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Sexta-feira, 2/6/2006
Jornalismo oral

Julio Daio Borges




Digestivo nº 281 >>> Junto com Pedro Alexandre Sanches, ele é o único crítico de música surgido nas últimas décadas. Arthur Dapieve não vale porque é quase dos anos 80. Estamos falando de Alexandre Matias – e agora ele é tão ou mais interessante do que por escrito: em formato podcast. O podshow de Matias tem um título sugestivo: Vida Fodona. Começou com fôlego, com programas de mais de uma hora e vem mantendo um ritmo forte, semanal. A vantagem de Matias sobre a maior parte dos podcasts musicais do Brasil é que ele faz também bom jornalismo em áudio e não tem papas na língua. Mesmo que não possa escrever, na grande imprensa, que a MPB acabou (“faliu”), em Vida Fodona, ele fala em alto e bom som. Desce a lenha, por exemplo, em Chico Buarque. (Coisa raríssima.) Marisa Monte entrou no rolo, ainda, por conta do revival dos mesmos anos 80 – que ele detesta. E quem imaginava Alexandre Matias mais ligado às vanguardas, principalmente as eletrônicas, vai perceber que ele tem um grosso caldo de música brasileira. Já virou mania tocar Jorge Ben em podcast: Matias vai mais longe, toca logo Odair José. Mas com classe – não para atacar de brega (outra onda que já passou). Nem para dar uma de fã tardio de Roberto Carlos (outra pose comum até em Orkut). E Matias tem trabalho em produzir sets bem amarrados mas não deixa a música rolando muito tempo – é chegado a mais interferências do que o normal. Às vezes dá uma de “esquecido”, mas é muito preciso e até útil. A única crítica vai para o excesso de rap e hip-hop que, tudo bem, é politicamente correto hoje (ação social – etc. e tal), mas musicalmente... Em termos de formato, híbrido entre notícias, comentários e sons, Vida Fodona é um podcast musical imbatível. Só se pode batê-lo, mesmo, em estética. E olha que nem sempre. Legal poder conversar com o Matias.
>>> Vida Fodona - Alexandre Matias (blog)
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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