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Segunda-feira, 17/4/2006
Estrela Solitária

Julio Daio Borges




Digestivo nº 275 >>> Prepare-se para a enxurrada de produtos no embalo da Copa do Mundo. Ainda estamos relativamente longe, mas já dá para sentir o cheiro... Boleiros 2. Ugo Giorgetti foi genial em retratar os tipos da metrópole, em Sábado (1995); foi interessante em Festa (1989); e foi engraçado em Boleiros (1998). Mas, não fosse a pressão da Copa 2006, não havia necessidade de uma seqüência... Já em Boleiros 1, algumas histórias, as últimas, se arrastavam um pouco – imagine, agora, num segundo Boleiros. A inspiração estava na primeira versão, não adianta; a segunda se apresenta apenas como uma piada forçada. Salva, claro, alguma crítica ácida (embutida). Como aquela, meio velada, meio aberta, aos Ronaldinhos da vida. Muita promoção, pouco futebol. Muito dinheiro e muito desprezo por parte dos craques do passado. Pouco cérebro, muito cerebelo, e dá-lhe maria-chuteira. Cicarelli, Milene... – estão todas ali representadas. E “Marquinhos”, o protagonista, é uma mistura, física, entre o primeiro e o segundo Ronaldinhos. Passa(m) como uma nuvem, sem importância. Em Boleiros 2, chama a atenção, ainda, a presença de caras novas (finalmente) e de algumas situações inusitadas. Fernanda D’Umbra – que até tem um blog onde registrou o teste para o longa, aparece impagável –, como uma típica repórter da Folha: cabelo na testa, meio descolada, um pouco desorientada e com um ar permanente de intelectual. (Com muitas idéias próprias, sobre seu trabalho.) Já Lavínia Pannunzio – que está sendo reconhecida e que participou, inclusive, da última montagem do Godot – faz a advogada do irmão presidiário, que vive extorquindo o empresário do jogador famoso. Giorgetti é dono de uma percepção rara, inegável. Pena que nem sempre seus filmes emplaquem.
>>> Boleiros 2 (entrevista)
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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