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Quarta-feira, 21/12/2005
Aperreia, inventa, investe

Julio Daio Borges




Digestivo nº 258 >>> Sérvulo Augusto é um incansável trabalhador em prol da música. Para quem achava que ele estava bastante ocupado, em 2005, com a trilha para a peça Bixiga, uma Bela Vista, junto ao Ágora, e com o espetáculo Luiz Gonzaga Sinfônico, junto ao maestro Abel Rocha, Sérvulo aparece com seu CD Coletivo, antes do final do ano, pela Lua Music. E acompanhado mais uma vez de um elenco estelar: Elza Soares, Jane Duboc, Mônica Salmaso, Antonio Nóbrega e Banda Matiqueira (entre outras). O disco já circulava, na realidade, entre poucos e bons, antes de encontrar pouso certo na gravadora... Sérvulo Augusto – não contente – dirige, produz e assina todas as onze faixas, sozinho ou em parceria. Tem sambão (“Boca-livre”), reggae-balada à la Chico&Edu (“Rio Primeiro”), casamento entre viola e sanfona (“Bichinho da Peste”), groove entre Melodia e Djavan (“Socorro”) e até complexidade bossa-jazzística à la Hermeto e Moacir Santos (não à toa, “Hermética”). Mas, apesar da variedade, não soa chato, nem cansativo, nem eclético demais. Coletivo tem unidade. Pode ser tocado sem sobressaltos e as sutilezas de origem (ou de fim) percebe quem for atento e versado. Como tudo que Sérvulo Augusto realiza, é autoral e ambicioso. A pergunta, subseqüente, que não quer calar é: o que pretende depois do teatro, da orquestra e do álbum multiplatinado? Pois não lhe falta mais nada... Talvez consagração na mídia? Um músico, de verdade, ainda precisa dessas coisas? Parece que não... Sérvulo Augusto, se quisermos extrapolar, poderia ser chamado tranqüilamente para elaborar mais trilhas sonoras, para empreender novas superproduções e para reger outras vozes notáveis. 2005 lhe deu currículo; que 2006 lhe renda frutos.
>>> Coletivo - Sérvulo Augusto - Lua Music
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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