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Quarta-feira, 4/10/2006
Diversos instantes del reino

Julio Daio Borges




Digestivo nº 299 >>> A Alfaguara tem um projeto reconhecível à distância. Uma iconografia de cinema nas capas; os tipos que lembram, no computador, a fonte Times New Roman; o formato mais comprido dos volumes; o papel um pouco mais grosso; e até o cheiro diferenciado. Os brasileiros tiveram um gostinho disso com a chegada da editora Planeta no Brasil – mas parece que o mercado editorial espanhol desembarcou mesmo, de verdade, com a Alfaguara. A partir da venda da editora Objetiva, para o grupo Prisa-Santillana, da Espanha, se materializaram, no País de Machado, os primeiros títulos. O carro-chefe é o novo romance de Mario Vargas Llosa: Travessuras da menina má, do alto dos 70 anos do escritor peruano. Na seqüência, chama a atenção um romance inédito de Truman Capote, Travessia de verão, na esteira do filme. Ainda, uma belíssima edição de Um retrato do artista quando jovem, de Joyce, aos cuidados da mesma tradutora festejada pelo seu trabalho em Ulisses, Bernardina da Silveira Pinheiro. E, dialogando mais amplamente com o português e com o Brasil, uma coletânea introdutória a Fernando Pessoa, com organização de Luiz Ruffato, Quando fui outro. Fora Grandes Símios, de Will Self, evocando A metamorfose, de Kafka; e Onde os velhos não têm vez, de Cormac McCarthy, o escritor norte-americano mais elogiado por Harold Bloom. Isso tudo foi só em setembro. Agora em outubro (se você for capaz de guardar): Amitav Ghosh, Roberto Pazzi, Santiago Rocangliolo, Pearl S. Buck e o primeiro autor brasileiro contratado, Carlos Heitor Cony. Com tantos ensaios, nos últimos anos, de abalar as estruturas, a Alfaguara parece a iniciativa mais consistente de todas. Qual será o impacto desse despejar de títulos de qualidade, impecavelmente bem-acabados? Nem só do mercado financeiro, no Brasil, vivem agora os espanhóis...
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Editor
 

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