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Segunda-feira, 7/6/2010
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Acreditar nos instintos
Creio que Jesus, nesse episódio, se é que o mesmo aconteceu, se referiu mesmo às leis vigentes, que num povo tão "religioso" costuma ser lei = dogma, contra a lei = pecado! Nietzsche assim raciocina (o cristianismo como algo definitivo), porque a própria Bíblia não deixa vazão para outro pensamento que seja, pois a lei é definitiva! Até tem um livro nesta coleção que se chama Apocalipse! Querer salvar Paulo de Tarso do estrago que fez, é trabalho inglório. Por causa dele e de alguns que estiveram fazendo esta coletânea, nunca saberemos de fato o que ocorreu naqueles dias idos. Mas o que fica é sua grande vontade de que todos pensem como eles, para que possam sempre prever o homem domesticado. Um homem que despreza seus sentidos, seus instintos, e que sua noção de felicidade é algo como obedecer, obedecer, obedecer... Creio que, acreditando em nossos instintos, seríamos muito mais respeitosos com nosso próximo, com nossos adversários, pois reconheceríamos nestes também o poder em nós inerente! (continua)

[Sobre "O cristianismo para Nietzsche"]

por Carlos Patez
7/6/2010 às
13h34

Nabokov já era hipertextual
Bela resenha, Guilherme. Você pegou um dos aspectos importantes pelos quais "O Original de Laura" deveria mesmo ter sido publicado: a possibilidade de olharmos sobre os ombros do escritor. Nabokov não era um autor linear, não escrevia o capítulo 2, depois do 1, o 3, depois do 2, etc. Ele era hipertextual. Preenchia os espaços, dizia. Em 09/2009, eu participei de uma mesa na Academia Brasileira de Letras com o professor Brian Boyd (maior especista na obra de Vladimir) em que se comparou as obras de Machado de Assis e Nabokov. Na mesma época, o entrevistei para o Prosa Online, dois meses depois, eu mesmo também publiquei uma resenha de "Laura" no JB. Com o advento e popularização da internet, penso que "Laura", 30 anos depois de seu doloroso nascimento - sendo que, para isso, da forma como "nasceu", tenha sido necessária a morte de seu autor -, tenha sido publicado no momento certo. Abs, CS

[Sobre "O Original de Laura"]

por C. S. Soares
7/6/2010 às
12h36

Nietzsche se traiu
Ora, tudo bem. Vamos supor que seja verdade isto. Ao fim de tudo, Nietzsche montou uma filosofia para justificar seu descontrole sobre suas paixões, traindo-se ele próprio (pelo mesmo mecanismo que apontou) ao acusar aquilo que realmente ansiava - ser um homem dominado. Porém, também não estava errado em mostrar toda a dissimulação dos padres e pastores, e de quase todo crente em Deus que, de fato, falam, falam e na hora do vamos ver, mostram muito pouco em termos de ética, porque se deixam cair por seus impulsos, paixões, cobiça, ego, devido à falta de força que tem para impor a si mesmos os valores que vivem pregando.

[Sobre "O cristianismo para Nietzsche"]

por dulce louzado
7/6/2010 às
12h13

Quando tudo era subversivo
"É preciso deixar a deletéria psicose de subversão!", disse um general em 1978, do Regime Militar. Havia a psicose coletiva de que em tudo e todos eram subversivos. A cor vermelha, uma foice, um martelo, os rapazes cabeludos, as moças de minissaias, as letras das canções dos festivais, a dramaturgia do teatro, TV e cinemas, tudo era subversivo, um perigo marxista-lenilista. Então, para contrapor-se à subversão, exageraram e se apropriaram (indevidamente) dos símbolos nacionais. A longo prazo, o estrago foi o povo associar os nossos símbolos ao "antigo regime". A sonora chamada de meu celular é o Hino Nacional Brasileiro. Meu filho de sete anos já o reconhece e canta e já sabe que não precisa escutá-lo apenas, antes dos jogos da seleção brasileira de futebol e nas olimpíadas. É preciso acabar com esta deletéria psicose de subversão. Sugiro trocar o velho dístico positivista da bandeira nacional "Ordem e Progresso" por "Água e Esgoto", de que tanto o Brasil precisa (47% da população).

[Sobre "Símbolos e Identidade Nacional"]

por Paulo Pereira
7/6/2010 às
10h57

A metafísica vai muito além
Excelente texto. Embora eu seja Ministro de uma Instituição Religiosa, não deixo de apreciar textos onde se fazem reflexões sobre o aspecto religioso. Eu digo que o Cristianismo vivido e praticado pelas religiões institucionalizadas de forma alguma é a continuação de O Caminho, como era chamado o movimento pelos primeiros Cristãos já no tempo dos Apóstolos. Portanto, concordo com todas as críticas feitas no artigo, desde que esta diferença por mim apontada seja levada em consideração. Devo, contudo, fazer uma crítica quanto ao uso do termo "metafísica" no artigo. No artigo, metafísica aparece quase como sinônimo de religião. Ora, a religião possui aspectos metafísicos, que muitas vezes seus arautos defendem, mas Metafísica vai muito além disto. Eu digo ainda que a Metafísica devia ser mais estudada, chegando ao ponto de substituir as religiões organizadas. A compreensão metafísica de Deus não tem nada a ver com as fantasias da teologia vigente. Em todo caso, Parabéns pela discussão!

[Sobre "Para que o Cristianismo?"]

por Eugênio Ribeiro
7/6/2010 às
10h15

Só sei que nada sei
Para que o Cristianismo? Para que o homem exerça a humildade. Somos geniais, descobridores do universo e agora criamos a vida sintética, porém, por não sermos Deus, ou por não sermos verdadeiramente cristãos, como queiram, cada façanha nossa reverte-se em poder e arrogância. Quanto mais conhecimento, mais soberba... Que pequenez! Nós, os pensadores, deveríamos ser os primeiros a admitir que, para os mistérios do universo, para a existência ou não da alma, para a existência ou não de Deus, a resposta correta é: Só sei que nada sei.

[Sobre "Para que o Cristianismo?"]

por Eliana de Freitas
7/6/2010 às
09h17

Os peixeiros e o jornal
E além de tudo isso, jornal em papel serve para embrulhar peixe. Ninguém me conte que os peixeiros deixaram de usar jornal!

[Sobre "Pra que ler jornal de papel?"]

por Felipe Pait
7/6/2010 às
08h58

A praça da Sé é o centro de SP
A praça da Sé é o centro e o coração do mundo, a arquitetura do lugar mostra um pouco da história e da poesia de quem passa por ali. Quanto à desgraça, a vagabundagem, é o retrato austuto de quem governa. Ou melhor, desgoverna. Num país que despreza os homens, surgem apenas os lupens.

[Sobre "Como se enfim flutuasse"]

por Manoel Messias Perei
7/6/2010 às
08h58

Como as outras línguas também
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. Para mim tanto faz se os outros sabem português. Quem não conhece, não sabe o que está perdendo. Antropofagicamente, eu como as outras línguas também. Quem só come um prato, não sabe o que está perdendo.

[Sobre "Brazilionaires"]

por Felipe Pait
7/6/2010 às
08h54

O grito de revanche do ego
Contudo, um grito trágico, que não pode ser ouvido - que só tem valor dramático, porque não pode ser ouvido. Full of sound and fury, signifying nothing? Ésquilo, não acusou Deus, digo, Zeus, por querer monopolizar a sapiência ao punir Prometeu por este ter dado o fogo do conhecimento aos homens? Sófocles, querido de Nietzsche, não escreveu um enredo maquiavélico, condenando seu pobre protagonista Édipo a um destino cruel e cínico que parece brincar com os homens? E o que é realmente a catarse, senão um sentimento de auto piedade que o homem vitalista sente por si mesmo, ao olhar para o destino, para a Ordem, social ou divina, e se estimar um pobre vitimado? Aquilo que se denomina fruição artística não seria, nestes casos, o grito de revanche do ego ou o desejo de permanência de Eros no ser?

[Sobre "O cristianismo para Nietzsche"]

por mauro judice
7/6/2010 à
01h17

Julio Daio Borges
Editor

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