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Segunda-feira, 12/12/2005
Chiaroscuro

Julio Daio Borges




Digestivo nº 257 >>> Pelo menos em matéria de arte, parece que todo mundo tem consciência da importância de períodos como o da Renascença. Ter, tem – mas não quer averiguar. O interessado médio fica naquelas noções básicas sobre Leonardo, Michelangelo e outros dos quais nem se lembra mais. Quando muito apela para um modismo envolvendo algum desses artistas, como foi, de uns tempos pra cá, a leitura, para muitos reveladora, de O Código Da Vinci... Para desembaraçar o emaranhado de hipóteses e suposições, e para aprofundar as mesmas vagas noções artísticas que adquirimos – a princípio – desde a infância, surgem os cursos de – por que não dizer? – História da Arte, da professora Tereza Aline Pereira de Queiroz, na Casa do Saber. Embora temas como o do Renascimento, do Barroco e do Rococó, por exemplo, sejam vastíssimos, Tereza concentra seu saber em algumas aulas, abordando um ou dois artistas, acompanhada de slides, de maneira que seu conhecimento flui e, paulatinamente, a nuvem de ignorância se dissipa. Ultimamente, varreu o pó das nossas idéias sobre os mesmos Leonardo e Michelangelo, reintroduzindo outros mestres esquecidos como Donatello e Rubens, e totalmente nos revelando a dimensão de assinaturas como a de Mantegna e mesmo a presença meio estrambótica de figuras como o Arcimboldo, resgatado pelos surrealistas e seus delírios virtuosísticos. Tereza, ainda que muito culta, não nunca é cerimoniosa e é sempre muito divertida. Em outras palavras: mesmo desfolhando a informação em camadas, não soa pernóstica, rindo do que é forçosamente ridículo e despertando a simpatia dos circunstantes. Em alguns meses de Casa do Saber, já tem seguidoras – discípulas? – que a acompanham, de curso em curso, como sói acontecer com os professores mais populares... E quando se imaginava uma especialista restrita ao domínio da Renascença, eis que Tereza surge ministrando aulas sobre o Romantismo na pintura e até, num considerável salto temporal, sobre o Impressionismo. Impossível captar todas as nuances, e principalmente guardá-las para si, em obras e artífices. Talvez o maior mérito de Tereza Aline Pereira de Queiroz seja, como todo bom professor de artes plásticas, despertar a famosa educação do olhar. Saímos então do nosso vôo cego e partimos para uma visita guiada – pelas mãos da mestra.
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Editor
 

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