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Quarta-feira, 28/9/2005
O Conselheiro também come (cru)

Julio Daio Borges




Digestivo nº 246 >>> Marcos Pinheiro, um vegetariano convicto, aderiu por dois anos ao raw food e, de repente, não tinha mais onde comer em São Paulo. Raw food, do equivalente em inglês para a expressão “comida crua”, corresponde a um tipo de gastronomia de vanguarda, onde, além dos ingredientes naturais, nada pode ser cozinhado acima de 42 ºC. Pinheiro fundou então, com outros sócios, o Deloonix. O apelo da “comida crua” é, por si só, de uma curiosidade instigante: afinal, em que outro lugar se pode experimentar uma lasanha com massa de abobrinha e queijo de castanha de caju? Ou um risoto de cogumelos selvagens? Ou ainda sobremesas como o creme brulée de mel com infusão de hortelã? Mesmo assim, o Deloonix, afora o ambiente agradabilíssimo na Bela Cintra (onde nenhuma planta foi tocada e a estrutura da antiga casa foi preservada), incrementa o seu cardápio com frutos do mar, como o envolto de robalo ao perfume de sálvia, a garoupa com farofa e banana da terra, e as lulas grelhadas com purê de couve-flor e maçã verde. Agora, nada supera a experiência de comer um prato em que a flor não é decorativa (mas parte da degustação); onde morder um “arranjo” depois de tê-lo segurado com a mão (e não com o garfo e a faca) é sinônimo de boa educação; e onde a torrada pode ser de linhaça e a manteiga pode ser de manga sem que isso provoque qualquer suspeita, estranhamento ou aversão. E o Deloonix quer ser, mais que um restaurante, um espaço de bem-estar, de prazer e de idéias interessantes. Hoje a ex-cozinheira particular de Marcos Pinheiro é parte da equipe do Deloonix. Ainda bem que, um dia, ele se converteu ao raw food.
>>> Deloonix
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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