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Quarta-feira, 24/1/2001
Complexo de Édipo Rei

Julio Daio Borges




Digestivo nº 17 >>> O Teatro Brasileiro de Comédia está cedendo uma de suas salas para a encenação de uma das mais sérias tragédias de todos os tempos: Édipo Rei, de Sófocles. O elenco, jovem demais para morrer, mostra muita dedicação e muito respeito pelo texto, trovejando em falas e contorcendo-se em gestos, como se aquela fosse a sua última apresentação sobre a Terra. Lamentavelmente, nem toda a platéia compartilha do transe, das agonias e dos horrores que cercam Édipo: a tradução peca por constantes referências à segunda pessoa do singular, distanciando o espectador médio do tempo em que se desenrola a cena. Os figurinos, simples, com predominância em preto, e a sonoplastia, puramente percussiva, visceral, remetem aos festivais da Antiga Grécia, em que o meio jamais competia com a mensagem. A história, todo mundo sabe: Édipo é abandonado pelo pais, Jocasta e Laios, que temem pela profecia de Apolo, que o condena a matar o pai e casar-se com a mãe; Édipo cresce como filho adotivo em Corinto, mas, também ciente da profecia, protegendo a vida de seus pais (adotivos), foge para Tebas, matando Laios no caminho e casando-se com Jocasta, na chegada - para ir descobrindo tudo isso, aos poucos. Para Sófocles, não há mortal que, na vida, escape da dor.
>>> TBC - Rua Major Diogo, 315 - Tel.: 3115-4622
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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