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Quarta-feira, 18/10/2006
Entrance

Julio Daio Borges




Digestivo nº 300 >>> Ainda que um tenha se originado a partir do rock e que o outro tenha praticamente fundado a noção de MPB (que ninguém aqui se esqueça da polêmica envolvendo a guitarra elétrica!), vale a pena malcomparar Fito Paez e Caetano Veloso. São dois ícones pop que, a exemplo da bossa nova, fazem mais sucesso fora (e são mais respeitados lá) do que em seu país de origem. Cansado de apanhar da crítica a cada novo disco, o nosso Caetano anda cada vez mais quieto em seus lançamentos em áudio. Do último, , ninguém ouviu falar. Os lojistas, na falta de uma classificação melhor, já o apelidaram de “Caetano com guitarras” ou de “Caetano tocando rock”. Já Fito Paez está, em forma de poster gigante, forrando as principais lojas de discos de seu país (ou as que ainda restaram...). Seu CD recebeu o título de El mundo cabe en una canción e a imprensa local não se dispõe nem mesmo a resenhá-lo. Reserva, para ele, um minúsculo espaço; lança dúvidas e não estabelece nenhum juízo sólido. Como se Fito Paez fosse uma doença contagiosa (como, aqui, o é Caetano). O fato é que El mundo... não soa mal, apesar de os compatriotas do autor terem razão: registra inquietações muitas, mas não apresenta necessariamente novidades. Como Caetano, Fito cresceu demais internacionalmente – e até há pouco era mais conhecido como marido de Cecilia Roth, a protagonista de Tudo sobre minha mãe (1999). E Caetano era aquele que cantava “Cucurrucucu Paloma”... Tudo culpa do Almodóvar. (Aliás, o modelo atual de felicidade para Paez é Victoria Abril.) São, no mau sentido, “antenas da raça”. Entre um verso e outro de uma gravação, se vêem obrigados a fazer um statement. Como o diretor de colégio em O Ateneu, estão condenados à obsessão da própria estátua. Pena para a música dos países dos dois...
>>> El mundo cabe en una canción - Fito Paez
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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