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Sexta-feira, 23/12/2005
Digestivo nº 258

Julio Daio Borges

>>> WHAT R U DOING ONLINE? Embora o Orkut seja um fenômeno mais do Brasil do que de qualquer outro lugar, as redes sociais são um fato consumado na internet do mundo todo e, principalmente, dos Estados Unidos. Ainda que a imprensa brasileira sempre desdenhe, afirmando que o Orkut é literalmente brincadeira de criança, até Rupert Murdoch, o velho magnata da mídia – para não dizer outra coisa –, percebeu a importância de sites como MySpace.com. Tanto que adquiriu a empresa que era dona do portal, fundado do Tom Anderson e Chris DeWolfe, por 580 milhões de dólares. O tema das redes sociais foi reportagem de capa, este mês, não de uma revista de informática, nem de internet ou de comportamento – como a Wired –, mas da Business Week. Diz o subtítulo sobre essa geração “orkutiana”: “They live online. They buy online. How companies are reaching them”. Mesmo com a imprensa brasileira tradicionalmente atrasada em relação a acontecimentos desse porte, o jornal Meio&Mensagem, de algum tempo, publicou matérias sobre as versões brasileiras do Orkut, que já faturavam alto com publicidade – enquanto o Google nem havia se instalado, oficialmente, por estas plagas... A Business Week faz um inventário das principais comunidades on-line: MySpace.com, Xanga.com e Facebook.com. Para essa geração, diz a revista, não existe diferença entre mundo on-line e off-line. Ela confia mais na opinião de si própria (na opinião de seus pares) do que na mídia estabelecida. Para as empresas que lidam com “público jovem”, digamos assim, têm sido mais interessante – e simpático – patrocinar uma comunidade voltada para seus produtos e serviços do que apelar para velhas estratégias de mass media. E os celulares ainda nem entraram na jogada... 2006 promete muitas emoções nessa área. E consumidores de mídia antiga continuarão a morrer, como morrem os compradores de Cadilac.
>>> The MySpace Generation
 
>>> APERREIA, INVENTA, INVESTE Sérvulo Augusto é um incansável trabalhador em prol da música. Para quem achava que ele estava bastante ocupado, em 2005, com a trilha para a peça Bixiga, uma Bela Vista, junto ao Ágora, e com o espetáculo Luiz Gonzaga Sinfônico, junto ao maestro Abel Rocha, Sérvulo aparece com seu CD Coletivo, antes do final do ano, pela Lua Music. E acompanhado mais uma vez de um elenco estelar: Elza Soares, Jane Duboc, Mônica Salmaso, Antonio Nóbrega e Banda Matiqueira (entre outras). O disco já circulava, na realidade, entre poucos e bons, antes de encontrar pouso certo na gravadora... Sérvulo Augusto – não contente – dirige, produz e assina todas as onze faixas, sozinho ou em parceria. Tem sambão (“Boca-livre”), reggae-balada à la Chico&Edu (“Rio Primeiro”), casamento entre viola e sanfona (“Bichinho da Peste”), groove entre Melodia e Djavan (“Socorro”) e até complexidade bossa-jazzística à la Hermeto e Moacir Santos (não à toa, “Hermética”). Mas, apesar da variedade, não soa chato, nem cansativo, nem eclético demais. Coletivo tem unidade. Pode ser tocado sem sobressaltos e as sutilezas de origem (ou de fim) percebe quem for atento e versado. Como tudo que Sérvulo Augusto realiza, é autoral e ambicioso. A pergunta, subseqüente, que não quer calar é: o que pretende depois do teatro, da orquestra e do álbum multiplatinado? Pois não lhe falta mais nada... Talvez consagração na mídia? Um músico, de verdade, ainda precisa dessas coisas? Parece que não... Sérvulo Augusto, se quisermos extrapolar, poderia ser chamado tranqüilamente para elaborar mais trilhas sonoras, para empreender novas superproduções e para reger outras vozes notáveis. 2005 lhe deu currículo; que 2006 lhe renda frutos.
>>> Coletivo - Sérvulo Augusto - Lua Music
 
>>> É PRIMAVERA Uma entrada discreta, uma recepção delicada, um corredor na penumbra... Para explodir em open mind, open bar, open show! Estamos falando da animadíssima festa de 252 anos da cerveja Warsteiner, a Open Fest, até mais apoteótica do que o anunciado, no mês passado... Contrastando com a suavidade do teto de tecido, a DJ&VJ Naná (Coletivo Virtual) esquentava as pick-ups logo nas primeiras horas. Os convidados, colecionadores dedicados de tulipas desde o mês anterior, ou então simpatizantes que diligentemente adquiriram entradas, se espalhavam harmoniosamente entre os comes e os bebes. O chope, claro e escuro, era “à vontade”, mas prevaleceu o comportamento civilizado, é lógico. Se Naná esquentaria, The Mother Funkers incendiaria a pista, com casais saltitantes, passos sincronizados e bailarinos afluindo em todas as direções. A mistura de funk e soul, às vezes batida, desta vez mais que bem-vinda, impressionava pela potência do vocal, Alex Marchesi, que seguia a escola de Tim Maia, mas que alcançava agudos inimagináveis até para Ed Motta. Nessa altura, a temperatura atingia a dos principais shows e festivais desta capital, para culminar com a performance do consagrado DJ Tatá Aeroplano (Jumbo Elektro)... Por trás de tudo, a importadora Bier&Wein e seu marketing sempre afiado. Se no ano passado as ações da Erdinger, outra marca representada pela B&W, haviam focado num público, de certa forma, mais exclusivista, neste ano, o foco da Warsteiner era, propositalmente, mais vasto e amplo. A Erdinger, à sua maneira, já se comunicara com todas as idades, mas a Warsteiner, em 2005, se comunicaria ainda mais. Desde o blogueiro até a avó coruja, passando por gente de teatro, obviamente melômanos, e bebedores, claro, de todas as plumagens – todo mundo estaria lá. Depois de um 2004 e de um 2005 assim, o que esperar de 2006? A Bier&Wein sabe a resposta.
>>> Warsteiner Open Fest | Bier&Wein
 
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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