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Quinta-feira, 30/5/2002
Comentários
Leitores

Atirar no escuro
Pois é, meu caro Rafael (não vou aqui te chamar pelo apelido, porque pode tornar-se incômodo). Olha a ironia, olha a ironia! A seu convite apareci para saborear a sua primeira coluna gastronômica e posso te dizer que o seu futuro, meu amigo, o seu futuro é o infinito! Brilhante coluna, como aquelas que se espargem. É como naqueles pequeníssimos vasilhames de perfume francês, que borrifados alcançam séculos de história da arte dos odores. Escrever é atirar a esmo, já dizia um amigo meu. E eu, naqueles tenros anos de zona colegial e frustração intelectual, a tentar e tentar tornar-me um verdadeiro "sniper", ilhado no bairro da Glória ou, agora, aqui em São Conrado. Aguardo ansiosamente por nossa ida à "Vênus de Milo". Espero poder quebrar alguns pratos, embora minha consciência de ocidental boboca ainda me traga alguns pesares pela culpa do vandalismo inexistente. Se não me segurarem, acabo por quebrar Versalhes no dia seguinte. Ou pelo menos o Palácio do Itamaraty, que fica aqui mais perto. Abraços!

[Sobre "Quebrar pratos com Afrodite"]

por Homer
30/5/2002 às
10h46

México
Marcelo, grande artigo! Mesmo para quem conhece bem a história do chocolate, foi uma bela rememoração. Intrigante foi que estive em março no México, justamente um dos principais sítios de cultura do cacau e do tchocolatl na América Pré-Colombiana, e hoje percebe-se que o chocolate ganha mais páginas de livros de História que vida prática nas cozinhas e restaurantes mexicanos. Os americanos foram em muito ultrapassados pela tecnologia e pelo gosto que desenvolveram os europeus pelo produto derivado do cacau. As poucas chocolaterias que lá se encontram são, em sua maior parte, insossas e vívidas como uma daquelas lojinhas de chocolate brasileiras que vendem produtos industrializados como Garoto e afins. É triste. Ainda mais se contrastarmos a realidade dos dias de hoje com a riqueza que emana dos murais de Rivera no Palácio Nacional na Cidade do México, onde o cacau é alçado à catergoria de patrimônio das culturas aztecas, tlaxcalanos e tarascanos.Mas ainda há uma prato de resistência que é um dos poucos resquícios da força que teve o chocolate na cultura mexicana: o Mole Poblano, considerado um dos pratos nacionais, originário de Puebla que é uma carne de peru cozida, coberta por um molho escuro emuito rico, feito com os oniprsentes chilis, condimentos especiais, nozes e um pouco de chocolate, justamente o que confere a cor tão singular do molho que também é utilizado em outros pratos da cozinha poblana. Abraços e votos de sucesso.

[Sobre "Eu só quero chocolate"]

por Homer
30/5/2002 às
10h12

Respondendo
Oie, Sue. Um grande problema de uma conversa atraves de um forum, é que as pessoas podem tirar as conclusões que bem entenderem. Então o teu grupo de estudo tbm é um grupo, sério. Excelente. Bem, quanto ao tal de Bambam, se ele é inteligente ou esperto ou sei lá oq, não posso opinar. Não vi nenhum capitulo, ou episodio ou qualquer que seja o nome que se dá, do tal de BBB ou Casa do Artistas. Bem, eu não afirmei que ela era a lider musical dos Mutantes. Eu afirmei que ela e os irmaos Batista (os 3 irmaos), eram responsaveis pelo lado criativo do grupo.Bem se a Rita Lee soube aproveitar as chances que apareceram e soube se manter na midia durante durante tanto tempo, é sinal que ela usa os neuronios dela. Caso bem diferente do Arnaldo Batista. Espirito de rebanho? Lutar pelos direitos de liberdade e igualdade é ser uma ovelha. Diga isto às familias das pessoas que morreram e que foram torturadas durante a ditadura militar. Muitos artistas da epoca expressavam suas ideias e ideais, de forma, em alguns casos, subliminar atraves da sua arte (musica, pintura, teatro, poesia, etc.). Eu não disse que acha o programa a salvação da mulher brasileira, apenas acho que o programa é bem feito e gosto de suas apresentadoras. Ele pode ser um pequeno passo, pois se colocassem apenas doutores discutindo um determinado assunto, só atrairia pessoas com interesse muito especifico. Quanto ao programa da Ana Maria Braga a minha mãe gosta, assiti todos os dias enquanto toma café.

[Sobre "Com a calcinha aparecendo"]

por Yara Romero
30/5/2002 às
08h58

Educação no Brasil
Educação: Educação no Brasil, uma triste História No final do ano passado, o PISA - Programa Internacional de Avaliação de Alunos, mantido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com a finalidade de analisar o contexto educacional em países ricos e em desenvolvimento, divulgou o desempenho de seus testes realizados no segundo semestre de 2001. O Brasil, com cerca de 5 mil alunos avaliados, considerando apenas respostas de textos lidos, da rede pública e particular, ocupou a última posição entre 32 países participantes. Os estudantes da Finlândia atingiram o primeiro lugar, nível 4; os do México, Rússia e Polônia, nível 2, penúltima posição. Triste resultado. Estudantes brasileiros tiveram a pior avaliação, não entendem bem o que lêem, ou melhor, não conseguem decifrar a linguagem de um texto com precisão. Isso é mal. Influencia negativamente na compreensão de matérias como física, química, filosofia e outras ciências do currículo escolar. Como também prejudica o entendimento de contratos, normas e até bulas de remédio, interesses que qualquer cidadão é obrigado a decifrar no seu dia-a-dia. Para o Professor Marcos Bagno, doutor em Lingüística pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP ... o problema tem origem no tratamento dado à língua no Brasil, onde o foco do ensino está na gramática, quando deveria ser na leitura e na escrita. Na Inglaterra há muito sugere à comunidade escolar, dos alunos à diretoria, interromper o que está fazendo em cada turno e, por um tempo determinado, se dedicar à leitura; cada um lê o que achar melhor. Depois, tudo volta ao normal. O interessante é que ninguém lê para fazer exames, mas é surpreendente o resultado: espontaneamente surgem comentários, análises e discussões sobre as histórias. Com a iniciativa, cresce o nível de leitura e as pessoas passam a se expressar melhor. Ler é muito bom. Criança ou adulto que tem costume de ler aprende muito mais, é claro. A literatura, além de mostrar a beleza da língua, produz conhecimento, desenvolve imaginação e permite sonhar. As escolas não podem manter a política de retirar da Sala de Aula a Literatura, como está acontecendo pelo país. Mais do que nunca, precisamos fazer do Brasil um país de Leitores. IBOPE Para confirmar o desastroso resultado do Programa Internacional de Avaliação de Alunos, o IBOPE, em 11 de dezembro do ano passado, divulgou outra pesquisa no mesmo sentido, entre dois mil brasileiros de 15 a 64 anos. Os números: 09% dos entrevistados são completamente analfabetos 31% leram um texto e não entenderam a mensagem 34% somente foram capazes de entender textos curtos 26% apenas leram um texto e entenderam a mensagem O Ministro da Educação, ex-Professor Paulo Renato, ao comentar a participação dos brasileiros na avaliação internacional, declarou que ficou satisfeito com o resultado. Foi mal. Um atento leitor, na seção de cartas do jornal Estado de Minas, dia 12/12/2001, respondeu no mais fino humor: baseada na declaração do Presidente Fernando Henrique Cardoso (também ex-Professor), de que “...se a pessoa não conseguir produzir, coitada, vai ser professor...“ – é de que esta pessoa quando fracassa como professor, vai ser ministro do atual governo tucano. Dias mais tarde, até o SBT entrou na briga, levando ao ar um programa para também avaliar o desempenho cultural do estudante brasileiro. Dos milhares de alunos, entre 13 e 14 anos, inicialmente avaliados pelas Escolas, apenas 60 foram indicados para participar do programa de televisão, apresentado por Sílvio Santos. A primeira colocada, uma estudante do Rio de Janeiro, acertou sessenta por cento das perguntas, errando até o nome do rio que os Bandeirantes seguiram o curso para atingir o interior do Brasil: rio Tietê. ENSINO PÚBLICO DE MINAS, OUTRA BOMBA. Dia 2 de abril último, o SIMAVE – Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública, divulgou os números do último resultado: 83,4% do alunos da rede pública não sabem Física; 82,1%, reprovados em Química; 70,42%, em Biologia; 47,4%, em Matemática; 20,4%, em História; 16,3%, em Língua Portuguesa e 8,9%, em Geografia. Diante dos resultados, o Secretário de Educação, Professor Murilo Hingel ressaltou: ...se a maioria dos alunos apresenta desempenho crítico nestas disciplinas, podemos concluir que algo está errado. Lógico que sim. Basicamente creditamos ao problema a falta de nível de formação dos Professores e a ausência do hábito de leitura e interpretação de texto nas Salas de Aula, além de outras questões de fundo, como deficiência de recursos pedagógicos, instalações escolares inadequadas, salas lotadas, baixos salários dos Professores e profissionais desatualizados. Seria este quadro responsável por abomináveis recordes no Brasil? * A marginalidade consagra o Brasil como um dos países mais violentos das 192 Nações do Mundo. * A corrupção coloca o Brasil no pódio dos primeiros na lista de países que mais toleram esse tipo de crime. * O Brasil é o campeão mundial em número de torcedores fanáticos por esportes competitivos. Será que o Brasil ainda insiste em manter a política de estancar o nível de conhecimento do ensino fundamental, pensando na eleição de políticos que se aproveitam dos currais eleitoreiros? Lembrando Monteiro Lobato: um país se constrói com homens e livros. * Welington Almeida Pinto, escritor e publicitário. Consultoria cultural na internet através do www.sabesabe.com.br - E-mail: [email protected]

[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]

por Welington A. Pinto
30/5/2002 às
08h07

Fica pra próxima
Eu, Vanessa, honestamente, não tenho nada contra programas que ensinam mulheres - ou homens - a cozinhar: nem nada, juro, particularmente contra as apresentadoras do "Saia Justa". Só acho que elas estão fora de contexto. Que fazem melhor o que faziam antes. E que vocês, telespectadoras, estão se submetendo à constrangedora situação serem avisadas disso por um moleque que acabou de completar 22 anos - e que não tem saco para cumprir a exaustiva tarefa de reeducar vocês: já está tarde demais. Fica pra próxima, beijos,
Eduardo

[Sobre "Com a calcinha aparecendo"]

por Eduardo
30/5/2002 às
02h27

Ruídos de comunicação
Yara,
Se, para você, é impossível discutir comigo porque estudo na GV, conversar com você me parece inviável por um motivo menos obscuro: você é completamente incapaz de compreender um texto simples. Eu nunca escrevi que o "A&L" é o "melhor" site da Internet, e jamais disse que, para mim, só existe o Paulo Francis e o Nelson Motta. Mas dificuldades assim parecem fichinha para alguém que acha que, quanto mais censurado o artista, melhor o seu trabalho; e que militância politicamente correta é qualidade incontestável. Siga firme, assim: você tem tudo para, um dia, conseguir ser iluminadora do programa. Beijos,
Eduardo

[Sobre "Com a calcinha aparecendo"]

por Eduardo
30/5/2002 à
01h57

No topo
Que bom, Karla, que você me avisou que faz parte da "elite brasileira intelectualizada". Se julgasse apenas pelas suas opiniões e pelo seu português, eu não ia perceber. Mas deveria: o nível dessa "elite" é tão baixo que inclui, além de você, de Marilena Chauí a Rita Lee. E, segundo meu professor de Marketing, também aqueles com nível superior, com acesso a computador e televisão, e que lêem aproximadamente dois livros por ano. Parabéns: você chegou lá. Boa sorte,
Eduardo

[Sobre "Com a calcinha aparecendo"]

por Eduardo
30/5/2002 à
01h47

Cara Yara
Boa noite, mocinha (ah, meus 28 anos!)... Primeiro, quanto ao estilo do meu grupo de estudos, não entendi direito o que você quis dizer com isso, mas lhe asseguro que é todo composto de professores universitários das áreas de história, arqueologia e letras, e estudamos a cultura celta com bastante seriedade. Ninguém no meu grupo de estudos quer recriar religiões extintas, das quais pouco se sabe, nem dançar pelado na lua cheia. Segundo, claro que títulos ou aprovação pública não significam prova de inteligência ou cultura, senão o Bambam do Big Brother era o cara mais inteligente do Brasil. Olha só, a Rita Lee nem de longe era líder musical dos mutantes, e como música ela é pouquíssisma coisa mais que medíocre. Ela teve foi sorte, ou talvez a esperteza - nunca disse que ela não era esperta - de se ligar a músicos maravilhosamente talentosos como Sérgio Dias, Arnaldo Baptista, e até o marido camisolão Roberto de Carvalho. (Me diz alguma coisa que ela tenha feito no período em que os dois estavam separados) Militância política, minha cara, não é sinal de inteligência, muito pelo contrário, é sinal de espírito de rebanho e fraqueza de alma, na minha opinião. A ativista Rita Lee é a razão de meu ligeiro desprezo por ela. Não tenho nada contra nenhuma destas mulheres, porque não estava, como acho que o Eduardo também não está, falando da pessoa delas. Estava falando do programa, e da falta de uma linha editorial séria nele. Não tem mesmo. Botar mulheres famosas, só porque são famosas, para falar de qualquer assunto é uma tremenda babaquice, se me permite a franqueza. Bom, se não permite, também, agora já era! :o) E nivela por baixo sim, porque só o fato de você achar que este programa é a salvação da mulher brasileira contra a síndrome da bunda perfeita já mostra o quão pouco as mulheres brasileiras esperam de si mesmas. E chega desta outra síndrome das "mulheres maravilhosas". Ou todas nós batalhamos para sermos mesmo maravilhosas, no nível intelectual e de cobrança dos homens, ou baixemos todas as orelhas e assistamos a PODEROSA (porque ela é mesmo) Ana Maria Braga. Beijo da Sue

[Sobre "Com a calcinha aparecendo"]

por Assunção Medeiros
29/5/2002 às
22h20

Fim do no.com.br
Li com interesse o texto do Julio Borges. É certo que ele identificou bem o problema dos sites de jornalismo - muita despesa e pouca receita - mas faltou perguntar o porquê dessa pouca receita. E a resposta passa, necessariamente, pelas condições sociais e econômicas do nosso país. Tomemos o exemplo da TV a cabo. No início de suas operações no Brasil, as operadoras faturavam milhões e o número de assinantes crescia de forma exponencial. Hoje, elas parecem ter atingido seu limite de crescimento: cerca de 8% da população. A Globocabo, para sobreviver, precisou de um suborno eleitoral do governo federal, via injeção de capital do BNDES. E a Internet? Gostamos de buscar inspiração no mercado norte-americano, onde metade da população está conectada. No Brasil, a maioria das pessoas sequer tem acesso a telefones fixos, quanto mais computadores. Esse é o problema inicial: o público da Internet é escasso. Há uma segunda questão, igualmente séria, que é a qualificação desse público. Os níveis de escolaridade do Brasil são aterradores: apenas 5% da população chega à universidade, pelos dados do último censo. O que essa massa de pessoas com pouca instrução irá querer ler na Rede? Discussões sobre problemas complexos, como globalização e desenvolvimento? Ou o horóscopo e as fotos sensuais com a celebridade televisiva do momento? Não creio, no entanto, que seja impossível vida inteligente na Internet brasileira. Mesmo 1% da população brasileira já são quase dois milhões de pessoas: é mais do que a Veja, a revista de maior circulação nacional, vende por semana. Mas esse hipotético site de alta qualidade terá que saber que fala a um público muito específico, e terá que adaptar seu orçamento a isso. Não é um sonho impossível, mas exige cautela. No mais, repito as palavras de Manuel Bonfim, há quase 100 anos: "Sejamos utopistas, contanto que trabalhemos". Abraços, Maurício

[Sobre "A internet e o fim do no."]

por Mauricio Santoro
29/5/2002 às
22h14

Nazistas & analfas
Você tem razão. Martin Heidegger é a vergonha de todos os letrados. Mas ainda acho que ele não é representativo dos nazistas; quantos Heideggers havia entre os nazistas? Um só, é claro- a grande maioria seguindo mais ou menos o perfil de Hitler, que era só um pintor semi-analfabeto e filisteu. Digo isso porque não consigo deixar de ser otimista- ainda acredito que os relatos de nazistas cultos tocando Bach enquanto matam judeus foram um pouco exagerados em número, mesmo que tenham acontecido uma vez ou outra (e, mesmo assim, acho que deviam ser pianistas de segunda- se fossem realmente grandes pianistas, teriam mais o que fazer); e que, depois de ler Laforgue, por exemplo ("Lune, ô dilettante lune..."), se torna um pouquinho mais difícil para um ser humano metralhar outro ser humano. Quanto a Céline, só lia jornais, e era um idiota. Resumindo, só digo isso- se , num passe de mágica, todos os que apoiaram o nazismo recebessem a cultura de Heidegger, quantos seriam tão estúpidos quanto Heidegger? É mais fácil acreditar que o exército nazista diminuiria um bocado - e que na verdade Hitler nunca chegaria ao poder. Um abraço- Alexandre.

[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]

por Alexandre
29/5/2002 às
21h26

Julio Daio Borges
Editor

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