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Segunda-feira, 10/9/2007
Berio+

Julio Daio Borges


Celine Imbert por Roberto Wagner


Digestivo nº 344 >>> Os SESCs, já se falou, são as verdadeiras secretarias da cultura no Brasil de hoje. Sem cair no populismo das ações do governo federal, os SESCs promovem mudanças sociais efetivas mas também apostam na qualidade – atraindo, para suas atividades, todas as classes, desde as mais baixas (que precisam de formação) até as mais altas (que precisam de cultura). Os SESCs, ao contrário das secretarias, não estão sujeitos às alternâncias de mandato, nem às manobras eleitoreiras (nem mesmo à propaganda oficial) – servem melhor a quem se deve, ou seja, à sociedade. Por conta de uma ligação conseqüentemente exemplar com a música, o Selo Sesc é hoje referência no assunto e acaba de estender seu alcance para o universo da música clássica – com Berio+, uma realização da mezzosoprano Celine Imbert, ao lado do Percorso Ensemble, sob direção de Ricardo Bologna. Como o próprio título indica, o álbum reúne as primeiras gravações das Folk Songs, de Luciano Berio, por intérpretes brasileiros, mais baladas de Eduardo Guimarães Álvares, mais canções de Arrigo Barnabé. Berio+, por sua natureza, é ousado no registro da música erudita contemporânea, justamente quando, por determinação do conhecido compositor italiano, ela remota seu contato com as raízes populares, com o reino da forma-canção e com o então saudoso público. Não é uma “volta às origens” fácil para o ouvinte – uma vez que, na aurora do século XXI, muita gente não acompanhou essa viagem. Mas o exercício de sensibilidade é importante – e Berio+ nos ajuda a entender o que houve. Se o Selo Sesc continuar assim, tão edificante, estará preenchendo mais uma lacuna cultural histórica.
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Editor
 

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