços!

[Sobre "Não gostar de Machado"]

por paulo vilmar
6/6/2008 à
01h43

Só gostei de Dom Casmurro
É muito bom saber que existem outras pessoas que não amam Machado de Assis. O único livro dele que gostei realmente foi "Dom Casmurro". Recentemente disseram-se que seria interessante se eu lesse os contos de Machado de Assis (interessante para melhorar e amadurecer a minha escrita), mas não consegui ir em frente. "Uns braços" é extremamente desanimador, assim com "A cartomante". Houve um do qual gostei, mas não lembro o título, sei que a história é de uma solteirona que passa o tempo a relembrar antigos amores...

[Sobre "Não gostar de Machado"]

por Gelsa Mara
5/6/2008 às
18h05

Machado, sim. Alencar, não!
Não sei o que faz um jovem do ensino médio gostar de literatura, seja nacional ou internacional, mas José de Alencar, com certeza vai fazer o estudante pular várias páginas e procurar um resumo para conseguir se dar bem na "ficha de leitura"! Também não sei se eu teria entendido (e gostado tanto de) George Orwell se o tivesse lido durante o ensino médio, mas tirem "Senhora" das mãos dos estudantes brasileiros e coloquem "A Revolução dos Bichos" ou "A Metamorfose" e a chance de eles se interessarem pela leitura aumentará muito! Quanto a Machado, eu gosto muito, mas concordo totalmente com o Daniel, quando ele diz que devemos evitar esse nacionalismo literário e valorizar o que é bom, seja da nossa cidade, seja de Marte!

[Sobre "Não gostar de Machado"]

por Juliana Dacoregio
5/6/2008 às
16h03

Julio Daio Borges
Editor

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