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Sexta-feira, 30/6/2006
Digestivo nº 285

Julio Daio Borges

>>> PROBLEMAS DOS ESCRITORES LATINO-AMERICANOS Havia uma lenda, no nosso mercado editorial, de que os pocket books – ou livros de bolso – não pegavam. Uma lenda até que a L&PM foi “salva” por ela. A editora que, reza outra lenda, andava cambaleante se reergueu em bancas e livrarias. Hoje quase todo mundo tem um exemplar de bolso da L&PM, que é barato e que faz parte de um vasto catálogo, sobretudo de traduções e de títulos que caíram em domínio público. Em 2005, a Companhia das Letras, de olho nesse mercado, veio com suas próprias edições em formato pequeno, com a mesma qualidade só que de preço mais em conta: a Companhia de Bolso. Ficaram particularmente famosos os exemplares do filósofo Friedrich Nietzsche. Há um certo ar de “reverência” nesse tipo de iniciativa, que fisga, justamente, “quem nunca compra livro(s)” (e que só compra quando acha que é um livro “para (se) ter na biblioteca”). Enfim, estamos agora às voltas com a bela coleção Sabor Literário, da editora José Olympio, do Grupo Record – aparentemente no mesmo espírito. Os três primeiros volumes são auspiciosos e as orelhas já anunciam os próximos títulos. Nessa primeira leva, o destaque vai para o divertido Diário de uma viagem à baía de Botafogo à cidade de São Paulo (1810), de William Henry May, com prefácio de José Mindlin, dono do manuscrito; em seguida vem o Caminhando, de H.D. Thoreau, que vale só pela apresentação de Roberto Muggiati, sobre a “arte de andar”; e, por último, Sobre arte e Sobre poesia, dois textos condensados de Ferreira Gullar (que é um pouco repetitivo quando fala de si e de sua participação no universo das artes plásticas, mas tudo bem). Ficamos com a promessa ainda de Antonio Callado, João do Rio e Campos de Carvalho, dentre outros. E, de repente, a esperança de que edições nunca antes vistas poderão ganhar a luz do dia.
>>> Diário de uma viagem à baía de Botafogo à cidade de São Paulo | Caminhando | Sobre arte e Sobre poesia
 
>>> MON COEUR S’OUVRE A TA VOIX A ópera, que já foi um gênero tão acessível, hoje não parece easy listening para a maior parte das pessoas. (Muita gente é capaz de brigar pelo seu “direito” de ouvir axé, “sertanejo” e outras barbaridades.) A ópera, na verdade, nunca precisou ser salva. O que se pede, apenas, é que haja um “contingente mínimo” para a subsistência de um “mercado” e de profissionais ligados a ela. Uma maneira de se promover isso é através da execução de árias que possam despertar nos leigos algum desejo de se embrenhar no universo dos grandes compositores. Indiretamente (leia-se: não com essa intenção manifesta), foi o que o Mozarteum Brasileiro fez no segundo concerto da sua Temporada 2006. A Orquestra Filarmônica de Câmara de Freiburg, acompanhada pelo Coro Giuseppe Verdi, justamente executou trechos memoráveis de óperas como a Tosca (Puccini), O Barbeiro de Sevilha (Rossini), Carmen (Bizet) e Aida (Verdi). Nesses momentos, inclusive, percebe-se que o gênero ópera é mais notório do que se poderia, inicialmente, imaginar. Ou seja, muitos, efetivamente, gostam e nem sabem que gostam... Mesmo os trechos instrumentais, no País da palavra cantada, foram apreciados com reverência quando se passou pela abertura de Gilherme Tell, da mesma Carmen e por “Gloria all’Egitto”, a marcha triunfal, novamente, da Aida. Do coro se podia ter uma experiência impressionante dos poderes da orquestra, regida por Andreas Winnen; enquanto que, da platéia, e dos lugares mais acima situados, se podia ter a experiência plena das vozes de Tadeusz Szlenkier e Sibylle Kamphues, entre outros. Foi um grande espetáculo para crítica e público, a ponto de os próprios cantores, no intervalo entre uma ária e outra, se juntarem à platéia para aplaudir. A ópera, apesar de tudo, continua bem representada.
>>> Mozarteum Brasileiro
 
>>> MIND FOR SURE E a internet deixou de ser uma maldição entre jovens empreendedores, e voltou a ser uma benção. Parece que quem apostou no contrafluxo da Bolha, na virada do século, está tendo finalmente ganhos. Ou já vem faturando há tempos, mas, para variar, a mídia só resolveu dar agora. Romero Rodrigues, por exemplo, que é fenômeno à frente do BuscaPé, desde pelo menos 1999, mereceu, em 2006, a capa de Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Com a fusão BuscaPé-Bondfaro, Romero dirige um dos maiores portais da América Latina (maior talvez que o soi-disant Maior Portal da América Latina...). Já o pessoal do CorpoPerfeito vem contar como montou um negócio de hoje 7 milhões de reais/ano, “galgando” inicialmente posições no Cadê, o Yahoo de Pindorama (atualmente, mais comedidos, compram anúncios do Google...). João Mendes, da Proteus, por sua vez, pegou o vácuo da StarMedia que, no apagar das luzes de 2000, permitiu um aporte do Pactual (comprado depois pelo UBS), e o seu business (plan) decolou... A revista ainda conta a história bem-sucedida de uma bebida energética e de uma marca de roupas esportivas, também start-ups do século XXI, só que com bem menos emoção. Além do fato inédito de conferir destaque a esses protagonistas, com idade em torno de 30 anos – que estão mudando definitivamente o Brasil, e que não estão na coluna social –, a Pequenas Empresas & Grandes Negócios é a primeira publicação impressa a declarar que estamos possivelmente vivendo um novo boom (e, não, uma nova bolha)... Ninguém na internet precisa desse salvo-conduto, claro, mas a verdade, quando estampada na velha mídia, convence até a última leva de retardatários.
>>> Jovens milionários
 
>>> O CONSELHEIRO TAMBÉM SAI EM PODCAST

“Grande ano, 1995! Inclusive, um dia, alguém vai escrever sobre isso. É... Pam-pam...! Que eu ia falar agora? Paaam... Ah, sim! Minha surpresa, outro dia, ooo... Eu recebi um e-mail do, dooo... Julio Daio Borges, Editor do, dooo... Digestivo Cultural – ve-tus-to informativo on-line, sério... Uma coisa bem diferente do, doo... Da minha onda... Enquanto eu tô aqui... Na total informalidade informativa, o, ooo... O Julio é um cara que gosta de dar o serviço da parada, é um cara que... Eu respeito pacas esse tipo de trampo, saca? Aquele cara organizadinho, tudo certinho... Sabe? Cê entra lá, tem uma crítica construtiva ou um crítica destrutiva – mas tudo muito embasado, saca? Num é que nem eu que fico falando um monte de m... aquiii... O achismo pelo achismo... E é isso aí! Bom: esse é o meu jeito; esse é o jeito dele – cada um na sua... Não nos atritamos, me dou muito bem com ele... Muito pelo contrário, apesar das divergências editoriais, né? Não no sentido do conteúdo, mas no sentido da ‘pegada’... (Telefone tá tocando, será que eu atendo falando? Deixa eu só terminar aqui que tá acabando...) É... E aí o cara me manda um e-mail falando... (Peraí? Vou atender o telefone, vai? Também... Güenta aí! [...] Era só a minha gatinha no telefone...!) Mas, então, aí... Qual foi a minha surpresa... Que ooo... O Julio me mandou um e-mail comentando o Vida Fodona, no, nooo... Aliás, mandou um link no Digestivo, comentando o Vida Fodona... E, pô, eu pasmo fiquei, ao descobrir que ele gosta do Vida Fodona!”
Alexandre Matias, no episódio de número 26 (aos 34')

>>> EVENTOS QUE O DIGESTIVO RECOMENDA



>>> Palestras
* A transformação do líder em coach – Arthur Diniz
(Qui., 06/07, 19h30, VL)

>>> Noites de Autógrafos
* Gênese de Deus e o Diabo na Terra do Sol – Josette Monzani
(Seg., 03/07, 18h30, CN)
* Líder do Futuro – Arthur Diniz
(Qui., 06/07, 19h30, CN)

>>> Shows
* New York/ Broadway/ Paris – Traditional Jazz Band
(Sex., 07/07, 20h00, VL)

* Livraria Cultura Shopping Villa-Lobos (VL): Av. Nações Unidas, nº 4777
** Livraria Cultura Conjunto Nacional (CN): Av. Paulista, nº 2073
*** a Livraria Cultura é parceira do Digestivo Cultural
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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