busca | avançada
70683 visitas/dia
2,0 milhão/mês
Terça-feira, 8/3/2005
Comentários
Leitores

só me resta a hipocrisia
Senhores, perdoem-me. Mas a mim só me resta uma dúvida: ser ingênuo ou hipócrita? Se há indignação é porque se acredita numa solução e não há solução. Cito o saudoso geografo Milton Santos: "de modo geral, e como resultado da globalização da economia, o espaço nacional é organizado para servir às grandes empresas hegemônicas e paga por isso um preço, tornado-se fragmentado, incoerente, anárquico para todos os demais atores." Pergunto: qual a classificação que poderemos dar ao livro? Já que se pretende que não seja uma mercadoria? Infelizmente vivemos a égide do "pensamento único" que, voltando ao Milton Santos, "...confunde a lógica do chamado mercado global com a lógica individual das empresas candidatas a permanecer ou a se instalar num dado país, o que exige a adoção de um conjunto de medidas que acabam assumindo um papel de condução geral da política econômica e social." Hoje os estados vêem comprometido o seu papel de reguladores. Sou um leitor que sofre, porque com baixo poder aquisitivo vejo-me privado de: comprar livros, frequentar salas de cinema e teatro. O texto trouxe-me à lembrança lúmpens diante de câmeras a clamarem por justiça. E cidadões da classe média, vestidos de branco,em passeatas, a clamarem a paz aos céus. Artaud num texto sobre o suicídio afirmou que ele é possível, mas inviável, pois o sujeito que se mata não é o mesmo que morre. Portanto, a mim só resta a hipocrisia. Fica a sugestão para quem sabe um administrador da hora lançar: o cinema a R$ 1,00 ou o teatro a R$ 1,00 ou, quem sabe, o livro a R$ 1,00? Sou um descrente, perdoem-me. Sigam em frente.

[Sobre "Livro pra quem precisa"]

por luiz fernando
8/3/2005 às
16h58

Perfeito!
Deveríamos todos fazer uma frente contra o monopólio privado da cultura. Contra as redes, contra os grandes grupos que fazem do livro uma mercadoria como outra qualquer! regina helena oliveira, professora

[Sobre "Livro pra quem precisa"]

por regina oliveira
7/3/2005 às
09h48

façam suas colocações
Julio. Após o envio da primeira mensagem, continuei com a pensar na questão colocada por você. Você cita "sociedade do espetáculo", acredito que tenha lido o livro do Debord. Mas, por outro lado, há a questão tão bem colocada pelo Enrique Vila-Matas, dos "Bartleby...", que por preferir não fazer, como eu, abrimos espaços para os aventureiros. Ou ainda a questão colocada pelo Richard Senneth em "O Declínio do Homem Público", por que há tantos poetas e menos leitores de poesia? Ou será que "é preciso inventar novas técnicas impossíveis de reconhecer que não se pareçam com nenhuma técnica precedente... para evitar a puerilidade do ridículo... para construir um mundo próprio... sem confrontação possível... para que não existam precedentes de julgamento... que devem ser novos como técnica..."? (Citado por Pasolini, em Teorema.) Evidentemente, que não tenho a resposta, mas coloco a seguinte questão: não seria o caso de pensarmos mais sobre o tema? Fica aqui a sugestão para aqueles que se interessarem façam as suas colocações...

[Sobre "Apocalípticos, disléxicos e desarticulados"]

por luiz fernando
7/3/2005 às
08h18

Turma danada de boa...
Legal, gostoso mesmo de ver como as figuras sao participativas aqui, tambem pudera com esses titulos e abordagens... tao logo mude de casa darei, sim, meus pitacos... bom trabalho e ate mais ver.

[Sobre "Eu sei o que é melhor pra você"]

por Gisele Lemper
5/3/2005 às
18h46

escrever ou não escrever?
Julio, admiro a coragem daqueles que com banquinhos, "blogs", livros ou filmes colocam seus "blocos" na rua. Escrevo, como Artaud, para aplacar um vulgão em erupção na minha cabeça. São cadernos do meu cárcere neste mundo. Portanto, não saberia classificá-los: contos, crônicas, aforismos, cartas, bilhetes, prosa. Acompanha-me um leitor/crítico, que trago em mim, que espreita meus textos e faz com que eu os conserve nas páginas desses cadernos enfileirados numa prateleira qualquer. Por ler muito, não me sinto em condições de produzir textos como os de Celine, Cioran, Thomas Bernhard, Schopenhauer, Nietzsche, o mesmo Artaud, Bowles, Proust, Machado de Assis, Lima Barreto, Raduan. Cheguei a um número de anos que me dão uma única certeza: não os poderei vivê-los em igual número. Entretanto, questiono-me, como Silvano Santiago e Lars Von Trier e tantos outros, se ao escrever ou produzir uma peça teatral ou um filme devemos fazê-los para o autor ou para o povo, a massa? Recorro a Gadamer em "Verdade e Método" que afirma ser mais difícil questionar do que responder. Por isto quedo-me na dúvida. Acabei enredando-me... Tudo isso para concluir que há duas maneiras de interpretarmos o holocauto: uma na visão do Primo Levy e outra na do Imre Kertész.

[Sobre "Apocalípticos, disléxicos e desarticulados"]

por luiz fernando c.
4/3/2005 às
17h12

Construção
Olá, Marcelo! Eu poderia falar muitas coisas intelectualmente interessantes, mas só vou dizer que ficou muito bacana sua construção. Um abraço!!!

[Sobre "Clássicos? Serve Fla x Flu?"]

por Alessandro de Paula
4/3/2005 às
13h18

A vida é feita de cagadas
Eu também sei o que é melhor para você. Pare de se meter em encrencas. Relaxe senão não encaixa. A vida de um escritor é feita de cagadas. As vezes ele acerta uma e fica feliz da vida. Mas muito me admiro das suas mazelas. Aos vinte anos já e tempo de ficar esperto, de não cair em roubadas desse tipo. Espero que você tenha aprendido alguma coisa dessas experências, pois já não tens mais vinte anos. Anos dourados. Alice no país dos militares. Meu tempo está acabando mas não se esqueça dos conselhos da vovó: antes mal acompanhado do que dormir só. Clovis Ribeiro

[Sobre "Eu sei o que é melhor pra você"]

por Clovis Ribeiro
4/3/2005 às
12h23

Pra ver como é que está
Lado Oposto - Essa música é de um cara sensacional chamado Tonho Gebara, que nao gostava daqueles que vinham lhe dizer o que fazer:

"Tem sempre alguém pra me mostrar a trilha certa
Onde comprar, o que comer, como vestir
Pode ser o meu caminho complicado
Mas não insista porque eu não vou por aí
Se pra ser alguém é requisito o seu bom gosto
Eu quero ir pro lado oposto
Só quero dar uma volta do outro lado
Pra ver como é que está

Quando Galileu provou que Deus estava errado
No capítulo I do gêneses, quase foi queimado
A História é escrita pelas grandes transgressões
De quem mudou o mundo com suas inquietações
Se na nossa lei a ordem deve se manter
Eu quero desobedecer
Só quero dar uma volta do outro lado
Pra ver como é que está

Passando desapercebido na multidão do dia-a-dia
Acredita cumprir a função que nem sabe se escolheu
Procura diversão fora pois sua cama já é fria
É fruta que amadurecera, caiu no chão e apodreceu
Se eu é que sou louco e é você quem tem razão
Como é que cria sua própria prisão?
Só quero dar uma volta do outro lado
Pra ver como é que está

Desconfio de qualquer autoridade
Política, religiosa, científica ou moral
Que elege os ignorantes e os detentores da verdade
Cria um muro que impede de ver o mundo se abrindo colossal
Se pra ser feliz devo manter algum padrão
Vou seguir na contra mão
Só quero dar uma volta do outro lado
Pra ver como é que está"

[Sobre "Eu sei o que é melhor pra você"]

por Gurgel
4/3/2005 às
11h44

O querer ser e o ser
Gostei muito do texto. Expressa bem o que encontramos em locais turísticos: pessoas (os turistas) querendo ao máximo se inserir no cotidiano local, sem perceber o alien que estão se tornando e o quanto isso só dificultará seu objetivo. Fui a Cusco este fim de ano e é engraçado ver que só os turistas usam aquelas roupas e acessórios coloridos de lã de alpaca e lhama. Os "nativos" usam roupas ocidentais normais como jeans e jaqueta de couro, bem discretos, o que, nas palavras de uma brasileira, "é decepcionante!" Quanta ilusão as pessoas criam de lugares e de culturas!

[Sobre "A prática e a fotografia"]

por Giovani Tomazoni
4/3/2005 às
08h14

Sobre a ciência
Olha, eu achei que o texto explicou bem para nós, crianças, o que é ciência. Ainda mais porque eu estava numa pesquisa que não entendia nada e, pouco tempo depois, pronto! Já tinha a resposta na minha cabeça.

[Sobre "Essa tal de neurociência é o maior barato"]

por Alexia Gama
3/3/2005 às
17h55

Julio Daio Borges
Editor

busca | avançada
70683 visitas/dia
2,0 milhão/mês